Software Livre E Propriedade Intelectual: Aspectos Jurídicos, Licenças E Modelos De Negócio
Trabalho Escolar: Software Livre E Propriedade Intelectual: Aspectos Jurídicos, Licenças E Modelos De Negócio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: svjivan • 15/8/2014 • 8.776 Palavras (36 Páginas) • 675 Visualizações
Software Livre e Propriedade Intelectual: Aspectos
Jurídicos, Licenças e Modelos de Negócio
Fabio Kon, Nelson Lago, Paulo Meirelles e Vanessa Sabino
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Software Livre e Propriedade Intelectual: Aspectos
Jurídicos, Licenças e Modelos de Negócio
Fabio Kon, Nelson Lago, Paulo Meirelles e Vanessa Sabino
Abstract
Free, Libre, and Open Source Software (FLOSS) has increasingly been shown to be a viable
alternative for the production, distribution, and usage of quality software in several academic, cientific,
business, government, and commercial environments. Nonetheless, business and contract models traditionally
used in the contemporary society are not perfectly suited for the typical mechanisms by which
free software is produced, distributed, and used. This chapter discusses how specific characteristics
of FLOSS affect its usage by individuals, companies, and governments and, in particular, it focuses on
how these characteristics affect business models within the software industry. The chapter presents a
short historical perspective and description of the movement’s dynamics and describes some of the
major FLOSS licences and their consequences. It discusses the opportunities and difficulties on the
interaction with the community, and the major business models associated with FLOSS, with examples
of successful approaches.
Resumo
O software livre tem se apresentado como uma alternativa viável para a produção, distribuição e
utilização de software de qualidade em uma grande gama de contextos acadêmicos, científicos,
empresariais, governamentais e comerciais. No entanto, os modelos de negócio e de contratos
tradicionalmente utilizados na sociedade contemporânea não são perfeitamente adequados para a
forma como o software livre é produzido, disseminado e utilizado. Este capítulo discute como as
especificidades do software livre se refletem sobre o seu uso por indivíduos, empresas e governos e,
em particular, nos modelos de negócio aplicados à indústria de software. Além de um breve histórico
do movimento e de uma descrição da sua dinâmica, são descritas as principais licenças de software
livre e suas consequências, as oportunidades e dificuldades de interação com a comunidade e os
principais modelos de negócio relacionados ao software livre, com exemplos de casos de sucesso.
1.1. Introdução
Um dos componentes fundamentais de qualquer sistema de computação é
o software, que efetivamente faz uso do hardware para atingir os mais diversos
objetivos. De fato, pode-se dizer que o software expressa a solução abstrata
1
Kon, Lago, Meirelles, Sabino
dos mais diversos problemas computacionais, enquanto o hardware é o meio
pelo qual o software produz resultados palpáveis. Isso significa que o software
traz consigo um amplo corpo de conhecimento relacionado aos mais diversos
problemas aos quais a computação costuma ser aplicada.
Assim, diferentemente do que acontece com o hardware, o software se
apresenta cada vez mais como um tema de interesse geral, e não apenas para
profissionais da área de computação, na medida em que vários aspectos relacionados
a ele vão além de características puramente técnicas. Em particular,
alguns desses aspectos têm levantado interesse crescente: (a) O processo
de desenvolvimento do software, (b) os mecanismos econômicos que regem
esse desenvolvimento e seu uso, (c) o relacionamento entre desenvolvedores,
fornecedores e usuários do software e, finalmente, (d) os aspectos éticos e
legais relacionados ao software.
Boa parte do software atualmente usado e desenvolvido, tanto em computadores
pessoais quanto em servidores ou aplicações verticais, é disponibilizado
sob licenças restritivas. Essas licenças, em maior ou menor grau,
impõem restrições ao seu uso, distribuição ou acesso ao código-fonte. Esse
tipo de licenciamento é possível porque o software está sujeito à proteção da
lei a respeito dos direitos de autor, que garante ao autor o direito exclusivo de
exploração de sua obra. Isso permite ao autor autorizar ou não determinadas
formas de uso do software por parte dos usuários. Chamamos o software
disponibilizado sob licenças que impõem restrições desse tipo de software
restrito, exclusivo ou proprietário1.
Em contraste com o software restrito, o software livre propõe um novo mecanismo
de licenciamento, em que o software pode ser utilizado,
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