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Uma Proposta Pedagógica para a Educação

Por:   •  18/7/2017  •  Resenha  •  1.565 Palavras (7 Páginas)  •  240 Visualizações

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Texto baseado no e-book “Educação 3.0, Uma Proposta Pedagógica para a Educação” e em pesquisas complementares

No princípio, a educação era familiar e o conhecimento passava de geração para geração. A escolarização formal era exclusivamente masculina, voltada à nobreza e excludente. Era a Educação 1.0. Com a revolução Industrial tivemos um vertiginoso crescimento das cidades. A educação, agora voltada a uma parcela maior da população, preparava o contingente industrial e seguia os mesmos moldes do trabalho: alunos agrupados por habilidades (faixa etária), trabalhando de forma individual. O tempo, assim como na indústria, era meticulosamente segmentado e o compartilhamento de ideias, desestimulado. Era a Educação 2.0.

A escola do século XXI deu continuidade a esta estruturação. A partir da década de 1980, a Era da Informação determinou alterações radicais no mercado de trabalho e consequentemente, na educação. O progresso tecnológico, agora exponencial, valoriza habilidades e novos padrões com a aceleração na obsolescência das informações (e também das profissões). Características como autonomia, criatividade, interatividade, liderança e tomada de decisões passam a ser fundamentais, em um cenário de constantes incertezas.

Os estudantes passam, dessa forma, de consumidores passivos a produtores de conteúdo. A nova mentalidade determinada pelas tecnologias de informação e comunicação implica em profundas mudanças na educação. É necessário criar arranjos e infraestruturas flexíveis que facilitem e promovam o desenvolvimento de habilidades e competências. Ao solucionar problemas carregados de significado e mediados por seus educadores, grupos inclusivos e diversificados desenvolvem, para além das competências, habilidades socioemocionais.

Por habilidades socioemocionais entendem-se as cognitivas (memória, análise, pensamento crítico e argumentação), interpessoais (liderança, cooperação, resolução de conflitos e empatia) e intrapessoais (ética, resiliência, curiosidade e autoconhecimento). Seu desenvolvimento deve, quando possível, tirar partido das tecnologias, que não são meras ferramentas mas sim uma linguagem que precisa ser dominada para assegurar a cidadania digital. Estas são as bases sobre as quais se assenta a “Educação 3.0”.

No entanto, ainda prevalece nas escolas a continuidade do padrão industrial de ensino. Seus ambientes não estimulam a interatividade ou a experimentação. As tecnologias ainda não são vistas como aliadas, apesar de oferecerem condições para uma aprendizagem híbrida e personalizada, beneficiando estudantes com perfis completamente diferenciados. Se por um lado as tecnologias estão presentes em quase todas as tarefas cotidianas e passam a fazer parte da vida dos estudantes cada vez mais cedo, por outro os expõem a ambientes pouco fiscalizados, sendo necessária a orientação de seus educadores nos processos de alfabetização digital.

De posse das ferramentas apropriadas, o professor poderá realizar um diagnóstico com os alunos, planejando ações qualificadas e contextualizadas (tirando partido das ferramentas utilizadas com maior frequência). Partindo dos resultados que se pretende obter, planejar-se-á a adoção justificada de uma dada tecnologia e/ou ferramenta. Resultados e complementações poderão respectivamente ser compartilhados e trabalhados em rede, gerando um maior engajamento através de sugestões de leituras, vídeos, imagens, games e interações em fóruns de discussão, desde que sejam fixadas logo de início as normas de uso e conduta, assegurando os objetivos de aprendizagem. Mesmo as discussões sobre estas normas são válidas para promover reflexões sobre a alfabetização digital.

Embora a apropriação e adoção de tecnologias demande um tempo considerável do educador, a médio e longo prazo permitirão que uma parcela maior de tempo seja dedicada ao desenvolvimento integral do aluno. O estudo denominado Conselho de Classe, realizado pelo Ibope Inteligência e a Fundação Lemann, observou que 92% dos mil professores do Ensino Fundamental entrevistados acreditam que dispor de materiais didáticos de qualidade e treinamento para utilização de tecnologias resultaria em impactos positivos na aprendizagem.

O estudo Teachers Know Best, realizado pela Fundação Gates, procurou identificar aspectos comuns entre as tecnologias utilizadas com maior frequência nas escolas. Os resultados apontaram que os aspectos favoráveis mais significativos são: economia de tempo (maior convívio), personalização (contempla ritmos e estilos diferenciados de aprendizagem), obtenção de dados como subsídios (permitem decisões pedagógicas baseadas em informações concretas) e processamento em nuvem (gerando economia em infraestrutura). Como aspecto desfavorável foi apontado o preço de aplicativos (limitações presentes em versões gratuitas) e tecnologias (equipamentos e custos inerentes).

A formação de professores e a infraestrutura (equipamentos e acesso à rede) representam obstáculos a serem superados. Embora vivenciemos um momento preliminar no que se refere à adoção de tecnologias para gestão da educação, começam a despontar soluções que muito provavelmente se constituirão em parceiros inseparáveis de gestores e educadores.

A tecnologia de mineração de dados (data mining) utilizada por grandes corporações (como o Google) para identificar tendências de consumo e sugerir produtos, denominada big data, é capaz de lidar com uma enorme quantidade de informações e desponta como ferramenta de suporte à educação, detectando lacunas de aprendizagem, sugerindo itinerários de estudo personalizados e identificando preferências midiáticas pelo uso da inteligência artificial. Depoimentos de gestores, educadores e alunos convergem na aceitação de sistemas desta natureza, hoje colocados como diferenciais por instituições de ensino particulares.

Para melhor utilizar estas ferramentas, os educadores deverão passar por um constante processo de atualização e aprimoramento. As exigências que recaem sobre o seu papel são, resumidamente: compreender os alunos e orienta-los individual e coletivamente, coordenar projetos e atividades, introduzir novas ferramentas (e utilizar as existentes com novos propósitos) e provocar reflexões, valorizando a interação, a criatividade e a produção coletiva.

Segundo a iniciativa Education Futures, fonte de estudos relacionados ao desenvolvimento da educação global, o professor do século XXI deve ser capaz de:

• Ter prazer em ensinar e se orgulhar de sua profissão, transformando cenários identificados como relevantes em

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