Teoria Estruturalista

1. ORIGENS

A oposição entre as ideias e conceitos de relações humanas e da administração científica e teoria clássica, levaram os estudiosos a se preocuparem em formular um novo referencial teórico capaz de abarcar os aspectos humanos e os inerentes à tarefa.

Surgiu o estruturalismo como uma tentativa de compreender a organização como um todo social complexo.

A Teoria Estruturalista surgiu de uma série de aspectos, dentre eles podemos citar:

• A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – eram incompatíveis, por isso era necessário um posicionamento que integrasse os aspectos de uma e de outra.

• A necessidade de visualizar a organização como um todo - a preocupação com as partes que constituem o todo, por exemplo, a preocupação com os grupos formal e informal.

• A influência causada pelo estruturalismo nos grupos sociais – o movimento estruturalista manifestou-se em vários domínios do conhecimento científico, ganhou uma extensão considerável em Antropologia, Linguística, Filosofia, Psicanálise entre outras. Manifestou-se também na teoria das organizações através de vários autores.

• Novo conceito de estrutura – Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos, isto é, a estrutura mantém-se mesmo com a alteração de um dos seus elementos ou relações.

2. CONCEITOS DE ESTRUTURA E ESTRUTURALISMO

O conceito de estrutura proporcionou o surgimento do tipo de sociedade de Max Weber. Weber conceitua a estrutura como um conjunto que se constitui, se organiza e se altera e seus elementos têm certa função sob certa

relação, o que impede o tipo ideal de estrutura de retratar fiel e integralmente a diversidade e a variação do fenômeno real) trouxeram novas concepções a respeito do estudo das organizações sociais. Na teoria administrativa, os estruturalistas se concentram nas organizações sociais, variando entre o estruturalismo fenomenológico e o dialético.

Outro conceito de estrutura, este definido por Karl Marx em que considera a estrutura como sendo constituída de partes que, ao longo do desenvolvimento do todo, se descobrem, se diferenciam e, de uma forma dialética,ganham autonomia umas sobre as outras, mantendo a integração e a totalidade sem fazer soma ou reunião entre si, mas pela reciprocidade instituída entre elas).

Enfim, a o conceito de estrutura significa a análise interna de uma totalidade seus elementos constitutivos, sua disposição, suas inter-relações etc., permitindo uma comparação, pois pode ser aplicado a coisas diferentes entre si.

O estruturalismo é um método analítico comparativo. Além disso, o estruturalismo considera os fenômenos ou elementos com referência a uma totalidade, considerando, pois, o seu valor de posição. Assim, à sua característica comparativa, podemos acrescentar seu aspecto totalizante. Disto se conclui que para o estruturalismo é de especial importância o relacionamento das partes na constituição do todo, ou seja, que estruturalismo implica em totalidade e interdependência, já que exclui os conjuntos cujos elementos sejam relacionados por mera justaposição. Simplificando, os conjuntos que interessam ao estruturalista apresentam como característica básica o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes.

3. A SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES

A sociedade moderna

e industrializada é uma sociedade de organizações das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais. Da mesma forma como os grupos sociais interagem entre si também interagem entre si as organizações.

As organizações ao longo dos anos tiveram que passar por alguns processos de desenvolvimento para se adequar as novas técnicas. Esses processos são:

• Etapa da natureza - é a fase em que a natureza consistia como a única base de subsistência da humanidade. Nessa etapa trabalho e capital ainda eram irrelevantes.

• Etapa do trabalho - surge a partir do momento em que os elementos da natureza são transformados através do trabalho.

• Etapa do capital - ocorre quando o capital prepondera sobre a natureza e o trabalho, tornando-se um dos fatores básicos da vida social.

• Etapa da organização - é quando a natureza, o trabalho e o capital se submetem à organização. Nessa fase a organização utilizou deles para alcançar seus objetivos.

As organizações vivem em constantes mudanças. Etzioni visualiza uma revolução da organização com novas formas sociais que emergem, enquanto as antigas modificam suas formas e alteram suas funções adquirindo novos significados. Essa evolução traz uma variedade de organizações, das quais a sociedade passa a depender mais intensamente.

A organização moderna é mais eficiente por duas razões básicas:

• As mudanças históricas ocorridas na sociedade permitiram um ambiente social mais compatível com as organizações.

• As teorias da Administração desenvolveram técnicas de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar, bem como um aumento do racionalismo das

organizações.

A organização cria um poderoso instrumento social, através da coordenação de um grande número de ações humanas. Combina o pessoal e os recursos, ao reunir líderes, especialistas, operários, avalia continuamente sua realização e procura ajustar-se a fim de atingir seus objetivos.

3.1 AS ORGANIZAÇÕES

A teoria estruturalista concentra-se no estudo das organizações, na sua estrutura interna e na interação com outras organizações. As organizações são concebidas como unidades sociais intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingir objetivos específicos. As organizações são caracterizadas por um conjunto de relações sociais estáveis e deliberadamente criadas com a explicita intenção de alcançar objetivos ou propósitos. Assim, a organização