A herança do Mestre
Por: Zuca Cardoso • 14/4/2015 • Seminário • 2.100 Palavras (9 Páginas) • 290 Visualizações
1. Título
2. Tema: Catopê: A herança do Mestre
3. Problema:
As influências do Mestre de catopês é muito importante na tradicional manifestação cultural dos catopês. Questiona se a transferência do comando do grupo de um Mestre para outro é suficiente para dar continuidade das manifestações, assim perpetuando essas expressões para as novas gerações?
4. Justificativa
O Brasil possui um riquíssimo patrimônio no campo da cultura popular, singular pela sua pluralidade, gerada pelo hibridismo etnográfico, racial, social e religioso desde a sua formação.
Esses bens culturais de natureza imaterial sobrevivem graças à força e a resistência dos grupos sociais que lutam para preservar a sua identidade cultural, através da prática de costumes e cultos de suas crenças e valores. E o grupo de Gongado do Município de Bocaiúva lutam para continuar com a cultura regional e para que isso ocorra é fundamental que conscientizem as futuras gerações a importância de se preservar a cultura regional para que ela sobreviva
a evolução industrial, resiste ao processo de globalização e ao poder com que atua a indústria cultural nos meios de comunicação de massa, levando a população ao consumo de modismos.
A cultura popular, entretanto, alheia a esses interesses e mecanismos, consegue manter com integridade, seus valores, merecendo das instituições ligadas à cultura, uma atenção muito especial e necessária.
5. Objetivos: Compreender a manifestação tradicional de transferência de Mestre no grupo de Catopês da Cidade de Bocaiúva – MG.
Específicos
- Conceituar cultura popular;
- Pesquisar a origem dos catopês;
- Compreender a manifestação cultural como fato histórico estudando fragmentos comando dentro do grupo de catopês
4.0. METODOLOGIA
Iniciou-se a pesquisa investigando a metodologia para realização de trabalhos acadêmicos.
Severino (2007, p. 34) afirma que “[...] a pesquisa é fundamental para podermos gerar o conhecimento, a ser, necessariamente entendido [...]”.
Os procedimentos metodológicos adotados neste estudo se baseiam nas diretrizes da obra Metodologia do trabalho científico de Antônio Joaquim Severino.
A metodologia desta pesquisa se baseia no levantamento de bibliografia e uma entrevista com a atual Mestre do Congado para debater o tema escolhido.
Reuniu-se, posteriormente, a entrevista e a bibliografia que poderia fundamentar o tema pesquisado. Antes, porém houve uma investigação a cerca dos principais gargalos que impedem a comunidade de participar do grupo.
Severino (2007, p. 57) afirma que “[...] não se pode falar coisa alguma a respeito de um tema se ele não se apresenta como um problema para aquele que discorre sobre ele”.
Durante a realização da entrevista e da desta reportou-se sempre ao cronograma para seguir a cronologia assinalada. Severino (2007, p. 131) “afirma que o pesquisador deve indicar no seu projeto as várias etapas, distribuindo-as no tempo disponível para as atividades prevista pela pesquisa, incluindo a redação final”.
“Com a pesquisa exploratória buscamos levantar informações sobre o objeto de estudo, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestações desse objeto”. (SEVERINO, 2007, p.123).
Ao apontarmos o método indutivo o direcionamento da pesquisa partiu de observações anteriores.
Outra parte da investigativa adorar-se o questionário para levantar as informações necessárias junto ao Mestre
Para Severino (2007, p. 125) o questionário é “conjunto de questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados [...].”
Desse modo, essa pesquisa não pode aqui ser considerada finalizada, uma vez que o tema debatido levará a outros questionamentos e poderá implicar outras abordagens significativas.
7. Referencial teórico
CULTURA POPULAR
O termo cultura traz em si uma amplitude de significados e representações. Na
visão de Pesavento (2003, p. 15) antes de tudo podemos “pensar a cultura como um conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o mundo”. E o próprio conceito de cultura tem seu significado ampliado com o passar do tempo, com a aquisição de novas idéias, novas relações sociais, econômicas, artísticas.
Neste sentido Chauí (2003, p. 289) ressalta que no campo artístico surge no século XIX a idéia de tradição popular ou cultura do povo, trazida pela corrente artística do Romantismo e cuja manifestação constituía o folclore.
A manifestação folclórica é então fruto da pluralidade de uma coletividade, na singularidade de diferentes corpos e pensamentos, que dinamizam a vida e retratam o real ou imaginário, que passa de geração em geração com o intuito de preservar as criações humanas.
Nessa perspectiva da coletividade temos as considerações de Ossona (1988, p.20) ao afirmar que a dança aparece como feito coletivo, atividade iniludível em cuja realização cada participante se funde na ação, emoção e desejo com o corpo geral da comunidade. A dança está presente em diversas situações na vida do homem, ela expressa sentimentos de alegria, dor, devoção, é a mais antiga manifestação, é universal e contemporânea.
A chegada dos negros ao Brasil teve início em meados do século XVI com o intuito de substituir a mão de obra indígena servindo de base no processo de colonização com que foi ocupado o território brasileiro. Para Júnior (1980, p. 99), “foi particularmente o escravo 2que influenciou na organização econômica e social do Brasil”. Para Munanga (2006, p. 147), “os corpos dinâmicos e produtivos dos africanos escravizados foram transformados em coisa, em peça, em máquina de realizar trabalhos forçados”. A escravidão subordinava o negro que na sua condição de escravo era tratado de forma brutal, sem ter quem os defendesse ou representasse. Vários escravos se revoltavam contra a situação de humilhação, se rebelando contra seus senhores. Mesmo com tanta
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