Uma Discussão a Respeito da(s) Matemática(s) na Formação Inicial de Professores de Matemática

SANTOS, João Ricardo Viola dos; LINS, Romulo Campos. Uma Discussão a Respeito da(s) Matemática(s) na Formação Inicial de Professores de Matemática. Edc. Matem. Pesq., São Paulo, v. 18, n. 1, p.351-372, 2016. 

Gabriely da Silva

A matemática se faz presente diariamente na vida de muitas pessoas, desde crianças até adultos. Atualmente, a matemática tem tomado “grande parte do currículo dos sistemas formais de ensino ao redor do mundo, fazendo parte da formação básica de crianças e adolescentes” (p.351). Os autores nos trazem questionamentos a respeito da formação de futuros professores de Licenciatura em Matemática e qual a matemática que os mesmos estão levando para as salas de aulas. Resultando então em um procedimento de cinco modos de pensar, para ajudar na formação inicial dos professores de matemática.

O artigo foi elaborado pelos doutores em educação matemática João Ricardo Viola Dos Santos, docente do programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Romulo Campos Lins, docente do programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UNESP/RC. Apresentam questões relacionadas à formação matemática de futuros professores. Trazendo como principal questionamento: “Que matemática o professor de matemática deve (precisa) saber para educar matematicamente seus alunos? ” (p. 352).

O artigo é dividido em cinco argumentos, retirando pensamentos através da leitura de trabalhos que argumentam a favor da existência de uma única matemática e de que existam diferentes matemáticas, os autores tomaram como referência o Modelo dos Campos Semânticos, em específico a noção de leitura plausível. Esses modos de argumentar na formação são: 1º A Matemática e seus níveis de sofisticação; 2º Estrutura Cognitiva da Matemática; 3º Matemática Acadêmica e Matemática Escolar; 4º Matemática Escolar como um tipo Especial da Matemática Acadêmica; e, 5º Matemática do Matemático e Matemática do Professor de Matemática.

Santos e Lins conceituam que, a matemática possui diferentes níveis de sofisticação, porem ela é única, esses níveis vão aumentando conforme o grau de escolaridade. Outro modo de pensar matemática é no futuro dos professores que precisam construir uma estrutura cognitiva dentre os domínios matemáticos para um ensino adequado a educação básica, o ponto de partida seria a matemática acadêmica, “como consequência, a matemática acadêmica abrange a matemática escolar” (p.356).

Com base em outros escritores, os autores nos mostram que há insuficiência na formação em matemática nos cursos de licenciatura, pois o professor de educação básica não possui liberalidade em sala de aula, dando ênfase apenas em regras e conceitos. Por outro lado, a matemática do pesquisador é determinada através de contextos “ela é construída a partir de regras e procedimentos bem definidos” (p.361). Porém, professores que iniciam sua carreira criticam sua formação, pois não os foi oferecido condições para lidarem as demandas matemáticas do trabalho docente no ensino fundamental e médio.

O artigo apresenta diversas virtudes que vão desde a sua estrutura física até o seu conteúdo. Foi elaborado de forma organizada e fácil entendimento, porém extenso. Os autores não permaneceram apenas em seus conhecimentos, buscaram outras bases de diversos escritores também apresentados no artigo.

Em seu teor, os autores em todo momento apresentam de diversas formas explicar a matemática de maneira clara, enriquecendo o texto, o conceito é o mesmo, mas conforme o avanço do ensino ela acaba sendo apresentada de uma maneira diferente. Também é explicado a maneira em que deve ser trabalhado na formação dos professores para o mesmo ter um bom desenvolvimento profissional, esse ponto chama a atenção de estudantes de licenciatura em matemática.