A Síntese A Casa dos Mortos
Por: Elis Silveira • 17/6/2015 • Resenha • 556 Palavras (3 Páginas) • 469 Visualizações
“A Casa dos Mortos” é um documentário que foi realizado com base no poema de mesmo nome escrito por Bubu, (cliente com doze internações) que traz uma reflexão sobre os manicômios judiciários em vários aspectos, ressaltando a história de vida/morte de três clientes do Hospital Judiciário de Salvador / BA – HCT.
Três cenas em que se retratam três caminhos diversos entre os muros dos manicômios judiciais: o suicídio, o ciclo interminável de internações e a sobrevivência. Jaime, Antônio e Almerindo, ambos considerados abandonados e esquecidos, e, com base nos delitos cometidos, representantes de riscos para o convívio e para vida social. Jaime, que se suicidou, de forma trágica, e como é descrita no documentário, de forma inteligente, para que o suicídio fosse eficaz. Preferiu a morte a permanecer naquele lugar, naquela situação desumana em que se encontrava A segunda cena retrata a situação de Antônio, reincidente em passagens por manicômios judiciais. Paciente que provavelmente passará a vida toda nesse ciclo. E por fim, a terceira cena retrata o caminho traçado por Almerindo, interno do HCT que se encontrava ali por ter atirado uma pedra num menino e roubado a bicicleta dele. A sentença teria determinado o internamento mínimo de Almerindo por dois anos, quando este tempo ele já havia cumprido há muito tempo. Em decorrência disso, ele perdeu todos os vínculos com familiares e amigos. Numa tentativa de diálogo com Almerindo, uma profissional reafirmou que “ele não era ninguém” e que “ele estava sozinho e esquecido”, reafirmando o que paciente havia dito, que “ele havia morrido mesmo, ele estava ali para morrer”.
É inacreditável a forma em que eles são tratados ali, sem contar as situações precárias em que se encontram. O documentário traz uma reflexão sobre a necessidade da reforma psiquiátrica, pois o paciente portador de transtorno mental deve ser tratado de forma humanística independente do seu histórico criminal. A visão humanística analisa o paciente sobretudo como um ser humano, um cidadão, alguém que necessita de cuidados. Entretanto essa visão foge totalmente à institucionalização dos manicômios, o paciente não é nem assistido e nem julgado de forma humana, mas sim de forma constitucional.
A reforma propõe uma mudança no atendimento clínico aos portadores de transtornos mentais, desativando os manicômios e investindo em rede de serviços que atendam e assistam a estes pacientes, de forma que não haja internação, mas sim uma reintegração do paciente à sociedade, aos afazeres e relacionamentos sociais.
No documentário, de acordo com Bubu os pacientes só possuíam um destino: a morte. Seja através de atos de suicídio, de internações constantes ou de tentativas de sobrevivência, eram dados ao esquecimento e a negligência, sem qualquer vínculo com o mundo exterior.
Contudo, a base dos ideais da Reforma Psiquiátrica, inerente à todo ser humano, sendo doente mental ou não, tendo direito à saúde e vida de qualidade e assistência integral, constitui uma rede de serviços ainda com falhas, onde se percebe a carência de profissionais interessados a cumprir esses ideais, falta de recursos para proporcionar condições que resultem em reintegração social: oficinas com diversificação de atividades, melhores condições de estadia, higiene, alimentação, atividades de lazer e segurança.
Caso
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