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Sistema de numeração e procedimentos para alunos INCLUSÃO Requisitos para visual

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Por:   •  13/3/2014  •  Tese  •  3.960 Palavras (16 Páginas)  •  495 Visualizações

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SOROBAN: POTENCIALIZANDO A CONSTRUÇÃO DE NOSSO SISTEMA DE NUMERAÇÃO E DE VIAS PARA INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES VISUAIS

Roberta Nara Sodré de Souza

robertasodre@univali.br

UNIVALI-SC

O presente artigo pretende buscar reflexões sobre o resgate do ábaco nas salas de aulas das séries iniciais. As discussões trazem análises sobre a influência do instrumento na construção do nosso sistema de numeração e da percepção das crianças sobre a importância do uso do instrumento para alunos com deficiências visuais. A partir de uma seqüência de atividades exploradas junto aos alunos das terceiras séries do Ensino Fundamental, por meio do projeto de extensão Soroban do Colégio de Aplicação UNIVALI(CAU). Foram em torno de 9 entradas de 45 minutos em cada sala de aula no ano de 2003, depois em 2004, 2 entradas de 45 minutos e em 2005 uma entrada de 45 minutos, totalizando em torno de 300 crianças que já receberam atendimento do projeto.Da seqüência explorada em sala e em grupos de estudo em horários de contra turno fizemos registros em diário de campo, observando o comportamento dos estudantes envolvidos, entre alunos no CAU e de escolas da rede municipal de ensino, e dos professores de sala. Em nossa análise confrontamos nossas análises a priori por meio dos objetivos inicialmente planejados com o que observamos ao final do desenvolvimento de nossa seqüência. Dos registros realizados podemos considerar que existiu um ganho com a manipulação do aparelho em termos de rapidez no cálculo mental, raciocínio operatório e motor. Os alunos sentiram-se na sua maioria estimulada em aprender a dominar o aparelho. As professoras, na maior parte, nos tiveram como colaboradores para os alunos e na maior parte não manifestaram interesse em dominar o instrumento. Em algumas das salas que estivemos com alunos com necessidade visual estes se sentiram evidenciados em suas potencialidades de domínio do instrumento.Consideramos ao final de nossas análises a importância do desenvolvimento do projeto e do investimento na formação continuada dos professores para que eles próprios possam ser estimuladores do uso do instrumento em sala potencializando a aprendizagem de nosso sistema de numeração e também como via de inclusão para alunos cegos a partir das ações educativas propostas.

Palavras chaves: Soroban, sistema de numeração, inclusão.

Os ábacos e o Nosso sistema de numeração

A formação de nosso sistema de numeração se deu por meio do processo histórico do homem na sua relação com o meio onde vive. A partir das necessidades de agrupar, separar e organizar coisas, desenvolvemos processos de contagem que deram origem ao que hoje conhecemos como Sistema de Numeração Indo-Arábico.

O registro de quantidades iniciou-se com o uso de pedras, gravetos e ou marcas na areia. Esses métodos de contagem eram utilizados principalmente pelos pastores para calcular a quantidade de ovelhas que possuíam, por algumas tribos para contar o número de moças disponíveis para o casamento, para contagem do número de guerreiros que sairiam para uma determinada exposição. Foi da própria palavra pedra que se originou o que chamamos hoje de cálculo, que do latim significava “calculus”, isto é, pedra pequena. As pedras foram a origem de qualquer instrumento matemático para a aritmética. (Ifrah,1996)

A necessidade de o homem registrar grande e ou pequenas quantidades, levou-o a inventar instrumentos e métodos que pudessem agilizar cálculos. A idéia da elaboração de instrumentos e técnicas para abreviar contagens é que deram origem as diferentes bases para contagem. Dentre inúmeros instrumentos como tábuas de contagem, como as tábuas européias, no Renascimento, e o ábaco romano de bolso, no século I, fez com que o ábaco, há mais de 2500 anos, surgisse e fosse aprimorado (Ifrah, 1996).

O ábaco é formado por uma moldura, fios paralelos horizontais ou verticais e contas que podem ser movidas para representar um número e operá-los. Existem diversos tipos de ábacos, como por exemplo: o ábaco russo e o ábaco chinês. Entretanto, o ábaco japonês, conhecido como SOROBAN, é o mais utilizado atualmente, tanto na educação japonesa, como por deficientes visuais de todas as partes do mundo. O SOROBAN foi criado e desenvolvido na China e no Japão, em meados do século XII, e foi trazido ao Brasil por imigrantes, em sua forma original por volta de 1908, contudo apenas em 1949 surgiu a versão mais moderna do SOROBAN.

O aparelho funciona como um instrumento de contagem, que faz o sujeito pensar sobre todos os processos que vão sendo realizados, desenvolvendo a memória e o raciocínio lógico-matemático, além disso, estimula a coordenação motora no deslocamento das contas, sendo usado inclusive como terapia. Quanto maior o número de hastes verticais maiores números podem ser operados.

A maior parte da população japonesa e seus descendentes, apesar do desenvolvimento tecnológico, fazem o uso do SOROBAN, principalmente, no período escolar, como uma calculadora de bolso, mas ele não é uma calculadora, pode ser utilizado inclusive em concursos públicos e vestibulares, já que opera utilizando sempre o sujeito como intérprete. (Ifrah,1999)

Excluindo o Japão, hoje, o SOROBAN não é tão usado como meio para calcular quantidades e muitas vezes são até desconhecido pelas pessoas. As calculadoras de mesa, de bolso e os softwares fazem o trabalho da agilidade do cálculo, contudo, em prol da facilidade da obtenção de resultados, as pessoas acabam esquecendo o porquê de alguns procedimentos utilizados nos algoritmos de operação de nosso sistema de numeração.

O SOROBAN foi aprimorado para ser utilizado por alunos com necessidades especiais visuais, auxiliando na aprendizagem do nosso sistema de numeração e de conceitos matemáticos. A adaptação foi desenvolvida da seguinte forma: foi acrescentada uma borracha comprimida nas contas de forma que as mesmas só se movessem com o auxílio de um operador. Anteriormente, os cegos, desenvolviam os cálculos com o uso de cubos que tinham em suas faces registradas os números em braile, essa técnica de contagem foi chamada de cubarítimo. As contas e a borracha que as prende facilitaram o desenvolvimento de cálculos pelos cegos, seja na escola ou em sua vida cotidiana permitem o desenvolvimento de operações de forma independente dos outros, o que possibilita para o portador da necessidade especial visual uma maior independência e um ganho para o próprio exercer de sua cidadania. A freqüência do uso do Soroban permite que o operador desenvolva

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