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ÉTICA ORGANIZACIONAL

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Por:   •  5/6/2014  •  Tese  •  9.717 Palavras (39 Páginas)  •  210 Visualizações

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ÉTICA ORGANIZACIONAL

ETHOS

Há duas matrizes da noção de ethos, descritas na Ilíada de Homero:

 Ethos como Costume

Modo de ser que procede da vivência comum dos princípios, valores, normas, leis e hábitos que expressam a idéia de BEM (universal) partilhada pelos membros de uma coletividade (comunidade, povo, etnia, civilização etc.).

 Ethos como Hábito

Constância no agir de um indivíduo por meio do qual este incorpora à sua personalidade aquele ideal de BEM (virtude) e o efetiva por meio de ações, sempre perguntando pelo sentido delas.

Práxis - Ação baseada em uma reflexão.

Óikos - Noção de que o mundo é uma grande casa.

Ethos (unida a Óikos) - São os critérios que utilizamos para decidir nossas ações visando o bem desta “grande casa” em que habitamos. É a morada do homem, um “sentir-se em casa”.

Questão Ética - Chamada ao ser humano para posicionar-se, a dar uma resposta por sua iniciativa própria, não sendo condicionada (inteiramente) pelo curso natural das coisas. É a decisão fundada na deliberação do homem e que acarreta responsabilidade pelos próprios atos.

ÉTICA

Ciência da práxis.

É o estudo geral do que é bom ou mau, mas não define regras.

É a condição humana que possibilita questionar a moral instituída na sociedade, visando a sua transformação e atualização.

Busca a realização do bem comum fundado em valores que são públicos.

Inteligibilidade da ação virtuosa, como reflexão sobre a vida concreta dos homens que constroem a si mesmos como existência para o Bem.

MORAL

Conjunto de regras não escritas que regulam a conduta e as relações humanas.

Designa valores de ordem pública que permitem o convívio.

Estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem viver.

Designa o que é segundo o costume.

Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, éticas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa determinada.

CIDADANIA

Exercício dos direitos que o homem possui.

A cidadania está relacionada ao surgimento da vida na cidade e à capacidade dos homens e mulheres de exercerem direitos e deveres de cidadãos. Esse conceito vem da Antigüidade e foi criado nas cidades gregas, chamadas de “polis”. Portanto, nas “polis” gregas, existiam os cidadãos que exerciam uma participação direta e política na vida das cidades. Cada cidadão tinha um papel na vida privada, em assuntos relacionados com a vida particular, e uma atuação na vida pública, que se referia a tudo que era comum a todos os cidadãos. Assim, ser cidadão significava exercer a cidadania na vida pública. A democracia da Grécia era restrita, pois participavam apenas os homens livres, deixando de fora as mulheres, crianças e escravos.

Foi somente a partir da Revolução Francesa, em 1789, que se estabeleceu a noção de cidadania tal qual a conhecemos hoje. Contrapondo-se ao regime monárquico e às normas da sociedade feudal, surge o chamado Estado de Direito, em que se estabelecem direitos iguais para todos os homens a partir das chamadas “Cartas Constitucionais”. Surgem as noções de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, das quais somos herdeiros.

Assim, os homens passam a ter direitos iguais perante a lei, pela primeira vez na História da Humanidade e, ao menos em teoria, acaba a desigualdade que existia até então. Estes princípios éticos foram consolidados a partir das Constituições francesa e norte-americana. Vejamos trechos de ambas:

“Todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes e têm direitos inerentes, dos quais, ao entrar num estado de sociedade, não podem, por nenhum contrato, privar ou despojar sua posteridade; a saber, o gozo da vida e da liberdade, os meios de adquirir e possuir propriedade e a busca da felicidade e segurança.”

(Seção 1 da Declaração de Direitos da Virgínia de 12 de junho de 1776, Independência Americana).

“Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos (...). Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.”

(Artigos 1 e 2 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa, 1789).

Estes princípios éticos foram reafirmados após a Segunda Guerra Mundial, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos (...). Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e a liberdade estabelecidos nesta declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição (...). Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”

(Artigos I, II, III da Declaração Universal dos Direitos do Homem,

proclamada a 10 de dezembro de 1948 pela Assembléia das Nações Unidas).

Portanto, quando estamos falando de cidadania ou em cidadãos, necessariamente estamos falando de um conjunto de direitos e deveres relacionados a todos os indivíduos que fazem parte da nossa sociedade. Exercer a cidadania, mais do que realizar uma conduta moral específica, refere-se ao exercício de direitos e deveres e, assim, tanto a idéia de direitos quanto a de cidadania estão sempre em processo de mudança e construção.

Vamos tentar entender as três gerações de direitos que foram se desenvolvendo ao longo de nossa História e que ainda estão em construção:

 A

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