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Sobrevivencia

Por:   •  13/9/2015  •  Tese  •  10.005 Palavras (41 Páginas)  •  322 Visualizações

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OM: 34 BIMTZ

PLANO DE SESSÃO

VISTO

_________________

S/3

I - CABEÇALHO DO PLANO DE SESSÃO

1. MATÉRIA: UD II - SOBREVIVÊNCIA

2. ASSUNTO: ASSUNTO 08 - ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL

3. TURMA:  EFETIVO VARIAVEL 2013

4. LOCAL DE INSTRUÇÃO: Confe QTS

5. DATA: Confe QTS                                6. HORÁRIO: Confe QTS

7. OBJETIVOS:

               * Identificar as características e peculiaridades dos vegetais comestíveis encontrados na região;

 * Distinguir as espécies mais comuns;

 

8. PROCESSO(S) DE ENSINO: Palestra e demonstração

9. MEIOS AUXILIARES: Quadro mural e vegetais.

10. PESSOAL:            a. Instrutor: 3 Sgt Henrique Oliveira

                           b. Monitor: 3 Sgt Batista

                           c. Auxiliar: Cb Eliel ; Sd Denis

11. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS: pedido material e prep local instrução

12. MEDIDAS DE SEGURANÇA: conforme plano de segurança

  1. FONTES DE CONSULTA:  * Plantas medicinais, de Cid Aimbiré de M. Santos, Kátia Regina Torres e Rubens Leonart, da Ícone Editora;

* Frutas comestíveis da Amazônia de Paulo B. Cavalcante;

* A Flora da Amazônia de Roberto M. Rodrigues;

* Proposta para um novo código de Fauna do INPA;

*Folhetos de pesquisas do INPA.

II - ORIENTAÇÃO AO INSTRUTOR

1. Antes da instrução

- Ligar-se com o encarregado do Ap Log, para obter suprimento de fundo, para compra dos vegetais ( os vegetais podem ser encontrados na feira da panair, mercado municipal, mercado da Manaus moderna, BI/5, barracas existentes próximo à barreira da PM( caminho aeroporto ); sítio do seu Pedro e na selva ( que deverão ser coletados pela equipe dos vegetais ).

2. Na selva antes da sessão

- Preparar os chás, vinhos, etc...( fiscalizar );

- Ensaiar a sessão com o monitor e três Aux;

- Colocar uma caixa para detritos à frente da arquibancada dos alunos.

3. Durante a sessão

- Executar conforme o ensaio;

- Passar a amostra dos vegetais aos alunos no decorrer da sessão ( comentários a respeito).

4. Após a instrução

- Verificar a limpeza correta do local de instrução, bem como o recolhimento dos meios utilizados.

Sugestão de idéias para a instrução

  1. É mais fácil obter alimentos vegetais;
  2. Colher informações precisas com moradores da região;
  3. Sobrepujar o nojo;
  4. Aperfeiçoamento individual constante.

III - ORIENTAÇÃO AO MONITOR

1. Antes da instrução

- Checar se o material da caixa está ECD ( panelas, talheres, nomes dos vegetais, ouriço da castanha do Pará, da Sapucaia, etc...);

- Reunir com o Aux do Instrutor Chefe e coordenar o embarque dos seguintes materiais:

Caixa de alimentos de origem vegetal, QM ( sumário e objetivos );

- Coordenar a apanha dos vegetais na véspera da instrução( BI/5 ) e comprar os vegetais que faltam nas feiras da panair, mercado municipal, mercado da Manaus moderna, barracas existentes próximo à barreira da PM( caminho aeroporto ); sítio do seu Pedro e na selva ( que deverão ser coletados pela equipe dos vegetais ).

2. Na selva, antes da sessão

- Checar anfiteatro, limpeza e resistência da arquibancada, confecção do rabo de jacu, lenha para o fogo, etc...

- Preparar os chás, vinhos, etc...( fiscalizar );

- Ensaiar a sessão, juntamente com o Instrutor e Aux;

- Colocar uma caixa para detritos à frente da arquibancada dos alunos.

3. Durante a sessão

- Executar conforme o ensaio;

- Passar a amostra dos vegetais aos alunos no decorrer da sessão.

4. Após a instrução

- Verificar a limpeza correta do local de instrução, bem como o recolhimento dos meios utilizados, sua limpeza e acondicionamento na caixa de instrução ;

- Providenciar para que os detritos sejam enterrados.

Tempo

DISTRIBUIÇÃO DO ASSUNTO

MAI e Obs

1. INTRODUÇÃO

a. Ligação com a sessão anterior

Esta sessão complementa as instruções de vida na selva, juntamente com alimentos de origem animal, obtenção de água e fogo, etc...ou seja, uma tem ligação com a outra.

b. Apresentação dos objetivos da sessão

* Identificar as características e peculiaridades dos vegetais comestíveis encontrados em área de selva;

* Identificar os principais vegetais da área.

c. Apresentação do sumário

I. INTRODUÇÃO:

II.DESENVOLVIMENTO:

1. Generalidades

2. Regras gerais

3. Regras específicas

4. Apresentação, preparo e consumo dos vegetais silvestres e cultivados

III.CONCLUSÃO:

d. Motivação dos instruendos

Falar da importância do assunto, tendo em vista sua utilização imediata no exercício de longa duração de sobrevivência e uma possível utilização em uma situação real.

2. DESENVOLVIMENTO

1. Generalidades

- Existem catalogados no mundo inteiro, aproximadamente umas 300.000 espécies de vegetais silvestres. Considerando as áreas de selva existentes no mundo e que a selva amazônica é a maior delas, inclusive cobrindo 57% do território brasileiro, pode-se dizer que uma grande parte desses vegetais encontram-se em solo brasileiro.

É, portanto, de fundamental importância que o combatente de selva conheça, pelo menos, os vegetais mais comuns da área, usados pelos nativos para a sua subsistência. Desta forma, quando em uma situação real de sobrevivência, terá mais uma opção para nutrir seu organismo e manter um bom estado psicológico, para suportar a adversidade dessa situação.

Por outro lado, deve-se levar em consideração que a alimentação animal nem sempre será uma fonte de alimentação fácil de ser obtida. Os animais de sangue quente são astutos, ardilosos e sagazes, pois se encontram em seu habitat natural, com isso não se deixam abater com facilidade, dificultando ao sobrevivente nutrir-se com esse tipo de alimentação.

2. Regras Gerais

O consumo de frutas silvestres desconhecidas é visto por muitos como uma atividade arriscada, devido ao perigo de envenenamento. Isto devido aos vegetais desenvolverem defesas contra seus predadores, os herbívoros. Estas defesas chamamos de defesa química, que é a toxidez natural do vegetal. Ex: Mandioca brava, com altos teores de cianureto , porém, dela extrai-se a farinha, através de pressão e tostagem e o tucupi, que torna-se inócuo após prolongada fervura.

Os animais que não possuem a capacidade natural de passar por cima desta defesa química, contornam sua toxidez ingerindo pequenas quantidades de espécies diferentes.

As sementes que não possuem a defesa química, para assegurar a continuidade da espécie, possuem uma defesa mecânica para evitar sua predação, tais como:  as palmeira com os seus côcos, ou o piquí com os seus espinhos. Porém, é difícil encontrar uma planta que combine a proteção química com a mecânica.

Além disso, temos ainda diversos processos para verificarmos a possibilidade de ingerirmos determinado alimento, tais como:

 a. C A L -

* Cabeludo, Amargo e Leitoso - É o processo mneumônico que utilizamos para verificar a possibilidade de ingerirmos um determinado vegetal. Caso apresente alguma dessas características, devem ser investigados melhor para depois serem consumidos.

Mesmo levando em conta essa regra, existem algumas exceções, tais como: abiu, sapoti, maçaranduba, mamão, etc...

b. Cozimento dos vegetais -

Raciocinando com a defesa mecânica dos vegetais, o processo mais utilizado para suprimir a nocividade ou a letalidade do vegetal é o seu cozimento. Desta forma, cozinhe-o durante 05(cinco ) minutos, realizando uma troca da água, realizando essa mesma operação por duas ou três vezes. Após isso, o vegetal poderá ser consumido. Com exceção dos cogumelos, que tem efeito alucinógeno.

 

c. Uso do paladar -

Proceda da seguinte maneira somente no caso de encontrar alimento estranho e não dispuser de fogo para sua cocção:

- Retire uma pequena quantidade ou pequeno pedaço do vegetal ou fruto, mastigue-o e conserve-o pelo período de 5 a 10 minutos na boca. Se passado esse tempo o paladar não estranhar o gosto da porção, o restante poderá ser consumido.

d. Vegetais consumidos pelos animais -

Os vegetais e frutos consumidos pelos animais poderão ser consumidos pelo homem, em pequena quantidade. Os animais contornam a toxidez dos alimentos ingerindo pequenas quantidades, pois seus metabolismos são capazes de lidar com pequenas doses de substância tóxica, talvez por apresentarem uma variada flora bacteriana no intestino.

3. Regras específicas   

a. Hábitos alimentares

O combatente oriundo das regiões urbanas, naturalmente tendo que consumir vegetais, irá mudar de forma brusca seus hábitos alimentares. Assim sendo, quando da ingestão de alimentos de origem vegetal, deverá fazê-lo de forma moderada para que seu organismo acostume-se à nova dieta. Essa conduta é muito importante para que sejam evitados os distúrbios estomacais ou intestinais. Preservar sua saúde é uma das preocupações constantes do combatente em situação de sobrevivência.

b. Cursos dos igarapés

Nos cursos dos igarapés são encontrados os mais variados tipos de palmeiras. Destas podemos retirar o fruto e o palmito. Todos os frutos de palmeiras são comestíveis.

c. Distribuição geográfica

Os alimentos vegetais dependem da área geográfica. Apresentam restrições quanto à sua frutificação ou até mesmo à sua existência. Assim sendo, somente em determinadas áreas e épocas do ano, como veremos adiante,  poderemos encontrar algumas espécies de vegetais. Como exemplo podemos citar o babaçu, o qual na área compreendida entre a BI/2 e BI/3 existe em abundância; o mesmo não se pode dizer da área entre a BI/3 e BI/4.

d. Época do ano -

Influi diretamente na frutificação dos vegetais. Desta forma não se deve partir da idéia falsa de que os vegetais são encontrados com facilidade em todos os meses do ano.

4. Apresentação, preparo e consumo dos vegetais silvestres e cultivados

*** FRUTOS

* AÇAI

O açaizeiro é uma das palmeiras mais típicas do Pará, onde seguramente tem sua origem. Em razão de sua importância alimentar, especialmente entre as classes média e baixa, vem sendo disseminado por todo o país. No Amazonas, sobretudo na bacia do Solimões, o açaí-do-Pará é bastante cultivado, sendo também chamado de açaí-de-planta, significando não ser da região.

Do açaizeiro podemos retirar não só o fruto do açaí, do qual extrai-se o vinho, como também o palmito, bastante apreciado por toda a região amazônica.

O açaí é um alimento essencialmente energético, com um valor calórico superior ao do leite ,com alto teor de minerais, cálcio, fósforo e ferro.

Podemos consumi-lo na forma de vinho, para isso retiramos do cacho a quantidade necessária de frutos. Coloca-se a água no forno para amornar, e nesta condição, coloca-se os frutos de forma a amolecer a casca. O tempo de permanência do fruto na água morna é de aproximadamente 15 minutos. Após isso, joga-se a água fora e, com auxílio de um porrete de madeira, macera-se o açaí, separando a polpa e a casca do caroço. Coloca-se água na quantidade necessária para o consumo imediato e obtém-se o vinho do açaí. A cor do vinho é semelhante ao vinho da uva.

* MIRITI ( Buriti )

Ao lado do açai o miriti ou buriti é uma das palmeiras mais típicas da região amazônica, de onde, sem dúvida, é nativa. Seu habitat são os alagados, igapós, beira de rios e igarapés, onde frequentemente é encontrado em grandes concentrações, com parte do tronco imerso na água por longos períodos, sem que isso lhes cause danos.

Inúmeros produtos úteis do buritizeiro são aproveitados pela populações ribeirinhas, na sua alimentação ou em outras necessidades diárias: bebida natural ou fermentada, óleo e doces dos frutos, açúcar do estipe, sabão caseiro, etc.

Do fruto prepara-se o vinho do buriti e para isso, os frutos são previamente amolecidos em  água morna, o que poderá ser feito, também, abafando-os em folhas durante 3 a 4 dias, dando melhor resultado em termos de sabor, segundo algumas pessoas. O preparo e consumo do vinho é semelhante ao do açai.

Diz-se ainda que, perfurando o tronco da palmeira, recolhendo a seiva ( numa média por árvore de 8 a 10 litros ) que, tratada como o caldo de cana, produz açúcar amarelo-claro com forte poder de adoçar bebidas.

Nos troncos imersos e apodrecidos desenvolvem-se grandes larvas, conhecida pelo nome de “turu”, que são comidas cruas, tendo um alto valor proteico.

Os frutos podem ser encontrados de janeiro a julho, algumas vezes a partir de novembro a dezembro.

* BACABA

Palmeira nativa da Amazônia, dispersa pelo norte do continente, sendo mais freqüente no Pará e Amazonas, tendo como habitat ideal a mata virgem alta de terra firme e também de várzea.

Pelo mesmo processo usado para o açaí, prepara-se o vinho da bacaba, de cor creme-leitoso, consumido com a farinha de mandioca e açúcar. É um vinho de sabor realmente agradável, mas com um teor de óleo bastante elevado, o que faz recomendar comedimento no seu consumo. Esse óleo, semelhante ao da oliva, pode ser separado do vinho por processos caseiros, e utilizado em frituras.

A época da produção da bacabeira coincide com o período mais chuvoso, isto é, de janeiro a abril. Diferentemente do açaizeiro.

* BACABINHA

Esta palmeira ocorre somente no alto Amazonas e em alguns países do norte da América do Sul e da América Central. Seus frutos fornecem vinho igual ao da bacabeira, diferindo apenas em tamanho.

* PATAUÁ

O patauá distribue-se por todo o norte da América do Sul até o Panamá. Ocorre em toda a Amazônia com maior incidência nas matas de várzeas do estuário, no Pará, mais precisamente na parte central-oeste de Marajó.

A polpa fornece o “vinho de patauá”, muito parecido com o da bacaba, sendo o preparo e o consumo iguais ao desta e do açaí. É muito apreciado esse vinho, porém deve ser ingerido em quantidade moderada devido ao seu elevado teor em óleo nos frutos.

Safra entre outubro e março do ano seguinte.

* PUPUNHA

Desde a época do descobrimento do Novo Mundo, conforme relatam os antigos historiadores, a pupunheira tem sido cultivada pelas populações indígenas que nela encontraram uma das mais importantes fontes alimentares e essa importância passou a ser reconhecida através das celebrações festivas com que muitas tribos marcavam o início da colheita.

Os frutos, após cozidos com sal,  são consumidos com mel, ou açúcar, porém com café é a forma mais usual. Ressalta-se ainda o aproveitamento do palmito, que é de boa qualidade, e de outras partes da planta.

É importante ressaltar que os frutos são ricos em proteínas, carboidratos e vários elementos minerais, como cálcio, ferro, fósforo, entre outros, em um alto teor de vitamina A. O aparecimento dos frutos inicia-se, quase regularmente, no mês de novembro, prolongando-se até junho do ano seguinte. O clímax da safra está entre março e maio.

* CAMU-CAMU ( caçari ou araçá d’água )

É um arbusto ou pequena árvore, disperso em quase toda a amazônia, encontrado no estado silvestre nas margens dos rios e lagos, geralmente de água preta. Apesar de seu alto teor nutritivo, especialmente em vitamina C ( 2.606 mg/100 g do fruto contra 1.790 mg da acerola ), o mesmo é praticamente ignorado pelos caboclos da região, os quais quando muito, a utilizam como tira-gosto ou  isca para peixe, sendo este o principal dispersor das sementes. Sua produção se dá normalmente entre os meses de novembro a março, porém há também a produção ainda que menor, nos meses de abril a julho.

Dada a sua elevada acidez, dificilmente são consumidos na forma natural. Podem ser utilizados para o preparo de sucos.

* ARAÇÁ-BOI

É um arbusto com cerca de três metros de altura, com ramos desde o solo, usualmente cultivada no Brasil, Peru e Bolívia.

Com a planta bem nutrida e adequado suprimento de água, floresce e frutifica continuamente o ano inteiro.

A polpa do fruto é mole e sucosa, de cheiro agradável e de sabor ácido, podendo ser aproveitada para sucos.

* ABIU

É cultivado em quase todo o Brasil e comumente encontrado no estado silvestre por toda a Amazônia. Nessa forma é, às vezes, conhecido pelo nome de “abiurana”. O número elevado de abieiros encontrados em estado selvagem na floresta amazônica leva a supor sua origem nessa região. É uma das frutas mais comuns nos quintais e pomares domésticos da região e quase sempre presente nas malocas indígenas.

Apesar de muito popular é, às vezes, depreciado por conter na casca um leite branco e viscoso que adere aos lábios de quem o consome. Sua forma de consumo é in natura. Pode ser encontrado a partir de setembro até abril.

* ABIURANA

Semelhante ao abiu, porém na forma silvestre.

* AMAPÁ

O amapazeiro é uma espécie típica da Amazônia brasileira, especialmente do Pará.

O fruto é comestível, doce e até agradável, mas constitui, sobretudo, um alimento de sobrevivência na floresta.

O leite branco, abundante, que escorre da casca ao ser cortada, é reputado como valioso remédio contra a fraqueza em geral, a tuberculose e doenças intestinais.

* ARAÇÁ

É encontrado em toda a Amazônia, cultivado ou no estado espontâneo em áreas descampadas, capoeiras, cerrados, campo limpo, pastos, etc.

Devido a sua pronunciada acidez os frutos quase não são consumidos ao natural, mas em forma de suco. Floresce de junho a dezembro e frutifica de outubro a março.

* ARAÇÁ-DE-ANTA ( Goiaba de anta )

Espécie tropical dispersa por toda a Amazônia, chegando quase ao sul do Brasil, ocorrendo geralmente na vegetação secundária e algumas vezes na mata primária.

Da abertura da flor até a maturação completa dos frutos ocorre um período muito curto, razão porque a planta é comumente encontrada com flores e frutos verdes ao mesmo tempo, o que ocorre entre agosto e outubro, principalmente.

Em situação de escassez alimentar na floresta, os frutos, adocicados e de sabor suave, podem constituir um bom suprimento. Consome-se ao natural.  

* ATA ( Pinha ou fruta do conde )

É uma planta de origem americana, provavelmente das Antilhas, de onde se espalhou, sob cultura, por todas as três Américas e países asiáticos. No Brasil encontrou, nos estados do Nordeste, as melhores condições climáticas para o seu desenvolvimento onde, até hoje, é largamente cultivada.

É um fruto de sabor incomparável pela delicadeza e doçura, consumido essencialmente no estado natural, isto é, como fruta fresca. Frutifica nos meses de março a maio.

* BACURI

Em toda a Amazônia a área de maior concentração do bacurizeiro é o estuário do grande rio, com ocorrência mais acentuada na região do Salgado e na Ilha de Marajó. Nesses locais, prolifera com bastante facilidade, chegando, em alguns casos,  a ser considerado uma praga invasora. No estado do Amazonas, sua raridade indica que foi mínima a expansão desta planta.

O bacuri é uma das frutas mais populares no Pará, o maior produtor. Os frutos são variáveis não só no tamanho e cor, como também no nível de acidez. Alguns são bastante doces, logo , preferidos para o consumo ao natural. Os frutos bastante ácidos são empregados nos sucos.

O bacurizeiro  floresce regularmente entre junho e julho. A queda de frutos maduros tem início em dezembro, prolongando-se até maio do ano seguinte.

*  BACURIPARI

Espécie de provável origem amazônica, dispersa por todo o norte da América do Sul abrangendo quase todo o território brasileiro até o Paraguai. Em estado silvestre habita a mata de terra firme ou de várzea, igapós, capoeiras, etc. sendo, de todos os bacuris, o mais cultivado por toda a região. Os frutos são consumidos no estado natural e são muitas vezes bem apreciados.

Floração entre os meses de junho e novembro, com frutos maduros a partir de agosto até fevereiro do ano seguinte.

* BANANA

 A bananeira perdeu a capacidade de reprodução por sementes, perda essa decorrente de sua multiplicação vegetativa que vem sendo praticada desde tempos remotíssimos. Veremos alguns tipos mais comuns:

- BRANCA - É uma das mais cultivadas; conhecida em outras regiões como “banana maçã”.

- PRATA - É tão popular e cultivada quanto a branca. Geralmente indicada em regimes dietéticos e para crianças.

- CHORONA - Em outras regiões é chamada “d’água. Bastante apreciada.

- PACOVÃO  OU CHIFRE DE BOI - São as maiores bananas conhecidas na região; medem até 30 cm de comprimento e pesam até 500 g. Come-se cozida, assada ou frita, tanto madura como verde; o consumo in natura é raro e somente quando a casca apresenta-se totalmente preta.

- COMPRIDA - Conhecida também como pacovinha ou “pacovi”. Muito parecida com a pacovão, diferindo apenas no tamanho. Seu consumo é idêntico.

- INAJÁ - São as menores bananas conhecidas na região; lembra o inajá, daí o seu nome. Em outras regiões é chamada de “banana ouro”.

- SÃO TOMÉ - Fruto grosso, casca amarelo-esverdeada e polpa róseo-avermelhada, de cheiro ativo; é banana de baixa cotação no comércio, pouco apreciada.

- ROXA - Muito semelhante a São Tomé, porém com a casca roxa ou vermelho-arroxeada; também de baixa cotação.

* BIRIBÁ

 Acredita-se que o Biribá tenha a sua origem na região fronteira da Amazônia brasileira com o Peru e daí se espalhou por todo o resto da dita região até o nordeste brasileiro e para o norte sua dispersão alcançou as antilhas e outras partes do Caribe. O biribá é uma das frutas mais populares e mais cultivadas nos pomares domésticos de toda região.

A polpa do biribá é de sabor suave e adocicado, sendo consumida essencialmente no estado natural, embora, ocasionalmente, seja utilizado na fabricação de sucos. Tem sua floração de julho a setembro e frutificação de novembro a maio.

* CACAU

O cacaueiro é, sem dúvida, uma planta americana, porém, como muitas outras, deixa uma interrogação quanto à sua área de origem na América.

As classes populares o utilizam ainda, como simples fruta, consumindo a polpa in natura ou em forma de refresco, licor, ou ainda preparando, das sementes, e por processos rudimentares um chocolate caseiro.

O cacau é da maior expressão econômica, porquanto suas amêndoas são mundialmente conhecidas e empregadas na fabricação de vários produtos, principalmente o chocolate, um alimento de alto valor nutritivo.

* CACAUÍ

Cresce de preferência na mata de terra firme não inundável, sendo bastante dispersa mas não frequente, e pouco cultivada. Difere do cacau pelo tamanho.

* CAJARANA

Espécie originária das ilhas Sociedade e Fiji no sul do Pacífico e atualmente cultivada em quase todos os países tropicais do mundo. Introduzida no Brasil, supostamente, através de Caiena. É uma fruteira pouco cultivada nos pomares domésticos.

Na plena maturidade os frutos têm sabor doce-acidulado, bem atrativo, consumidos normalmente no estado natural. Frutos maduros de julho a dezembro.

*CAJU

É originário do litoral atlântico da América tropical, incluindo as Antilhas. Sua reputação como fruta de alto valor na dieta alimentar e de grande importância econômica, fez com que logo se espalhasse por todo o mundo tropical onde, em muitas regiões do Novo e Velho Mundo, escapando das culturas, tornou-se espontâneo.

A planta encontrou no nordeste as melhores condições de crescimento.

Apesar de fornecer uma gama de produtos de importância econômica, destaca-se o pedúnculo, em forma natural  e a castanha , assada e salgada.

A casca do tronco e galhos é usada, em infusão, contra tumores e inflamação da garganta.

Tem a reputação como revigorante do organismo humano e tem sua frutificação de outubro a janeiro, com um pico em novembro/dezembro, fim da estação seca. Contudo, há variedades que frutificam até março, e ainda outras, com frutos fora dessa época.

* CAJUI

Espécie nativa, de cor avermelhada e castanha menor que a do caju, dispersa na Amazônia desde o Maranhão até Mato Grosso e Guianas. Habita na mata alta de terra firme ou de várzea, sendo raramente cultivada.

O cajui contém alta quantidade de suco, agridoce, de cor rósea e sabor agradável, sendo por isso consumido, de preferência, in natura.

Sua frutificação tem início geralmente em dezembro, prolongando-se mais ou menos até abril.

* CARAMBOLA

A caramboleira é nativa da Ásia tropical, contudo, deve ser nativa do continente americano e, para outros, das moluscas. O

certo é que, no Brasil foi introduzida no ano de 1817.

É uma planta de certa forma atrativa, especialmente pela forma incomum dos seus frutos, produzidos em quantidade apreciável por cada árvore. Não raro, a caramboleira é cultivada nos pomares domésticos. Seus frutos, apesar de bastante ácidos, e com elevado teor de oxalato de cálcio, são ocasionalmente consumidos na forma natural, sendo mais comum o seu uso no preparo de sucos.

* CASTANHA-DO-PARÁ ( Castanha do Brasil )

A Castanheira é, sem dúvida, nativa da Amazônia. Sua área de distribuição abrange quase toda a região e partes amazônicas da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guianas. Tem por habitat natural a mata virgem alta de terra firme.

A castanha-do-Pará é uma essência vegetal de alto valor alimentar ( 1.049 calorias ) e de expressão no comércio internacional.

* CUPUAÇU

O cupuaçu é espécie nativa do Pará, onde pode ser ainda encontrado em estado silvestre na mata virgem alta de várias localidades do Amazonas.

Apresenta um cheiro característico forte.

Come-se o cupuaçu de várias maneiras, sendo a menos preferida o consumo da polpa, diretamente in natura. O uso mais popular é em forma de refresco ou ainda, misturado com farinha de mandioca.

As sementes contém 48% de uma gordura branca e aromática, prestando-se para fabricação de chocolate, também chamado de cupulate.

Frutificação no primeiro semestre do ano com o pico nos meses de fevereiro a abril.

* CUPUAÇU-DO-MATO ( Cupurana )

Espécie silvestre pouco conhecida, encontrada pela primeira vez no rio Canumã, afluente do Madeira. É utilizado pelos habitantes da região na forma de vinho preparado do mesmo modo como o do cupuaçu cultivado.

Não apresenta o mesmo cheiro forte do cupuaçu.

Floresce em novembro, com frutos maduros a partir de maio.

* CUPUI

Espécie dispersa desde o Pará até a área amazônica dos países vizinhos da região. Habita geralmente na mata das terras altas, de preferência às margens úmidas dos igarapés.

Semelhante ao cupuaçu, diferindo no tamanho ( menor ), polpa mais adocicada e casca mais fina.

Os frutos são bastante apreciados, servindo a polpa no preparo de refresco. São também muito procurados pelos macacos. Frutifica nos meses de fevereiro a maio.

* CUTITE

Algumas formas selvagens do cutite têm sido encontradas na bacia amazônica sendo, portanto, muito provável que daí se originaram as formas hoje cultivadas, desde o nordeste brasileiro ao Mato Grosso, norte da América do Sul, América Central e possivelmente até a Guatemala.

O cutizeiro é uma fruteira tipicamente doméstica e já foi, em tempos passados, muito cultivado.

A consistência e a cor da polpa dos frutos são bastante parecidos com a gema do ovo cozido e tem sabor agradável e cheiro bem pronunciado o que, a princípio, parece enjoativo para algumas pessoas.

Em geral o cutizeiro frutifica em abundância e algumas vezes a carga é tão excessiva que os galhos mais fracos não resistindo ao peso dos frutos vêm abaixo. Frutos maduros de outubro a fevereiro.

* FRUTA-PÃO

É originária de certas ilhas do sul do Pacífico, hoje espalhada por todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo.

Temos algumas citações que dizem: “a fruta-pão é um dos mais importantes frutos alimentares do mundo”. “Por seu alto conteúdo em carboidrato é um alimento energético de primeira ordem”. “Como alimento é superior ao pão branco comum”.

Tais conceitos não parecem válidos ou são desconhecidos da população, que só ocasionalmente comem a fruta.

Os frutos, colhidos pouco antes da maturação e assados em forno, ou cozidos, tem o sabor e a consistência do pão fresco de trigo, substituindo-o perfeitamente. Suas sementes, depois de cozidas, têm sabor idêntico ao da castanha européia. Frutifica geralmente na segunda metade do ano.

* GOGÓ-DE-GUARIBA

Sua planta é um cipó grande da mata ou beira de rios.

Espécie bastante rara, encontrada muito esporadicamente, contudo é ótima fruta de sobrevivência.

* GRAVIOLA

A graviola é atualmente cultivada em várias partes do mundo, desde o sul da Flórida ( EUA ) até a China, África e Austrália, e foi uma das primeiras frutas levadas do Novo Mundo para outras regiões tropicais. Essa dispersão mundial da graviola é, naturalmente uma decorrência do excelente sabor e aroma de seus frutos, tão atrativos que já recebeu elogios de “insubstituível para sorvetes e bebidas.

Os frutos podem ser consumidos in natura porém há grande preferência pelo sorvete e pelo suco e, nesta forma, é largamente industrializado em toda parte do mundo. Suas folhas tem emprego na medicina caseira e ultimamente tem sido muito procuradas e utilizadas em forma de chá para baixar o teor de açúcar no sangue. É, contudo, uma auto medicação arriscada por não se conhecerem os princípios ativos e dosagens.

Os frutos podem ser encontrados, praticamente durante o ano inteiro, com maior abundância entre julho e setembro. Em Manaus o período de frutificação corresponde aos meses de janeiro, fevereiro e março.

* GUARANÁ

Arbusto escandente ou cipó lenhoso. Em cultura a céu aberto, com um tutor, tem porte reduzido, enquanto no estado espontâneo na mata, cresce como um cipó vigoroso até alcançar o extrato superior.

O guaraná é uma planta nativa da Amazônia, de cultura pré-colombiana tão antiga que a forma verdadeiramente espontânea, selvagem, não é mais conhecida. A primeira notícia do uso do guaraná pelos nativos da Amazônia foi dada em 1669, falando de grande força, ausência de fome, diurética, tira febres, dores de cabeça e cãimbras.

Após pesquisas, foi levantado as seguintes características medicinais do guaraná: antitérmico, antineurálgico e antidiarréico, é estimulante poderoso comparável à cola africana; é analgésico comparável, nos efeitos, a aspirina, tendo sobre esta a vantagem de não deprimir o coração, nem comprometer o funcionamento do fígado e rins; é antigripal eficiente.

O processo tradicional de beneficiamento do guaraná é aquele, legados pelos Maués, ainda hoje em uso, se bem que mais aperfeiçoado. Após a colheita do fruto as sementes são separadas da casca e deixadas em repouso até a fermentação do arilo, o que facilita sua remoção. A seguir são torradas em forno de chapa e removido o tegumento da amêndoa. Este é o produto vendido no comércio, conhecido como guaraná em rama. Para se obter o guaraná em pó, basta ralar a rama na língua do pirarucu                    ( extremidade do osso hióide desse peixe ) ou, utilizado nos tempos modernos, a “grosa”.  

A partir de julho tem início a floração, que vai até setembro e, já em novembro começam a amadurecer os primeiros frutos.

* INAJÁ

O inajá encontra-se em toda a Amazônia e países circunvizinhos. Sua maior incidência é no Pará e mais precisamente no estuário amazônico, onde parece ter a sua origem, chegando até o Maranhão. É uma das palmeiras mais comuns da terra firme de solo areno-argiloso, preferindo as áreas de vegetação aberta ou mesmo os campos.

Os frutos são consumidos quase sempre no estado natural, acompanhados de farinha de mandioca. Após a retirada da casca, a polpa é raspada com colher ou faca ou então roída, o que é mais comum. A polpa de sabor levemente doce é, algumas vezes, usada no preparo de mingau, com farinha ou amido, que é administrado as pessoas em estado de fraqueza geral.

Um excelente palmito pode ser obtido do inajazeiro, contudo é exigido considerável esforço para sua retirada devido a grande espessura do estipe.

Durante o primeiro semestre do ano, ou até um pouco mais além, o inajá tem sua frutificação.

* INGÁ

O gênero Inga é atualmente representado na Amazônia brasileira por aproximadamente 180 espécies e deste número só um pequeno grupo de 4-5 espécies tem expressão como fruta comestível, cabendo, indiscutivelmente, o primeiro lugar pela sua maior popularidade, ao ingá-cipó, numa forma já melhorada pela cultura.

- INGÁ-CIPÓ - O ingazeiro tem uma larga distribuição na América do Sul, abrangendo todo o Brasil, provavelmente excetuando o extremo sul.

O ingá-cipó é uma das árvores frutíferas mais populares em toda a região. A polpa que envolve as sementes é consumida no estado natural e não consta haver outra forma de consumo. Sua frutificação pode ocorrer 3 vezes ao ano, contudo, é entre os meses de agosto/ setembro que tem seu maior pico.

- INGÁ-AÇU - É nativo da Amazônia brasileira e sua distribuição geográfica estende-se até às Guianas. É comum no estado silvestre nas várzeas marginais do rio Amazonas desde o estuário até o Peru, bem como nos rios Madeira e Purus, até o Acre. É bastante cultivada no Pará e Amazonas. A polpa que envolve as sementes é consumida no estado natural e não consta haver outra forma de consumo, igual ao ingá-cipó.  Os frutos são encontrados em grande quantidade nos meses de março a maio e algumas vezes em novembro e dezembro.

- INGÁ-COSTELA - Espécie nativa da Amazônia frequente na mata úmida de terra firme e margens inundáveis de rios do estuário, rio Tocantins e baixo Amazonas, no Pará; também nos rios Negro e Madeira, Amazonas; citada ainda para a Guiana Francesa e Venezuela.

- INGÁ-XIXICA - Esta espécie é largamente espalhada e frequente por toda Amazônia, até o Brasil Central e países vizinhos, chegando a América Central. Comum nas capoeiras e capoeirões de terra firme arenosa ou argilosa, rara na mata primária.

O conteúdo comestível ( polpa ) é extremamente escasso, resumindo-se no diminuto suco adocicado que as pessoas limitam-se apenas em sugá-lo. Frutificação entre agosto e setembro.

- INGAPÉUA -

Difere dos outros pelo fato do fruto apresentar o pericarpo revestido de pêlos amarelos levemente áspero. Encontrada sobretudo em solo fértil humo-argiloso, úmido mas não inundável.

A época de maior floração situa-se entre os meses de julho e outubro, com frutos maduros a partir de janeiro até abril; contudo, não raro, encontram-se plantas com flores e frutos ao mesmo tempo.

* JACA

A jaqueira, originária da Índia, é cultivada em todos os países tropicais do mundo. Foi introduzida no Brasil por volta do século 18 através da Bahia e por essa razão algumas vezes denominada de jaca-da-Bahia. Cultiva-se a jaqueira em toda a Amazônia e, pela facilidade com que germinam as sementes ela prolifera espontaneamente por toda parte, sendo comum a ocorrência de pequenas concentrações da planta em áreas de antigas habitações.

A parte comestível da jaca são os frutículos, resultantes dos ovários das flores, que se tornaram carnosos durante o crescimento, constituindo os “bagos” de cor amarelada, sabor doce, cheiro forte e característico. Os “bagos” podem ser de consistência endurecida ou um pouco mole e daí a distinção de duas variedades muito conhecidas da jaca: “jaca dura” e “jaca mole”; nesta, geralmente menor, distingue-se o tipo “manteiga”, muito apreciado pelo sabor mais doce e delicado dos “bagos”. As sementes podem ser consumidas após assadas ou cozidas e, comenta-se, são ligeiramente afrodisíacas.

Os frutos iniciam a maturação a partir de outubro, prolongando-se até mais ou menos abril do ano seguinte.

* JAMBO

O jambeiro é originário da Malásia, região de Malaca e atualmente cultivado em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo, principalmente como planta decorativa e para sombreamento de logradouros públicos.

Na Amazônia o jambeiro, assim como a mangueira, é uma das plantas exóticas mais difundidas e popularmente conhecida, não só nas  capitais, mas em todo o interior distante, como cidades, vilas, povoados e até em aldeias indígenas e, não raro, em estado subespontâneo no meio da vegetação natural em lugares de antigas habitações.

Pelo tamanho e cor externa os frutos do jambeiro parecem muito atraentes, porém seu sabor é quase medíocre, contudo muito consumido no estado natural, pela sua polpa refrescante, rica em água que não deixa de ser agradável para muitas pessoas. Há referências de consumo do fruto cozido, em conserva ou em forma de vinho.

Já foi observada produção de frutos durante o ano inteiro, podendo haver, num mesmo ano, dois períodos de abundância, geralmente de abril a maio e outro de agosto ou setembro, até novembro.

* JENIPAPO

 O jenipapeiro é, com certeza, uma planta originária do norte da América do Sul onde é encontrado tanto no estado selvagem como cultivado, desde os tempos pré-colombianos.

É comum em toda a Amazônia brasileira, em estado espontâneo e cultivado, principalmente nas várzeas ao longo dos rios de águas claras e lugares de antigas habitações indígenas.

O fruto do jenipapeiro só deve ser consumido bem maduro, quando o pericarpo apresenta-se amolecido e deformando-se com o manuseio. Para o consumo in natura deve-se adicionar açúcar à polpa para suavizar a acidez. Mas o consumo tradicional do jenipapo é sobretudo na forma de licor, muito apreciado, prestando-se ainda para refrescos, xaropes e doces cristalizados.

Os frutos começam a amadurecer, sempre a partir do mês de fevereiro, até maio, e depois da colheita surgem novas flores ( no Nordeste ).

* MAPATI

Espécie nativa da parte ocidental do Amazonas ( alto rio Negro e Solimões ), muito cultivada pelos índios e civilizados daquela região, principalmente nas fronteiras com o Peru e Colômbia, “abundantíssima nos arredores de Iquitos”. Fora dessa área é pouco conhecida e menos cultivada. Na Bahia, recebe a denominação de “tararanga preta”.

Os frutos do mapati são muito parecidos com a uva comum e até o próprio cacho é semelhante, embora não tenha a delicadeza daquela. Comem-se os frutos do mesmo modo ( in natura ), sugando a polpa e atirando-se fora as cascas e sementes.

Frutificação entre setembro e fevereiro do ano seguinte.

* MARACUJÁ

É abundantemente cultivado na Amazônia. Encontra-se espalhada por todos os países tropicais do mundo, com cerca de 400 espécies, sendo a forma de frutos roxos bastante comum na Austrália, Havaí, Mediterrâneo, África do Sul e outros países, onde tem considerável importância econômica.

O maracujá é utilizado de muitas maneiras, sobretudo como refresco.

A frutificação ocorre durante quase o ano inteiro notando-se uma redução no fim da estação chuvosa ( maio a julho ), motivada, pela ausência de insetos polinizadores no período chuvoso.

* MARACUJÁ-SUSPIRO ( Maracujá-do-mato )

Espécie de maracujá silvestre, comestível, disperso por todo o norte da América do Sul. É comum por toda a Amazônia, crescendo espontaneamente na vegetação secundária ( capoeira baixa ) , beira de rios, de estradas, ou em qualquer outro local mais ou menos descampado com suficiente iluminação solar.

Os frutos, embora sem um aroma capaz de ser percebido é, entretanto, doce sem nenhuma acidez, prestando-se para o consumo no estado natural como o fazem, de fato, muitas pessoas, ao encontrá-los no mato. Frutifica entre os meses de abril e agosto.

* MARIMARI

Espécie dispersa por quase todo o Pará e Amazonas, com ocorrência bastante acentuada, do baixo Amazonas até Manaus onde, provavelmente tem o seu centro de origem. É planta silvestre característica de ambientes úmidos ou alagados, como sejam: matas de igapó, de várzeas inundáveis, lagos, igarapés, etc. É, algumas vezes, cultivada fora de seu ambiente. O período de maior floração está entre os meses de julho a setembro, com frutos maduros a partir do início do ano ou um pouquinho antes.

* MURUCI

Muitas outras espécies conhecidas pelo mesmo nome, ocorrem no estado silvestre na Amazônia. Isso sugere que esse gênero tenha, aí, o seu centro de origem e dispersão.

O muruci é planta típica de áreas campestres, dunas, capoeiras rarefeitas,savanas, etc., sempre em solos arenosos.

No geral, os frutos não são consumidos  ao natural, sendo a forma mais simples o refresco, às vezes misturado com farinha de mandioca.

A época de frutificação tem início em novembro/dezembro,   estendendo-se até abril/maio do ano seguinte quando os frutos são encontrados em abundância.

* PAJURÁ

Esta espécie é nativa da bacia amazônica e distribuída desde a parte central até as Guianas. Muito frequente no estado silvestre em matas de terra firme e bastante cultivado em Manaus e arredores, em pomares domésticos.

Os frutos do pajurá são consumidos no estado natural; o mesocarpo ( única parte comestível ) é de cheiro atrativo, sabor doce e agradável, porém considerado “pesado”, em razão do que nem sempre é consumido todo um fruto de uma só vez.

Em Manaus é bastante comum, com sua frutificação de setembro a maio.

* PINDAEUA

O fruto é um sincarpo ovalado ou arredondado, muricado, até 8 cm de diâmetro, amarelo-ferrugíneo quando ainda imaturo, tornando-se mesclado de vermelho na maturidade, polpa creme consistente de sabor doce, com muitas sementes.

Espécie nativa do Pará e dispersa desde o Maranhão, Pará, Amazonas, Roraima, até o Mato Grosso. Só conhecida no estado silvestre, habitando as capoeiras e matas de terra firme. Os frutos quando bem maduros são consumidos no estado natural ou, ocasionalmente, como refresco.

A floração e frutificação ocorre principalmente entre dezembro e fevereiro.

* PIQUIÁ

Espécie distribuída por toda a Hiléia, desde a faixa atlântica, entre o noroeste do Maranhão e a Guiana Francesa, até o alto Amazonas, disperso na mata alta de terra firme, com maior concentração na região do grande estuário.

O piquiá é muito, e mais apreciado pelas classes populares, que se deliciam com o sabor e cheiro incomuns de sua polpa, comestível depois de cozida. Separados da casca, os caroços ( e a sua polpa ) são levados ao fogo juntamente com o feijão, cozido ou o arroz; a polpa é consumida pura ou com farinha, que pode ser acompanhada de café, ou ainda com o arroz no qual foi cozida. A amêndoa é também, oleosa e comestível, porém geralmente desprezada devido a trabalhosa remoção dos espinhos. Frutos maduros em abundância podem ser encontrados nos meses de março a maio ou até junho.

* PITOMBA

A pitombeira é originária da parte ocidental da Amazônia onde provavelmente ainda ocorre no estado selvagem. Atualmente encontra-se cultivada ou propagada espontaneamente em quase todo o território brasileiro, desde o Amazonas até o Rio de Janeiro e também no Paraguai e Bolívia.

O conteúdo comestível do fruto é o arilo que envolve as sementes, o qual, embora escasso, é doce, acidulado e de sabor bastante agradável, consumido apenas no estado natural. O período de frutos maduros vai de dezembro até fevereiro, aproximadamente.

*  SAPOTI ( ou sapotilha )

O sapoti é supostamente originário de uma região entre o sul do México e Costa Rica, sendo, atualmente cultivado em várias regiões tropicais do Novo e Velho Mundo.

Há tempos o sapotilheiro vem sendo cultivado não somente pelos seus deliciosos frutos, mas também como principal fonte da matéria prima ( chicle ) para a fabricação da goma de mascar            ( Chewing Gum ) obtida através de incisões no tronco. No Brasil, a planta tem valor como frutífera, cultivada somente para tal. A melhor forma de consumo dessa fruta é, sem dúvida, no estado natural. Os frutos são encontrados durante quase todo o ano.

* SAPUCAIA

Supõe-se que seja originária da parte central-leste da Amazônia onde é bastante frequente, embora sua dispersão estenda-se até às Guianas e provavelmente à Colômbia. É razoavelmente comum no estado silvestre nas matas de várzea e de terra firme habitando, de preferência, nas margens de rios e em áreas de vegetação pouco densa, e ocasionalmente cultivada.

As amêndoas da sapucaia são tão saborosas quanto as da castanha-do-Pará e contém cerca de 51% de óleo comestível.

Um dos fatores negativos para sua comercialização é o desprendimento espontâneo do opérculo, libertando, com isso, as sementes; estas se dispersam por entre a vegetação, dificultando a sua colheita. Logo a seguir são avidamente devoradas pelos animais roedores da floresta. A floração ocorre geralmente entre maio e agosto, com frutos maduros cerca de 08 a 10 meses depois.

* SORVINHA ( ou sorva )

 Espécie nativa do Amazonas, frequente no estado espontâneo especialmente no alto rio Negro, rio Japurá, Solimões e região de Manaus onde é ocasionalmente cultivada em sítios domésticos.

Os frutos da sorveira são muito apreciados, consumidos somente no estado natural, às vezes com a casca e as sementes, o que nem sempre é aconselhável.

As sorveiras são também exploradas para a fabricação de goma de mascar. Regionalmente o leite da sorva é empregado na calafetagem de pequenas embarcações e, nos lugares mais afastados costumam misturá-lo ( na medida de 3 ( água ) para 1        ( leite da sorva ) ) com café ou então pode ser utilizado em forma de mingau com outros ingredientes. A frutificação se dá entre junho e novembro ou de março a agosto.

* TAMARINDO

Espécie originária do Velho Mundo, provavelmente da Índia. Encontra-se hoje cultivado e naturalizado em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo inteiro, não somente pelos seus frutos comestíveis e medicinais, mas também como arborização de logradouros públicos e de excelente qualidade.

Os frutos são empregados na fabricação de sorvetes e refrescos. São vistos nos meses de julho a dezembro, muitas vezes em quantidade apreciável, procedentes de algumas cidades interioranas mais próximas onde ainda existem algumas plantações.

* TAPEREBÁ(Cajá no Nordeste-Cajamirim no Sul)

A origem do taperebá é, com certeza, americana porém não se pode precisar a região do seu indigenato, embora alguns indícios fazem supor que seja na Amazônia onde ele ocorre em estado silvestre em maior proporção do que cultivado. Na Amazônia encontra-se na mata de terra firme e de várzea, sendo comum em lugares habitados, porém em estado subespontâneo.

O fruto do taperebá é um dos mais apreciados na região, principalmente o refresco, o sorvete e o picolé, dele fabricados. Quando maduros, os frutos devem ser consumidos logo porque se deterioram em pouco tempo, além de serem bastante sensíveis ao manuseio. Aparecem durante uma boa parte do ano, porém com mais frequência e abundância nos meses de dezembro a junho.

* TUCUMÃ-DO-PARÁ

Esta espécie é nativa do norte da América do Sul, possivelmente do Estado do Pará, onde tem o seu centro de dispersão, até a Guiana Francesa e Suriname. É palmeira característica da terra firme alta, de cobertura vegetal baixa, ou mesmo do campo limpo.

Os frutos são consumidos no estado natural, algumas vezes como vinho. Ocasionalmente são empregados na fabricação de licor e de sorvete.

As conclusões tiradas sobre o valor nutritivo do tucumã são os seguintes: a) seu potencial de pro-vitamina A é de 52000 unidades internacionais por 100 g, valor só igualável pela polpa do buriti, sendo 90 vezes mais elevado que o da polpa do abacate e 3 vezes superior ao da cenoura, vegetal até bem pouco tempo considerado a melhor fonte de pro-vitamina A; b) sem valor em vitamina B1 ( tiamina ) é bem interessante e o teor de vitamina C       ( ácido 1 - ascórbico ) rivaliza com os frutos cítricos; c) o valor energético da polpa alimentícia é significativamente alto em relação aos frutos frescos em geral, 247 calorias por 100 g conseqüente de glicídios 19,1% lipídios 16,6% e protídios 3,5 %.

O tucumã tem ainda outras utilidades que beneficiam o interiorano ou o silvícola. As folhas devidamente tratadas dão fibras finas e resistentes, usadas na confecção de cordas para arco, fabricação de redes, de pescar e de dormir ( rede de tucum ). Em quantidade apreciável os frutos aparecem durante a primeira metade do ano.

* TUCUMÃ DO AMAZONAS

Este tucumã parece ser nativo do Amazonas onde é muito frequente, dispersando-se por outras áreas ( Guianas, Peru e Colômbia ) e, ao que parece, não chega ao Estado do Pará. É comum na vegetação secundária ( capoeira ) ou nos descampados em solos pobres e degradados.

Diferencia-se do tucumã-do-Pará por ser menos fibroso e em consequência de melhor qualidade para o consumo in natura.

Os frutos e outras partes da planta têm praticamente os mesmos usos do tucumã paraense.

Sua frutificação se dá nos meses de janeiro a abril.

* UXI

O uxizeiro é indígena no Pará e Amazonas; é espécie tipicamente silvestre da mata primária de terra firme.

A polpa do uxi é oleosa, de sabor e cheiro peculiares, muito agradáveis; é consumida no estado natural, pura ou com farinha de mandioca, constituído um importante complemento na alimentação das classes populares. Quando cai da árvore, o fruto ainda não está em condições de ser consumido; deve-se esperar de 3-5 dias, quando a casca e polpa cedem à pressão dos dedos, sinal de que está maduro.

A frutificação inicia regularmente em dezembro terminando definitivamente em junho.

* UXICURUÁ ( Uxi coroa )

Espécie rara, limitada à região do baixo Amazonas até Manaus. Os frutos são consumidos no estado natural ou cozidos. Sua frutificação se dá de janeiro a abril.

*** FOLHAS COMESTÍVEIS

  1. Alfavaca - Suas folhas são empregadas como condimento, proporcionando aos pratos um sabor todo especial, principalmente peixe.
  2. Bicuiba cheirosa - Suas folhas são empregadas como condimento, já que secas, têm o cheiro das folhas de chá da Índia, e se prestam admiravelmente para a referida infusão.
  3. Caruru - Existem duas variedades desse legume: o CARARU LINGUA DE VACA e o CARURU MIÚDO. As folhas de ambas as qualidades são usadas como saladas. Depois de colhidas e lavadas, retira-se dos talos, despeja-se um pouco de água quente em cima, depois escorre-se e sobre elas quebra-se, numa frigideira, um ou dois ovos, e se põe para frigir. É o prato denominado Espernegado.
  4. Comida de jabuti - Arbusto rasteiro que medra em locais úmidos. Possui folhas verde - garrafa, as quais, depois de bem lavadas, são consumidas cruas, como salada, temperada com sal, uns pingos de vinagre e água com azeite doce.
  5. Chicória - Arbusto que é usado como tempero culinário, dando um sabor todo especial aos pratos com os quais é temperado.
  6. Jambu  - Também conhecido por AGRIÃO DO PARÁ. Toda a planta tem um sabor acre, provocando salivação quando mastigada. As suas folhas são empregadas na alimentação, usadas cruas ou misturadas com outras verduras, como saladas ou cozidas com a carne. É um dos temperos indispensáveis no PATO COM TUCUPI e no TACACÁ, pratos regionais.
  7. Taboca - Seus rebentos novos do rizoma são comestíveis.
  8. Uacima da praia - Suas folhas e os renovos são comestíveis.

*** PLANTAS e árvores MEDICINAIS ( Cujos princípios ativos são conhecidos ) 

  1. Algodão bravo - É planta purgativa, sendo o seu princípio ativo um glucosídio denominado ORIZINA ou JALAPINA.
  2. Andirauxi - Sua amêndoa é emética e vermífuga, e se torna tóxica em altas doses. Contém o alcalóide denominado BEBERINA e o glucosídio ANDIRINA. Seu óleo é usado para combater os edemas provocados pela erisipela.
  3. Arranca pedras - O uso dos seus frutos e as sementes são remédios contra a diabete e a pedra na bexiga. O decocto da raiz é antiicterício, diurético e purgativo. O princípio ativo contido na raiz é o FILANTINA, que é de gosto amargoso e também tóxico. O seu chá é remédio contra a prostatite, mas com as cautelas necessárias e assistência imprescindível do médico. ( Não confundir esta planta com o QUEBRA PEDRA ).
  4. Buchinha - A polpa do fruto desse cipó é empregado no tratamento da hidropsia, no entanto exige grande cautela no seu uso, uma vez que ele é de ação drástica e violenta, inflamando as mucosas, quando ingerido em doses erradas. Seu princípio ativo é o alcalóide BUCHINA. O extrato seco do seu fruto inteiro, misturado com o extrato de folhas do Maracujá, tem sido usado como abortivo, porém precisa ser ingerida a dose certa, para evitar efeitos colaterais.
  5. Cacau - Sua semente é um diurético de excelente qualidade, contendo de 1,50 a 2 % do alcalóide TEOBROMINA.
  6. Camapu - Também conhecido por JUAPOCA. Seu suco é usado no tratamento das dores do ouvido. A infusão das raízes é um ativo diurético, sendo empregada no tratamento do reumatismo e das doenças do fígado, porém precisa ser dosado com extrema cautela, uma vez que a planta é algo narcótica. O princípio ativo que existe em toda a planta é um glucosídio de gosto amargo denominado FISALINA.
  7. Caraúba - Também conhecida por PARAPARÁ. Sua casca e raiz são poderosos sudoríficos. A infusão das folhas é empregada no tratamento da sífilis. A decocção como lavagens no tratamento das boubas e úlceras externas. A casca da raiz possui um alcalóide denominado CAROBINA.
  8. Cipó cruz - Também conhecido por CAINCA. Sua raiz tem propriedades diuréticas, purgativas, emenagogas e anti-hidrópicas. A casca da raiz, triturada e mistura com água, fornece uma pasta, que é ótimo remédio contra o veneno das cobras,  se colocado em cima do local atingido. No uso interno, é preciso muita cautela, porque se torna tóxica em doses elevadas. Seu princípio ativo é o glucosídio CAINCINA.
  9. Fruta de cotia - Provavelmente poderá ser empregado no tratamento de hanseníase, como substituto do óleo de chaulmogra. É inseticida e parasiticida. O seu fruto é uma baga do tamanho de uma laranja comum, de cor branca e coberta de saliências moles, contendo elevada quantidade de sementes oleaginosas. O seu óleo contém o princípio ativo denominado CARPOTROQUINA.
  10. Guaraná - É um poderoso tônico e magnífico estimulante natural, constituindo-se em poderoso remédio contra a disenteria, nevralgia, dispepsia, hemorragias, esgotamento e deficiência cardiovascular. Suas sementes contém de 4,3 a 4,7% de cafeína; suas folhas secas 0,38% de cafeína e 1,20% de teobromina; suas raízes, na parte central, 0,19% de cafeína; a casca da madeira 0,17% de cafeína e 0,98% de teobromina; as flores 1,54% de teobromina; e os pedúnculos 0,36% de teobromina.
  11. Jurubeba verdadeira - A infusão de suas raízes é empregada no tratamento das hepatites, e o suco dos seus frutos no tratamento das icterícias e do catarro da bexiga. Seu princípio ativo é o alcalóide JURUBEBINA.
  12. Mururé - Também conhecido por MERCÚRIO VEGETAL, é estimulante energético do sistema muscular e nervoso, depurativo e anti-sifilítico de alta categoria, produzindo efeitos extraordinários no tratamento do reumatismo e da sífilis. É usada a seiva ou o látex, que é abundante. Mas é preciso ter-se cuidado, porque esse látex se altera facilmente por fermentação, salvo se lhe for adicionado álcool. Seu princípio ativo é o alcalóide MURERINA.
  13. Saboneteiro - A casca e a polpa dos seus frutos contém SAPONINA na proporção de 66,25% do peso da polpa seca, e 31,13% do peso dos frutos secos inteiros. Seu emprego seria para o tratamento da caspa e da seborréia.
  14. Sucupira do campo   - Também conhecida por SAPUPIRA DO CAMPO e CUTIÚBA. É usado no tratamento da esquistossomose, da sífilis e das afecções causadas pela gota. Também é de efeito depurativo. O seu princípio ativo é a SUCUPIRINA, contida na sua raiz.
  15. Timbó - Quase todas as variedades desse cipó são empregadas como remédio contra muitas doenças, dentre as quais destacamos o eczema rebelde. Entretanto, seu uso deve ser feito com extremos cuidados, uma vez que todos os timbós são altamente tóxicos. Os princípios ativos encontrados nesses cipós são vários, dentre os quais citamos SAPOTOXINA, ROTENONA, TEFROSINA, etc.

*** PLANTAS E ÁRVORES MEDICINAIS ( Cujos princípios ativos são desconhecidos )

  1. Amapá - Tônico excelente. O seu látex de cor branca contém um gosto amargo, e é abundante, sendo empregado no tratamento das doenças do peito, atuando também como ótimo cicatrizante interno. Tem bom efeito igualmente contra a debilidade em geral, além de ser resolutivo das contusões.
  2. Andiroba - Sua casca é empregada como lavagem sobre as úlceras externas, contra o impetigo, e outras moléstias cutâneas. Seu óleo é magnífico para massagens sobre os edemas, fazendo-os desaparecer, ou misturado ao RINCHÃO, com a mesma finalidade. Há, apenas, um inconveniente: se colocado esse óleo, sobre os edemas onde o sangue haja aflorado à pele, este fica marcado ali, por algum tempo, até ser reabsorvido pelo corpo.
  3. Bucha - A infusão das suas sementes é ótimo purgante e esplêndido antelmíntico, porém a polpa madura e a raiz são de ação drástica. O caule e as folhas podem ser usadas no tratamento das afecções hepáticas, da clorose e da amenorréia.
  4. Cajueiro -  O suco do fruto é tônico do sistema nervoso, podendo se transformar em energético depurativo. No estado do Ceará é denominado de “Salsaparrilha dos pobres”.
  5. Capim santo ou capim marinho - É ótimo diurético, sendo usado como chá. Possui sabor agradável, e as famílias do interior o usam em substituição ao café com pão da merenda vesperal.
  6. Carapanaúba - Sua casca tem sabor amargo, mas é ótimo remédio contra as febres, se for tomada como chá.
  1. Castanha sapucaia - A decocção da sua casca, parte do tronco, é tônica e diurética, combatendo a icterícia, hepatite, e é aconselhada ser usada após o ataque de febres intermitentes. A água da maceração dos ouriços é remédio contra a diabete, albuminúria e o catarro vesical.
  2. Cipó Imbé - Sua raiz, depois de seca e transformada em pó, é um drástico purgativo e corrosivo, daí o cuidado no seu uso. É empregado no tratamento da hidropsia. Igualmente as suas folhas são utilizadas, como banhos, no tratamento das orquídeas, erisipelas e reumatismos, e, finalmente, as suas folhas frescas e amassadas, são usadas como compressas sobre as ulcerações, para cicatrizá-las.
  3. Copaíba - As diversas variedades dessa árvore fornecem um óleo ou bálsamo medicinal de ótima qualidade, cujas propriedades como remédio são amplamente conhecidas por todos os moradores do interior do estado do Pará e da Amazônia, em geral, os quais o usam há longos anos. É empregado no tratamento das furadas de pregos enferrujados, para evitar o tétano, na cura da blenorragia aguda e crônica, nas feridas, como detersivo e cicatrizante, contra as sarnas da pele, em todos os processos inflamatórios e, ultimamente, no tratamento do câncer.  Nesse sentido algumas farmácias de Belém já vendem pílulas de copaíba, fabricadas por elas mesmas. Sendo algo tóxico, esse óleo deve ser ministrado, quando para uso interno, com muita cautela, de preferência adicionado ao mel de abelhas, na proporção de uma de óleo para 10 de mel, e isso sob rigorosa prescrição e observação médica.
  4. Cumaru -  A tintura de suas favas é antiespasmódica e tônica, sendo um moderador das pulsações cardíacas e da respiração.
  5. Dendê do Pará - Seus cocos são remédio para combater anginas, dores de cabeça, cólicas abdominais, edemas nas pernas, etc.
  6. Envira - Seus frutos e as sementes, transformados em tintura, depois de ficarem por certo tempo mergulhados em álcool, são conhecidos como um aperitivo, com propriedades afrodisíacas.
  7. Erva Cidreira - Também conhecida por cidreira. É planta que serve como remédio para várias moléstias, entre as quais citamos: Afecções gástricas e nervosas, arroto, cãimbras intestinais e da matriz, desmaios, epilepsia, dor de cabeça, reumatismo, enxaqueca, flatulência, hipocondria, histerismo, espasmo, icterícia, má circulação sanguínea, palpitação cardíaca, pericardite, paralisia, resfriado, tosse, vertigem, etc.

A planta é um calmante de alta classe. Usada como chá pode ser utilizada para lavagens intestinais contra o tenesmo e a diarréia com sangue. Esse mesmo chá, bochechado bem morno, acalma as dores de dentes. O emplastro, aplicado quente sobre o ventre, acalma as dores de estômago, dos intestinos, do fígado e da matriz.

  1. Imbaúba branca - O suco de seus renovos se constitui em remédio para o tratamento da disenteria, gonorréia e leucorréia. A medula da árvore, que é da cor do chocolate, é excelente hemostático.
  2.  Jambu - Também conhecida por AGRIÃO DO PARÁ. Toda a planta é antiescorbútica e abortiva, se usada em altas doses, pois pressiona a matriz das mulheres grávidas.
  3. Jatobá ( ou pacapiá ) - Suas sementes , levemente torradas, apesar de seu gosto amargo, são tônicas e purgativas, porém também são tóxicas em altas doses, e são empregadas no tratamento das doenças do fígado e na icterícia, mas com extremos cuidados, devido a sua toxidez. Sua gordura pode ser aplicada nas erisipelas e empigens, por leves fricções. O suco de seu caule novo é um excelente carrapaticida.
  4. Jenipapo - O seu fruto, quando maduro, e feito refresco, é empregado no tratamento da enterite crônica e também nas úlceras, quando nelas aplicado a massa do fruto, como compressa. A emulsão das sementes trituradas se constitui num vomitório rápido e enérgico, que pode ser empregado em caso de envenenamento.
  5. Jericó ( samambaia, erva milagrosa ou pé de papagaio ) - Depois de cozido, é remédio contra a tosse, bronquite e a asma e ainda como emético enérgico.
  6. Jupati - O óleo dessa palmeira é empregado como fricções no tratamento da paralisia e da gota. Usam-se os frutos para a extração do óleo.
  7. Jurubeba - O suco das suas folhas e o extrato de sua raiz é de gosto amargo, porém é ótimo tônico, sendo empregado contra o engorgitamento e as inflamações do fígado e do baço, combatendo icterícia, catarro da bexiga, clorose, dispepsia atônica, diabete, abcesso interno, tumor do útero e do abdômen, hidropsia, falta de transpiração, febres intermitentes, etc.
  8. Malva -  Sua folhas são emolientes e calmantes. A planta é excelente remédio contra os catarros de qualquer espécie e, em gargarejos, cura infecções da garganta e do ouvido. A MALVA BRANCA é aconselhada nas picadas das vespas, cabas e similares. Basta colocar no local atingido pelo ferrão do inseto algumas folhas maceradas. O decocto da raiz é remédio contra a blenorragia.
  9. Marimari da várzea - A polpa dos seus frutos é laxativa.
  10. Quebra pedra - A planta é usada como remédio no tratamento das cólicas e cálculos renais e biliares, sendo ótimo diurético.
  11. Saracuramirá - Sua raiz é depurativa; o pó das folhas é detersivo; o caule, depois de raspado levemente, batido numa vasilha com água, fornece uma bebida espumante, de sabor algo amargo, quase idêntico ao sabor da cerveja, que é ótimo para a cura do empaludismo e a malária. Sua casca exala um cheiro de salicilato de metila.
  12. Taperibá -  O cozimento da casca e dos grelos é empregado no tratamento das inchações ( edemas ) provocadas pela erisipela nos pés, sendo ainda tônico e estimulante. Igualmente é usada a planta no tratamento da diarréia e disenteria, vômitos espasmódicos, cólicas, etc. O decocto das flores é empregado no tratamento oftalmológico e da laringe, sendo ainda um tônico cardíaco, contra as palpitações do coração.
  13. Ucuúba branca -  O chá de suas folhas é remédio para o tratamento das cólicas e dispepsias.
  14. Unha de gato - De suas folhas obtêm-se uma tintura que substitui o iodeto de potássio, e é empregada no tratamento do reumatismo crônico.
  15. Vassourinha - É planta emoliente para as bronquites, e o chá das folhas é empregado no tratamento das febres.

  1. CONCLUSÃO:

Formular perguntas, sanando as dúvidas existentes.

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