UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE ARTES E TURISMO
Por: Ligia Conceicao Oliveira Da Cruz • 25/9/2021 • Resenha • 1.328 Palavras (6 Páginas) • 286 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
ESCOLA SUPERIOR DE ARTES E TURISMO - ESAT
Disciplina: Introdução à Antropologia
Professora: Jocilene Gomes da Cruz
Acadêmicos: Alexandro Souza
Elaine Gama Ribeiro
Daniel Leal Pará
Juliete Amaral Medeiros
Ligia Conceição Oliveira Da Cruz
Rodolfo Viana
Rossevanya Andrade Monteiro
Turismo 2º Período Noturno
Antropologia | Da natureza da cultura ou da natureza à cultura | 01 |
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed. 2001. 14ª ed. p. 10 – 24. | ||
O trabalho do autor baseia-se de uma discussão centrada a inúmeras opiniões que persistem desde os primórdios dos estudos sobre a diversidade cultural da espécie humana. Fazendo comparativos de estudiosos, tais como Heródoto, Tácito, entre outros conceituados nomes, para agregar em sua obra pensamentos sobre a homogeneização da unidade biológica e a cultura adquirida de outras etnias. Segundo Laraia (2001, p.10) “mesmo antes da aceitação do monogenismo, os homens se preocupavam com a diversidade de modos e comportamentos existentes entre os diferentes povos’’ “Se oferecêssemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros” (LARAIA, 2001, p.11). Laraia (2001, p. 11) observa que “desde a antiguidade foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das variações dos ambientes físicos” José de Anchieta (1534-1597) sobre os costumes patrilineares dos Tupinambás:
“O terem respeito às filhas cios irmãos é porque lhes chamam filhas e nessa conta as têm, e assim neque fornicarie as conhecem, porque têm para si que o parentesco verdadeiro vem pela parte dos pais, que são agentes: e que as mães não são mais que uns sacos em | ||
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Antropologia | Da natureza da cultura ou da natureza à cultura | 02 |
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed. 2001. 14ª ed. p. 10 – 24. | ||
respeito dos pais, em que se criam as crianças, e por esta causa os filhos dos pais, posto que sejam havidos de escravas e contrárias cativas, são sempre livres e tão estimados como os outros; e os filhos das fêmeas, se são filhos de cativos, os têm por escravos e os vendem [...]” (LARAIA, 2001, p.12). Montaigne (1533 – 1572) sobre a antropofagia dos Tupinambás: “Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos” (LARAIA, 2001, p.13). Laraia aborda diferentes visões dos costumes dos índios Tupinambás utilizando citações dos autores Padre José Anchieta e Montaigne mostrando as diferenças na interpretação de costumes culturais e seus processos. O objetivo principal desta parte do livro é comparar a cultura de povos diferentes e mostrar a reação que um costume de um povo teria/causaria em outro povo como é mostrado no seguinte trecho: “[...] pelos hábitos culinários franceses, onde rãs e escargots (capazes de causar repulsa a muitos povos) são considerados como iguarias, até outros usos e costumes que chamam mais a atenção para as diferenças culturais” (LARAIA, 2001, p.15). “Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais” (LARAIA, 2001, p.17). Laraia (2001, p.18) ainda relata dois parágrafos de uma declaração que refutam um pensamento retrógrado de superioridade racial onde alguns dos grupos étnicos possuem vantagens intelectuais somente por conta da sua cor. Sendo que a verdade é que algumas pessoas nascem com o QI elevado e que independente da cor será o constante estudo e a cultura na qual ela está imposta que ajudará ela intelectualmente independente de qualquer fator físico. Muitas pessoas acreditam que o sexo masculino é superior ao feminino por conta de algumas tarefas exercidas pelo grupo “Alfa”, que diz respeito a tarefas que são taxadas a serem executadas somente por homens, porem poucas pessoas sabem que os dois grupos possuem praticamente as mesmas aptidões físicas e que muitas tarefas que podem ser feitas pelo grupo oposto (mulheres) e com a mesma proeza ou talvez de melhor maneira. | ||
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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed. 2001. 14ª ed. p. 10 – 24. | ||
“O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural” (LARAIA, 2001, p.21). “[...] é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico” (LARAIA, 2001, p.21). Descrevendo um exemplo sobre o determinismo geográfico Laraia diz que “Os lapões e os esquimós compartilham de ambientes geográficos semelhantes, que se destaca por um longo e rigoroso inverno, assim como fauna e flora similares. Por tais semelhanças era esperado que os dois povos tivessem a mesma cultura de sobrevivência, o que na verdade não ocorre” (LARAIA, 2001, p.22). “Os esquimós constroem suas casas (iglus) cortando blocos de neve e amontoando-se num formato ele colméia. [...] Os lapões, por sua vez, vivem em tendas de peles de rena. [...] Em compensação, os lapões são excelentes criadores ele renas, enquanto tradicionalmente os esquimós limitam-se à caça desses mamíferos” (LARAIA, 2001, p.22). Outro exemplo citado é o de Felix Keesing, que se trata da variação cultural observada entre os índios do sudoeste norte-americano: “Os índios Pueblo e Navajo, do sudoeste americano, ocupam essencialmente o mesmo hábitat, sendo que alguns índios Pueblo até vivem hoje em “bolsões” dentro da reserva Navanjo. [...] Os Navajo são descendentes ele apanhadores de víveres, elite se alimentavam de castanhas selvagens, sementes de capins e de caça, mais ou menos como os Apache e outros grupos vizinhos têm feito até os tempos modernos” (LARAIA, 2001.p.23). E o ultimo dentro dos limites cio Parque Nacional do Xingu: “Os xinguanos propriamente ditos (Kamayurá, Kalapalo, Trumai, Waurá etc.) desprezam toda a reserva ele proteínas existentes nos grandes mamíferos, cuja caça lhes é interditada por motivos culturais, e se dedicam mais intensamente à pesca e caça ele aves. Os Kavabi, que habitam o Norte do Parque, são excelentes caçadores e preferem justamente | ||
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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed. 2001. 14ª ed. p. 10 – 24. | ||
os mamíferos de grande porte, como a anta, o veado, o caititu etc.” (LARAIA, 2001,p.23). “Estes três exemplos mostram que não é possível admitir a idéia do determinismo geográfico, ou seja, a admissão da "ação mecânica das forças naturais sobre uma humanidade puramente receptiva" (LARAIA, 2001, p.24). “A posição da moderna antropologia é que a "cultura age seletivamente", e não casualmente, sobre seu meio ambiente, "explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura” (LARAIA, 2001, p.24). “A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações: um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas, dominou os ares; sem guelras ou membranas próprias, conquistou os mares” (LARAIA, 2001, p.24). Os conceitos chave do texto são a comparação e a demonstração de como uma coisa pode ser simples para um povo, mas pode significar algo completamente diferente para outro. Laraia evidencia vários costumes diferentes ao redor do mundo e mostra também as conclusões de alguns pensadores sobre como situações externas (como o clima) podem resultar em personalidades e culturas diferentes. Quando pensamos em determinados grupos de pessoas, tribos, comunidades, população de uma determinada cidade ou sociedade como um todo, tende-se a pensar em um organismo homogêneo. Um equívoco bastante comum, no entanto, podem-se contatar inúmeras diferenças dentro de um mesmo grupo geográfico/social. Assim como na biologia cada estrutura celular funciona de uma maneira específica sem interferir na função do outro e juntas trabalham para o melhor desempenho organizacional. | ||
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