A Casa dos Mortos

Esse documentário tem como base um poema escrito por Bubu, rapaz que já sofreu 12 internações. Relata a vida e as situações sofridas dentro dos manicômios judiciais.

Ressaltou portanto, a história de vida/morte de três clientes do Hospital Judiciário de Salvador/ BA.

Incialmente, muitos são os clientes que se apresentam, dizendo quem são, o que gostam, o motivo de estarem lá e a reclamação por estarem há muito mais tempo do que as penas aplicadas em seus crimes. Uns tratam a instituição como hospital, e outros como cadeia.

Nas três histórias relatadas, primeiro se vê o quanto o local prejudica a pessoa, a ponto da mesma se suicidar de forma eficaz para que não houvesse chances de se manter viva.

Segundo vendo o descaso vindo das únicas pessoas que estariam alí para ajudar, é notório a falta de respeito e humanidade para com os doentes, profissionais riem e fazem piada, usam aquele momento que seria de conversa e auxilio com o cliente, para humilhar e julgar os mesmos, mostrando um ar de repressão e julgamento.

Almerindo (um dos casos citados) diz que não é ninguém, que está morto. O que infelizmente é o que acontece, para a sociedade eles estão mortos, esquecidos pelos seus familiares, esquecidos pela Justiça, esquecidos pelos profissionais que estão alí apenas para cumprir sua jornada de trabalho e não para ir a fundo a fim de recuperar aquele indivíduo.

A justiça serve apenas para eliminar e limpar da sociedade julgada boa, aqueles que estão lá para incomodar, sem levar em conta que a melhor saída seria tratar corretamente e reinseri-los na sociedade.

Esse documentário nos mostra o quanto é ineficiente os manicômios jurídicos, constitui uma rede de serviços ainda com falhas. Por isso nos traz uma reflexão sobre a necessidade da reforma psiquiátrica. Deve haver oficinas com diversificação de atividades, melhores condições de estadia, higiene, alimentação, atividades de lazer e segurança.

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