TWITTER COMO DEMARCADOR DA IDENTIDADE ADOLESCENTE
Artigos Científicos: TWITTER COMO DEMARCADOR DA IDENTIDADE ADOLESCENTE. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: simone.sdl • 13/8/2013 • 3.782 Palavras (16 Páginas) • 335 Visualizações
FACULDADES SENAC – RS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
TWITTER COMO DEMARCADOR DA IDENTIDADE ADOLESCENTE
SIMONE SANTOS DE LIMA
Porto Alegre, setembro de 2010
TWITTER COMO DEMARCADOR DA IDENTIDADE ADOLESCENTE
Simone Santos de Lima
RESUMO
Este estudo pretende traçar a dimensão socializadora de adolescentes femininas, de 15 a 17 anos, classe A-B a partir de pesquisas realizadas em um mês de conversação entre dez adolescentes em 2010, a fim de verificar os significados sociais construídos e expressos através da rede social Twitter. Em vista deste propósito realizou-se num primeiro momento, uma fundamentação teórica acerca de adolescentes e socialização. Numa etapa posterior, efetivou-se uma pesquisa qualitativa com as adolescentes buscando verificar empiricamente os objetivos previamente traçados. A partir dessa pesquisa constatou-se um novo modelo de socialização no âmbito juvenil.
Palavras-Chave: Adolescente; Rede Social; Twitter; Socialização.
ABSTRACT
This study aims to trace the socializing dimension of female adolescents from 15 to 17 years, class A-B, based on research carried out in a month for conversation held between ten teens in 2010 to verify the social meanings constructed and expressed through the social network Twitter. In view of this purpose, was held, at first, a theoretical framework about teenagers and socialization. At a later stage, there was a qualitative study of teenagers trying to verify empirically the objectives previously outlined. From this research it was found a new model of socialization in adolescents.
Keywords: Adolescents, Social Network; Twitter; Socialization
1 INTRODUÇÃO
Ao verificar as últimas décadas, repara-se que os jovens têm um papel muito significativo, seja pela maneira de encarar o mundo em que vivem, ou pela necessidade de se integrarem à sociedade que, mesmo não os respeitando como adultos, não mais os bajula como crianças.
De acordo com Hobsbawm (1995), o termo adolescente surge em meados da década de 60, quando os fabricantes de bens de consumo começam a tomar consciência de que a camada entre crianças e adultos expandia-se e passava a representar uma grande e concentrada massa de poder de compra. Nesse período a moda do blue jeans e do rock tornaram-se sinônimos da juventude moderna e referência de consumo para os mesmos.
Para o autor, o comportamento se tornou um fator de suma importância para o indivíduo jovem ser reconhecido como pertencente a um determinado grupo com padrões bem específicos. A necessidade de uma homogeneidade comportamental para manter-se no mesmo é consequência da insegurança e da própria fase de amadurecimento, que persiste até os dias de hoje.
Cabe notar que adolescentes femininas de 15 a 17 anos estão na fase em que se inserem em grupos por afinidades, desenvolvem suas próprias características, gostos e procuram dentro de seu contexto social a inserção nos mesmos.
Hoje a integração se dá também a partir de redes sociais e de um comportamento homogêneo dentro das mesmas. Essas adolescentes compartilham de um mesmo código que vai além do gosto pelas roupas ou um segmento rotineiro de consumo, compartilham tudo o que pode proporcionar-lhes identificação na convivência com o grupo, pois se valem dos hábitos e rotinas semelhantes para diferenciarem-se dos demais e unirem-se como pertencentes ao mesmo núcleo.
Este desejo de diferenciação para os jovens, afirma Carmo (2003), acaba caindo muitas vezes em estilos padronizados em que conduta, roupa, expressão, tudo leva a uma “camisa-de-força”, que não permite escapar do padrão de comportamento imposto pelo grupo ou daquele que o sistema lhe inculta. Essa tentativa de diferenciação é resultado de os adolescentes não saberem onde se encaixam na sociedade. Dessa forma, buscam maneiras de serem notados e de se sentirem compreendidos, dentro de um grupo que pensa e age convenientemente a sua postura.
A partir dos aspectos apresentados, formula-se o seguinte problema de pesquisa: Qual dimensão socializadora da rede social Twitter para essas adolescentes?
Assim, tem-se por hipótese que estas adolescentes femininas, de 15 a 17 anos, classe A-B, residentes em Porto Alegre, identificam-se em grupos através de seus padrões de comportamento e para manterem-se inseridas nos mesmos é essencial a exposição individual em redes de relacionamento.
Dessa forma, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar a dimensão socializadora do Twitter para adolescentes femininas, de 15 a 17 anos, classe A-B, a fim de verificar os significados sociais construídos e expressos pelas mesmas.
Para isso, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: verificar de que forma se comunicam estas adolescentes (no que tange a comportamento familiar, hábitos de lazer, amizade etc.); verificar os padrões de comportamento em redes sociais; verificar os fundamentos teóricos acerca dos significados sociais.
Este estudo se mostra pertinente, uma vez que a adolescência é uma fase da vida marcada pela fragilidade de auto-estima e potencialmente pela depressão. O espelho do adolescente é vazio, pois ele não é mais criança, e ainda não é adulto. Isto porque a insegurança é o traço próprio da adolescência. É nesta fase da vida que este adolescente procura alguma forma de identificação, conforme assinalam Goldenstein (1995), Zagury (1996) e Carmo (2003). Assim, é identificando-se com determinados grupos, nos quais os indivíduos possuam características próximas às suas e gerando afinidades, que a maioria dos adolescentes se encontra dentro do âmbito social.
Para a academia, este estudo pode interessar as áreas de Ciências Humanas e Comunicação Social. A primeira oferecendo uma reflexão atual sobre o papel socializador das redes sociais para os adolescentes, uma vez que sua efetivação é imprescindível para o pertencimento a um grupo. Já para a segunda poderão
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