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Por:   •  15/5/2014  •  1.157 Palavras (5 Páginas)  •  175 Visualizações

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Desde que Steve Ballmer anunciou

sua aposentadoria, em agosto de

2013, a Microsoft levou quase seis

meses para apresentar o nome do

indiano SatyaNadella como seu

substituto no comando da companhia.

O processo demorado da

escolha, que chegou a incluir até

especulações de que Bill Gates

retornaria ao posto de CEO, é reflexo dos enormes desafios que a maior empresa de software do

mundo enfrenta para se manter relevante em um cenário de mobilidade e serviços baseados em

nuvem.

"O risco da irrelevância é o principal desafio que Nadella vai enfrentar como CEO da

Microsoft. A empresa corre esse risco no mercado de mobilidade, porque ainda é muito associada

aos computadores e servidores, que estão se tornando cada vez menos importantes para os

consumidores", diz James Staten, vice-presidente da consultoria Forrester Research, ao site de

VEJA.

Líder no mercado de computadores, a Microsoft coloca o Windows em nove de cada dez

máquinas vendidas no mundo. Durante muitos anos, o cenário não poderia ser mais confortável.

Contudo, a queda na popularidade dos PCs entre os consumidores, impulsionada pela demanda

por mobilidade, coloca o principal negócio da Microsoft em risco. De acordo com a consultoria

IDC, as vendas de computadores registraram queda 7% no último ano, tornando 2013 o pior ano

da história para a indústria de PCs.

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Bacharelado em Administração

Em sentido oposto, os dispositivos móveis não param de crescer. Segundo a consultoria

IDC, a venda de smartphones superou a marca de 1 bilhão de unidades ao longo de 2013,

um crescimento de 38,4% em relação ao ano anterior. No caso dos tablets, a alta foi superior a

50%. Contudo, a Microsoft, uma das primeiras a levar o acesso a e-mails para o celular, ficou

para trás em decorrência da demora em reagir à chegada do iPhone e do sistema operacional

Android. "A Microsoft foi lenta na resposta ao crescimento explosivo dos smartphones,

impulsionado por novas interfaces e aplicativos. Embora a última versão do Windows Phone seja

tecnicamente competitiva, a falta de aplicativos ainda é um grande problema para a empresa", diz

David Cearley, vice-presidente de pesquisas sobre web e computação em nuvem do Gartner.

O primeiro passo da empresa se concretizou com o lançamento do sistema operacional

Windows Phone, em fevereiro de 2011. Na época, o sistema operacional Android, do Google,

estava bem estabelecido em todo o mundo e já liderava o mercado de smartphones, segundo a

IDC, com 39,5% das vendas.

Desde então, a Microsoft tenta recuperar o tempo perdido. Para se tornar mais competitiva,

a empresa fez uma parceria estratégica com a Nokia, que culminou na aquisição da fabricante

de celulares por 7,2 bilhões de dólares em setembro de 2013. Porém, os resultados alcançados

até agora são modestos: o Windows Phone estava em apenas 3,2% dos smartphones vendidos

no 4º trimestre de 2013, de acordo com a consultoria Strategy Analytics. Os rivais iPhone e

Android, por outro lado, representaram 17% e 78% das vendas no mesmo período,

respectivamente.

Em cima do muro – Simultaneamente aos esforços na área de smartphones, a Microsoft adotou

uma estratégia distinta para aumentar sua presença no mercado de tablets desde o anúncio da

nova versão do Windows 8. A empresa dividiu o sistema em dois, acrescentando uma segunda

interface para telas sensíveis ao toque. Além disso, lançou o Windows RT, uma versão do

sistema operacional otimizada para tablets.

No total, a Microsoft vendeu mais de 100 milhões de licenças do Windows 8 em todo o

mundo até agora. O sistema está presente em diversos computadores e híbridos de notebook e

tablet lançados em 2013. Contudo, o Windows RT fez pouco sucesso entre os tablets, principal

alvo da Microsoft. Fabricantes como Dell e Lenovo abandonaram o sistema em 2013. Atualmente,

apenas a própria Microsoft e a Nokia fabricam tablets com Windows RT.

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"Para avançar, a Microsoft terá que superar essa cultura de manter um pé no mundo antigo

e outro no novo. O mercado exige um compromisso maior com o que é novo", diz Staten, da

Forrester. Entretanto, como mais da metade da receita da empresa vem de clientes corporativos

em maioria resistentes a mudanças radicais —, a Microsoft deve enfrentar dificuldades para

convencer clientes e parceiros a embarcar no processo de transição.

Como resultado das mudanças internas, a Microsoft deve unificar os três sistemas em um

futuro próximo, o que pode tornar sua estratégia mais parecida com a de seus principais rivais, a

Apple e o Google. "Nós temos o Windows Phone, o Windows RT e o Windows completo. Nós não

vamos ter três sistemas operacionais", disse Julie Larson-Green, vice-presidente de dispositivos

móveis da Microsoft, em um evento no final de 2013.

"Eu não ficarei surpreso se a Microsoft acabar com a interface antiga do Windows e investir

fortemente na nova interface, conhecida como Metro, da forma mais rápida que puder", diz

Staten, da Forrester. Para Cearly, Nadella deve fazer mudanças nos próximos meses, mas nada

que rompa com a visão atual da Microsoft para seus produtos e serviços. "A estratégia deve

incluir mais plataformas móveis de terceiros e produtos inovadores para consumidores

domésticos", diz o analista do Gartner.

Seja qual for a estratégia adotada, a empresa ainda tem um longo caminho pela frente para

continuar entre as maiores empresas de tecnologia do mundo no futuro. "As oportunidades para a

Microsoft são maiores do que nunca. Eu vou dedicar cerca de 30% do meu tempo em encontros

com as equipes e será divertido ajudar a definir os próximos produtos", disse Bill Gates,

cofundador da Microsoft, em um vídeo de boas-vindas ao novo CEO.

Novo CEO – Antes de assumir a posição de CEO, Nadella foi vice-presidente de produtos

corporativos e serviços na nuvem, uma das áreas mais lucrativas da Microsoft. Ele liderou a

reformulação de uma série de serviços populares da companhia, como o de e-mail gratuito

Hotmail, e também a substituição do serviço de mensagens instantâneas Windows Live

Messenger pelo Skype.

"Depois que Nadella entrou na área de serviços na nuvem, a Microsoft conseguiu ótimos

resultados, porque introduziu rapidamente versões mais modernas de seus principais serviços",

diz Statan, da Forrester. "Uma característica de Nadella é pesquisar muito antes de optar por um

caminho. Depois disso, ele não volta atrás."

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Entre os principais sucessos de Nadella está a substituição do Hotmail pelo Outlook.com,

ocorrida em agosto de 2013. Segundo a Microsoft, o Outlook.com é serviço de e-mail que cresce

mais rapidamente em todo o mundo, com mais de 400 milhões de usuários cadastrados.

O mercado já esperava a confirmação de Nadella como novo CEO da Microsoft. Na última

semana, o nome dele já aparecia como maior aposta dos analistas de tecnologia — ele era

também o favorito de Bill Gates. "Ele vai acelerar a velocidade de tomada de decisões na

Microsoft e vai representar uma grande mudança em relação ao Ballmer", diz Staten, da

Forrester.

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