Uma Abordagem Conceitual

Uma Abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia.

Munanga inicia afirmando que “nenhum país do mundo respeita integralmente a declaração dos direitos humanos”.

Mas a diferença se acentua na comparação entre os países africanos e os demais. África dita negra tornou-se mais violenta região do mundo nos últimos 50 anos. O autor compreende a violência como os “massacres coletivos, a repressão, a tortura institucionalizada e as hostilidades sangrentas que opõem grupos étnicos e religiosos”. AO refazer a análise histórica sobre a situação, conclui que as explicações dadas desresponsabilizam o colonizador, legitimam a etnicização e naturaliza a violência, deslocando-a da perspectiva global, etnocêntrica, racista e ideológica, o que inviabiliza as “tentativas de apaziguamento” e sua superação.

Em “Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia”, Kabengele Munanga realiza uma recuperação das origens dos termos, seus modos e motivos de disseminação e aplicação. Assinala que o conceito de raça surge como “ferramentas para operacionalizar o pensamento”, passando, posteriormente, a servir de hierarquização entre sujeitos, tornando-se biológica e cientificamente inoperante.

“As raças não existem”, assume, por sua dificuldade de conceituação e coerência, serve apenas ao racista, que quer manter a crença na existência de raças, e, por isso, sua dificuldade de superação. O conceito de etnia tem um conteúdo sociocultural, histórico e psicológico. É explicado para compor um conjunto de indivíduos de uma mesma cultura e território e substituir o conceito de raça, mas mantendo seu conteúdo ideológico