Supervisão e orientação educacional: as perspectivas de integração na escola
Tese: Supervisão e orientação educacional: as perspectivas de integração na escola. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: carolandrerafael • 27/5/2014 • Tese • 2.073 Palavras (9 Páginas) • 555 Visualizações
Pós em Supervisão Escolar
Respostas das Atividades Avaliativas Pág- 69
Supervisão e orientação educacional: Perspectivas de Integração na escola.
Aluna: Ana Carolina Abreu Marques
Cidade: Poços de Caldas- MG
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1-) Na teoria da ação comunicativa alguns conceitos são discutidos tais como ação e racionalidade comunicativa, com o intuito de construir relações sobre situações que emergem da prática pedagógica, no sentido de indicar a incorporação da reflexão acerca da competência comunicativa nas tarefas educativas. Reflito, neste estudo, sobre a razão no contexto da Modernidade apontando para um possível esgotamento de um tipo de razão que reduz o sujeito da ação a uma relação monológica com o mundo. Diante da constatação desse esgotamento, a teoria de Habermas trata de um tipo de racionalidade decorrente da interação entre sujeitos, ou seja, a intersubjetividade de sujeitos capazes de fala e ação.
A partir da teorização habermasiana tematizo sobre uma compreensão diferencial da racionalidade da ação a fim de pensar na promoção da competência comunicativa nos espaços educativos. Parece-nos ser muita teoria, mas que colocada em prática, pode reverter em muitos benefícios no espaço educacional aos profissionais de supervisão e orientação escolar, utilizando-se dessa Competência para que potencialize a reconstrução dos processos pedagógico-comunicativos, pela efetivação de uma racionalidade, aberta, processual e crítica, voltada para a promoção dos sujeitos sociais através dos processos de aprendizagens sócio-culturais que podem tornar-se emancipatórios.
Habermas (1990) considera a linguagem enquanto meio na inter-relação entre o mundo objetivo, o mundo social e o subjetivo que envolve os participantes capazes de falar e de entenderem-se uns com os outros. Essa fala voltada para o ambiente escolar dá ênfase no aluno como próprio sujeito de sua educação. E os profissionais da educação podendo fazer uso da” lei dos 3 VS”, direito à vez, à voz( se fazer ouvir) e ao voto ( dar sua opinião) , lei esta que se aplicaria também aos discentes e comunidade escolar.
2-) Neste aspecto, a escola precisaria mudar sua função de construção da cidadania proposta pela teoria liberal ou neoliberal, concretizada por uma pedagogia de opressão, para ser construtora, do éthos libertador, através de uma práxis também libertadora (FREIRE, 1985). Teríamos assim a “liberdade colocada como premissa necessária” (GRAMSCI, 1978a, p. 56). A escola tornar-se-ia assim um local onde os educadores e as educadoras, junto com os educandos, se sentiriam partícipes de um projeto capaz de transformar a realidade, com alternativas que possibilitariam melhorias para os próprios sistemas de suas vidas, de contínuas decisões, retornos, avaliações e novas reflexões. Por isso Freire fala que “é impossível a educação sem que o educando se eduque a si mesmo no próprio processo da sua libertação” (FREIRE, 1985, p.79).
Paulo Freire busca a restauração, pois propõe à construção de sujeitos críticos, comprometidos com sua ação no mundo. Por esta razão a educação passa a exercer papel fundamental na desconstrução da característica de alienação que permeou sua história, que provocou uma consciência fragmentada e propõe a construção de espaços de participação, democratização e acesso ao saber. Esta forma de educação levaria à conscientização, para a formação crítica e cidadã.
Com relação ao processo de transformação da escola, está claro que nós não temos receitas e talvez ninguém tenha certeza do que possa ou deva ser feito, mas o contexto educacional aponta para a necessidade de urgente ressignificação, pois, assim como não existem receitas para os males que atingem a escola, inexiste um diagnóstico de que a mudança não acontecerá. O que nos parece ser possível é que a educação e a sociedade de uma maneira geral possam assumir uma postura desconstrutora, mas, também transformadora da escola, e para que isto aconteça vão depender dos sujeitos (agentes), de políticas educacionais, de governos, de projetos e ações que visem mudanças.
Provavelmente as alternativas passam pela politização, na perspectiva defendida por Paulo Freire, pelo comprometido com um ideal, com a militância e com a luta transformadora. Comprometimento com a crença no ser humano, na sua capacidade de transformação, de aprendizagem e no papel fundamental da educação, enquanto instrumento de transformação social e construção de outro modelo de sociedade, onde o homem possa recuperar sua dignidade.
Isto implica no envolvimento e comprometimento de vários segmentos sociais, dos movimentos sociais, dos educadores, dos pais, dos educandos e da sociedade como um todo, que entendem a educação como um processo emancipatório. Para que isto se efetive, sem entrar num ufanismo, pensamos que com ações conjuntas, com o coletivo, no nosso cotidiano talvez possamos mudar o que está posto, tornando-nos sujeitos assim como diz Castoriadis em A Instituição Imaginária da Sociedade.
Ao nos tornarmos sujeitos da ação, estaremos indo além do que está posto. Isto se constitui num dos primeiros passos na busca da transformação, na possibilidade das instituições servirem aos homens e dos homens não servirem às relações sociais alienadas, considerando que “a filosofia da práxis não pode ser concebida senão em forma polêmica, de luta perpétua” (GRAMSCI, 1978, p.145).
Além disso, a Escola é instituição estratégica da sociedade civil, cabendo a ela uma filosofia e um papel importante na difusão da ideologia e na constituição de um senso comum que assegura a coesão do bloco histórico (Gramsci), mas, que também tem função estratégica na difusão de contra-ideologias.
O aporte teórico trazido por Gramsci e Paulo Freire pode indicar a construção de uma nova maneira de ser e de fazer da escola, que seja capaz de contribuir no processo de mudança social dos sujeitos, representando assim uma contra-hegemonia
3-) A Orientação Educacional, no seu sentido restrito, é um método pelo qual o Orientador Educacional ajuda o aluno, na escola, a tomar consciência de seus valores e dificuldades, concretizando principalmente através do estudo sua realização em todas as suas estruturas e em todos os planos de sua vida – escolar, familiar, social e espiritual.(Maria Junqueira Schmidt e Maria de L. Souza
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