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Ulcera Por Pressao

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Por:   •  21/11/2014  •  2.468 Palavras (10 Páginas)  •  588 Visualizações

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As úlceras por pressão (UP) são eventos adversos que acometem clientes hospitalizados, acamados e/ou com seus movimentos restringidos e estão direta e intimamente relacionados com os cuidados prestados pela equipe de enfermagem.

A compreensão da pratica do cuidar, a partir do desenvolvimento técnico cientifico atual, somente se faz a partir de uma visão holística do outro, portanto, é necessário identificar os elementos que integram os cuidados com a pele, objetivando mantê-la integra durante o processo de hospitalização do cliente.

O desenvolvimento das ulceras por pressão concorre para o aumento dos custos com as internações hospitalares e tratamentos. Sua ocorrência interfere negativamente no bem-estar físico, no mental e espiritual do cliente.

Segundo o National Pressure Ulcer Panel (NPUAP), órgão americano e responsável pelas publicações das diretrizes referentes às ulceras por pressão são definidas como:

"áreas de necrose tissular, que tendem a se desenvolver quando o tecido mole é comprimido, entre uma proeminência óssea e uma superfície externa, por um longo período de tempo".

Segundo Lobosco et al¹, o desenvolvimento das ulceras por pressão em indivíduos hospitalizados é apresentado como um indicador negativo da qualidade da assistência de enfermagem. A manutenção da integridade da pele é responsabilidade do enfermeiro e equipe. A grande maioria dos profissionais realiza ações voltadas para as atividades de recuperação e tratamento do cliente, negligenciando as intervenções preventivas, como as relacionadas às UP. Esse fato caracteriza um déficit na qualidade da assistência de enfermagem prestada.

No Brasil, não existe uma estatística precisa quanto ao numero de indivíduos que são acometidos por ulcera por pressão. As informações referentes à incidência e prevalência de UP, mais frequentes, são de pacientes internados em unidades de terapia intensiva e em pacientes idosos e/ou institucionalizados.

Gomes e Magalhães² definem a prevalência de ulcera por pressão como sendo a frequência de pacientes com UP. É um coeficiente, apresentado como índice, em uma determinada população em um determinado tempo. Pode ser aferida tendo como referencia a situação em um determinado período de tempo como ano, mês ou dia.

Para os mesmos autores, a prevalência das UP em adultos é de 3% a 11% e aumenta para 18% em clientes hospitalizados e acamados. Relatam que 60.000 indivíduos morrem por ano, em consequência da ulcera por pressão e suas sequelas.

Sarquis³ realizou um estudo com o objetivo de identificar a prevalência de UP em um setor de Clinica Medica em um Hospital Universitário em Belo Horizonte. A amostra foi composta de 19 pacientes internados, representando 82,6% dos 23 leitos disponíveis e ocupados na unidade de Clinica Médico-cirúrgica, no dia da coleta. Dentre os 19 pacientes que compuseram a amostra do estudo, 03 (13%) pacientes apresentaram ulcera por pressão, portanto a prevalência UP encontrada no dia da coleta foi de 13%.

Também Moro et al, pesquisaram a prevalência de UP com 690 pacientes internados em um Hospital Geral de Santa Catarina, tendo encontrado 41 pacientes acometidos com tais lesões, representando uma prevalência geral de 5,9%. Dentre os 41 pacientes com UP, 17 pacientes (41,5%) estavam internados na unidade de Clinica Médica e os 07 pacientes (17%) na Clinica Cirúrgica.

Segundo Gomes e Magalhães, um estudo de prevalência realizado com 42.817 indivíduos internados, no ano de 1999, em hospitais americanos, encontrou índice de 28% de UP em pacientes internados em clinica médica e 13% de UP em pacientes na clinica cirúrgica.

Do ponto de vista epidemiológico, o National Pressure Ulcer Advisory Panel afirma que a prevalência de UP em hospitais americanos varia entre 3% a 14%, podendo aumentar para 15% a 25% em casas de repouso.

Segundo Beergstron et al, a etiopatogenia para o desenvolvimento das UP se dá a partir de dois determinantes etiológicos críticos, como a intensidade e a duração da pressão, agregado à tolerância dos tecidos para suportarem determinada pressão. Existem, também, os fatores extrínsecos como: fricção, cisalhamento, umidade, redução e/ou perda da sensibilidade e força muscular e/ou mobilidade, incontinência, hipertermia, anemia, desnutrição proteica, tabagismo e idade avançada.

Moro et al. também afirmam que a prevalência de Ulcera por pressão na pele negra é menor, por ser mais resistente à agressão externa causada pela umidade e fricção. Gomes e Magalhães e Moro et al. declaram que a prevalência da UP pode alcançar até 70% da população idosa, e também a aumentar com a idade.

Dentro da variável sexualidade, Moro et al. encontraram prevalência de UP de 56% no sexo feminino, condizendo com Sousa et al. , que relatam que as UP predominam mais em mulheres, embora não existam estudos ou fundamentos etiopatogênicos que justifiquem tal afirmação.

Os pacientes acometidos por doenças neurológicas e neoplasias são os mais acometidos por UP. Acrescenta SOUSA et al que todas as patologias mencionadas pela literatura podem levar o individuo ao uso de medicamentos sedativos, imunossupressores, alem de reduzir o nível de consciência. Esses fatores concorrem para o aparecimento das UP.

Fisiopatologia:

A etiologia das UP advém da pressão exercida à pele, resultante da ação da gravidade, o que ocasiona a oclusão do fluxo sanguíneo do paciente que permanece em uma mesma posição no leito. À medida que a pressão se mantém e/ou aumenta, maior será o risco de instalação e desenvolvimento das UP.

O fator tempo/duração da pressão é determinante para o inicio da ulceração dos tecidos. Foram demonstradas que baixa pressões aplicadas em determinadas áreas de tecidos, por um longo período de tempo, são mais significantes na formação de ulceras de pressão do que altas pressões aplicadas por curtos períodos.

A persistência de pressão local leva à isquemia, que pode envolver a pele, tecido subcutâneo, tecido muscular e tecido ósseo. Sabe-se que uma pressão maior que 25mmHg oclui o fluxo sanguíneo dos capilares dos tecidos moles, evoluindo para hipóxia e, posteriormente, necrose, caso a pressão seja aliviada ou removida.

Sousa et al. acrescentam que o programa de tratamento e prevenção recomendado pela AHCPR deve focalizar a avaliação do paciente e da UP; controlar a sobrecarga nos tecidos; remover o excesso de pressão; cuidar da lesão; controlar a colonização bacteriana e infecção; reparar cirurgicamente a lesão; promover a educação e melhoria da qualidade da assistência prestada.

As diretrizes para a prática clinica

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