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Teoria Estruturalista

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Por:   •  20/5/2014  •  6.613 Palavras (27 Páginas)  •  307 Visualizações

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TEORIA ESTRUTURALISTA

Ao final da década de 1950, a Teoria das Relações Humanas – experiência tipicamente democrática e americana - entrou em declínio. Foi a primeira tentativa de introdução das ciências do comportamento na teoria administrativa através de uma filosofia humanística e participativa. De um lado ela combateu a Teoria Clássica, mas, por outro, não proporcionou bases adequadas de uma nova teoria que a pudesse substituir. A oposição entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas criou um impasse que a Teoria da Burocracia não teve condições de ultrapassar. A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Teoria da Burocracia e uma aproximação à Teoria das Relações Humanas. Representa uma visão crítica da organização formal.

Origens da Teoria Estruturalista

As origens da Teoria Estruturalista na Administração foram as seguintes:

• A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis entre si - tornou necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa. A Teoria Estruturalista pretende ser uma síntese delas, inspirando-se na abordagem de Max Weber.

• A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social complexa na qual interagem grupos sociais" que compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização), mas podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros). Seu maior diálogo foi com a Teoria das Relações Humanas.

• A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das organizações. O estruturalismo influenciou a Filosofia, a Psicologia (com a Gestalt), a Antropologia (com Claude Lévi-Strauss), a Matemática (com N. Bourbaki), a Lingüística, chegando até a teoria das organizações• com Thompson, Etzioni e Blau. Na teoria administrativa, o estruturalismo se concentra nas organizações sociais. • Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é antigo. Heráclito; nos primórdios da história da Filosofia, concebia o "logos" como uma unidade estrutural que domina o fluxo ininterrupto do devir e o torna inteligível. É a estrutura que permite reconhecer o mesmo rio, embora suas águas jamais sejam as mesmas devido à contínua mudança das coisas. Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos, isto é, a estrutura mantém-se mesmo com a alteração de um dos seus elementos ou relações. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, e a compreensão das estruturas fundamentais em alguns campos de atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas em outros campos.

O estruturalismo está voltado para o todo e com o relacionamento das partes na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de o todo ser maior do que a soma das partes são as características do estruturalismo.

A Sociedade de Organizações

A sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de organizações das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. As organizações são diferenciadas e requerem de seus membros certas características de personalidade que permitem a participação simultânea das pessoas em várias organizações nas quais os papéis variam. O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais - Teoria das Relações Humanas - para o estudo das interações entre as organizações sociais. Da mesma forma como os grupos sociais interagem entre si, também interagem entre si as organizações. As organizações passaram por um processo de desenvolvimento, a saber:

1. Etapa da natureza. É a etapa na qual os fatores naturais - elementos da natureza – constituíam a base única de subsistência da humanidade. O papel do capital e do trabalho é irrelevante nessa etapa da história.

2. Etapa do trabalho. Surge um fator perturbador que inicia uma revolução no desenvolvimento da humanidade: o trabalho. Os elementos da natureza são transformados por meio do trabalho, o qual conquista o primeiro plano entre os elementos que concorrem para a vida da humanidade. O trabalho passa a condicionar as formas de organização da sociedade.

3. Etapa do capital. É a terceira etapa na qual o capital prepondera sobre a natureza e o trabalho, tornando-se um dos fatores básicos da vida social.

4. Etapa da organização. A natureza, o trabalho e o capital se submetem à organização. Esta, sob uma forma rudimentar, já existia desde o início da evolução humana, do mesmo modo que o capital existira antes da fase capitalista, pois desde quando surgiram os instrumentos de trabalho o capital ali estava presente. A organização tem um caráter independente da natureza, do trabalho e do capital e utiliza-se deles para alcançar seus objetivos.

Para chegar à industrialização, a etapa da organização passou por várias fases:

• O universalismo da Idade Média e a predominância do espírito religioso.

• O liberalismo econômico e social dos séculos XVIII e XIX, e o abrandamento da influência estatal pelo desenvolvimento do capitalismo.

• O socialismo, com o advento do século XX, obrigando o capitalismo a enveredar pelo caminho do máximo desenvolvimento possível.

• A atualidade, que se caracteriza por uma sociedade de organizações.

Essas quatro fases revelam características políticas e filosóficas. Etzioni vê uma revolução da organização com novas formas sociais que emergem, enquanto as antigas modificam suas formas e alteram suas funções. Essa revolução produz uma variedade de organizações das quais a sociedade passa a depender mais intensamente. Daí o aparecimento de empresas de serviços, associações comerciais, instituições educacionais, hospitais, sindicatos etc., resultante da necessidade de integração cada vez maior das atividades humanas em formas organizacionais envolventes. As organizações não são satélites da sociedade, mas fazem parte integrante e fundamental dela. As organizações complexas em todos os campos da atividade humana não são um fenômeno separado das mudanças sociais: elas fazem parte integrante e fundamental da sociedade moderna.

As organizações

As organizações constituem a forma dominante de instituição

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