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A Escola Zona Rural Casimiro Bento-BA.

Por:   •  19/12/2022  •  Bibliografia  •  2.223 Palavras (9 Páginas)  •  83 Visualizações

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Escola Zona Rural Casimiro Bento-BA.

Relato: “Escola situada na zona rural de Caetanos no sudoeste da Bahia, onde fiz 4º/5º ano. Estudávamos todos na sala da casa, uma sala multisseriada do 1º ao 5º ano. Nos horários do lanche comíamos fora da casa mesmo, depois brincávamos de pega-pega ou brincadeiras que não precisassem de recursos, pois a escola não recebia um único brinquedo, só havia uma bola que pertencia a um aluno da turma.”

Análise Crítica

  Diante do que foi exposto, é evidente a lacuna que há na educação precária na cidade de Casimiro Bento. O processo de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos são diretamente impactado por falta de recursos na instituição escolar existente, pois “os estudos sobre a cultura material escolar e a atenção ao aparato de recursos e objetos que a aprendizagem exige para se realizar na escola levaram a se repensar as práticas de ensino do passado e seu impacto nas experiências cotidianas dos indivíduos” (VIDAL, 2020, pag.3). Os professores são a resistência que condicionam e garantem o direito à educação, ampliando não somente o processo de socialização, mas também a construção da identidade, aprofundando assim, a subjetividade de cada aluno.

  O fato de terem estudantes do 1º ao 5º ano em uma única sala, intensifica o processo de construção da identidade, pois “ todo processo de construção de identidade pressupõe a linha demarcatória entre o eu e o outro, ou nós e os outros” (ALVES, 2010 pag. 117) . Moldar a identidade requer trabalhar em outros pontos além da educação, é ultrapassar o limite de ensinar somente o necessário e o que se “pode” ser ensinado. É também disputar uma direção àqueles que nem sabem da existência de tal caminho, esclarecendo pontos obscuros, instigando a curiosidade, e moldando de forma preponderante esse processo. Com isso, é possível afirma que “a ação da escola estende-se para além do aluno, atingindo a rede social em que o aluno está inserido” (ALVES, 2010 pag.114).

  Dessa forma, construir a cultura imaterial, garante o arquivamento da vida de cada educando, pois “a escola ensina muito mais do que os conteúdos prescritos, e o processo de socialização é parte dos mecanismos que constroem e reafirmam os lugares sociais e as representações que os justificam.” Neste contexto, é possível afirmar que não é somente o material que forma o objeto de memória, mas também, a imaterialidade, a qual é marcada e relembrada através de gatilhos das histórias individuais e sociais da escola, perpetuando a vivência não somente por meio de fotos, mas também através de arquivos, pois “ [...] Arquivar a própria vida é desafiar a ordem das coisas; a justiça dos homens assim como o trabalho do tempo.” (p.31_

  Diante disso, é notório o intuito principal da escola, mesmo de forma precária exerce a democracia, diminuindo a desigualdade e dando voz àqueles que um dia se sentiram esquecidos por simplesmente não haver uma instituição de ensino capaz de não somente educar, mas de quebrar estigmas e estereótipos, plantando pequenos pensadores capazes de revelar e incorporar “ a voz da minoria” , como diz a autora Zeila Brito, “[...] Quem é o ‘nós’ em ‘como nós sabemos’? O nós parecia claro na tradição realista da pesquisa biográfica – nós éramos sociólogos, politicamente do lado dos humilhados, dos marginalizados e dos oprimidos – em resumo, dos pobres coitados. Era nossa missão servir ‘as pessoas’ ‘dando voz’ àqueles que não tiveram representação ou oportunidade para falar por si próprio.”

  E por meio desse instrumento chamado educador, é possível praticar a sensibilidade ao ponto de ampliar o olhar não só dele próprio, mas de toda uma sociedade oprimida. Como diz Paulo Freire, “ quando há sentido, há autonomia”, ou seja, saber respeitar o processo de aprendizagem garante inúmeras perspectivas através da essência de ensinar.

 

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Arquivos escolares organizados.

Documentos a mil

Documentos de mil gerações

Faz o futuro e refaz o passado

Com e sem diferenciações

Mostra o passado e evidencia o futuro

Atinge o presente e faz balançar esse muro

Valendo ou não, existe

Existindo então, comanda

Avançando sem parar, persiste

Traz o logos e a doxa desanda

Vestígios são quebra-cabeças embaralhados

Mas se há papéis, há identidades

A investigação torna esses históricos clarificados

Há também a imaterialidade

E o que é o material?

Documento, gatilho, o real?

São vidas onipresentes

É um desafio torná-las oniscientes

Porém ainda assim as identidades são onipotentes

Organizar ajuda a encontrar

E enxergar quem quer se mostrar

Através de arquivos sempre se eternizar

Não apenas nos papéis mas também no pensar

 

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Festa Junina Escola da Juventude – SP.                     Festa junina da Escola Corujinha Feliz-BA.

Análise Crítica

  Sabe-se que a festa junina surgiu na Europa, sendo esta, uma festa pagã, a qual faz homenagem a três santos católicos: Santo Antônio, São João Batista e São Pedro, comemorando assim, a fertilidade da terra e as boas colheitas.  

  A partir de uma análise minimalista das fotos acima, concluí-se a profundidade da celebração no nordeste, pois não acontece apenas nas escolas, e sim em toda a região, diferentemente de São Paulo, onde apenas as escolas se preparam para tal comemoração. Porém, a realidade expõe a superficialidade daqueles que participam sem muitas vezes saber quem está homenageando, sendo simplesmente levados pelo vento. Há um paradoxo, pois da mesma forma que muitos se preparam semanas antes da data do evento, uma grande maioria participa sem saber o verdadeiro significado da comemoração. A mesma coisa ocorre ao aderirem pontos de religiões no ambiente escolar, pois pouco se sabe e muito influencia na subjetividade da criança, embaraçando ainda mais o que deveria ser tão claro e de fácil acesso à criança: a liberdade de ser o que desejar, quando e como quiser. A questão “simbólica, nos dá conta do quanto a sua representação é atuante na construção-transformação do real.” (ALVES, 2010, pag. 109).

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