Trabalho decente e emprego formal
Tese: Trabalho decente e emprego formal. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marizareis • 26/2/2015 • Tese • 391 Palavras (2 Páginas) • 335 Visualizações
1.2.1. Trabalho decente e emprego formal
O conceito de trabalho decente contém em si mesmo múltiplas dimensões que não se deixam
apreender a partir de um único indicador. A construção de indicadores de trabalho decente
tem sido objeto de um intenso debate entre especialistas em estatísticas do trabalho de todo o
mundo, além de uma pesquisa específica promovida pela OIT em diversos países. Não será no
âmbito do nosso estudo, portanto, que essa questão será definitivamente resolvida. Para efeitos
deste levantamento empírico, resolvemos assumir a premissa de que os postos de trabalho que se
encontram sob o abrigo de um contrato formal devidamente registrado apresentam uma maior
probabilidade de cumprirem os requisitos que definem o trabalho decente do que aqueles que
não estão cobertos pelos diversos dispositivos de proteção do trabalho assalariado contidos na
legislação trabalhista brasileira.
Isso acabou nos levando a concentrar a nossa análise nos dados relativos ao emprego formal no
mercado de trabalho brasileiro, a fim de buscar atender ao primeiro parâmetro estabelecido pela
definição de empregos verdes explicitada acima. Ao priorizarmos as fontes de informações sobre
o trabalho assalariado devidamente registrado, acabamos excluindo desse levantamento as outras
situações de ocupação que, embora exercidas sem carteira assinada, poderiam eventualmente
vir a se enquadrar nas definições tanto de trabalho decente como de empregos verdes. Este é o
caso, por exemplo, de alguns postos de trabalho autônomo que contribuem para a melhoria da
qualidade ambiental ao mesmo tempo em que proporcionam uma vida digna para os trabalhadores
que os ocupam. Infelizmente, porém, ainda não dispomos de fontes de dados suficientemente
abrangentes sobre essa situação ocupacional que nos permitam detectar a ocorrência simultânea
de ambas as condições.
Essa mesma opção metodológica implicou também na exclusão, dentre outros, de um grande
contingente de catadores de materiais recicláveis que exercem a sua atividade de maneira
totalmente informal, sem qualquer forma de proteção social, na maioria das vezes em condições
extremamente insalubres e em troca de uma baixíssima remuneração. Embora atualmente não reste
muitas dúvidas quanto ao papel positivo desempenhado por esses trabalhadores em relação ao
meio ambiente, o fato é que certamente não é este tipo de postos de trabalho que a OIT pretendia
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