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Arte no pensamento de Aristóteles

Por:   •  28/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.340 Palavras (6 Páginas)  •  320 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UEG DE GOIÂNIA-LARANJEIRAS

CURSO DE CINEMA E AUDIOVISUAL

 

Stefanny Moraes Pina

Arte no pensamento Aristotélico

Goiânia

2014

Stefanny Moraes Pina

Arte no pensamento Aristotélico

Trabalho apresentado à disciplina de Filosofia do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás para a obtenção da nota do 2° bimestre

Orientador: Profº Rodrigo Cássio

Goiânia

2014

        

Introdução

        Este trabalho tem como objetivo analisar a obra de arte de Jacques-Louis David, A morte de Marat, de acordo com os pensamentos e padrões aristotélicos.

Análise

        A obra escolhida para ser analisada foi A morte de Marat pintada por Jacques-Louis David em 1793. David nasceu em Paris em agosto de 1748, mas acabou perdendo o pai muito cedo devido a um duelo e foi criado e educado por dois tios maternos. Tornou-se discípulo do pintor Joseph-Marie Vien depois de terminar seus estudos literários e um curso de desenho. Ingressou na Academia Real de Pintura e Escultura, na França, aos 18 anos. Teve influências do pintor Ãnton Raphael Mengs e do historiador Johann Joachim Winckelmann, e devido a isso tornou-se defensor do neoclassicismo. Um dos pontos épicos de sua carreira foi quando se tornou pintor oficial da Revolução Francesa, mas depois da morte de Robespierre e sua prisão, David se reergueu tornando-se pintor oficial de Napoleão. Faleceu em dezembro de 1825 em Bruxelas.[pic 3]

        O quadro A morte de Marat é a representação de um dos maiores acontecimentos da Revolução Francesa. David quis pintar o assassinato de um dos chefes políticos daquela época.

        Na pintura temos Jean-Paul Marat, amigo pessoal de David. Marat possuia um doença de pele muito dolorosa e isso o forçava a ficar dentro de uma banheira durante todo o dia para aliviar um pouco a dor enquanto [pic 4]

trabalhava.  A pintura ao lado representa o momento em que Marat foi morto por Charlotte Corday, que entrou furtivamente no aposento com a desculpa de entregar uma mensagem ao chefe político e o assassinou com uma facada no peito.

        A obra é considerada neoclássica, pois apresenta traços precisos e definidos e um cuidado extremo em representar muito bem a anatomia humana como ela é. Penso que o modo como David retratou Marat foi para concebê-lo perante o público como um homem heróico, de extrema fé religiosa, trabalhador e amigo, exaltando sua nobreza, virtude, coragem e o seu sacrifício, temas essenciais nas pinturas neoclássicas. Podemos notar também que quase não á a presença de sangue nessa pintura, apenas algumas machas e gotas, isso foi uma estratégia utilizada por David para mais uma vez exaltar o quanto Marat era um homem bom.

        Analisando essa obra por viés aristotélico, temos que voltar e entender a linha de pensamento que Aristóteles utilizou para julgar a arte. Partindo da Metafísica, onde esta procura definir os campos do conhecimento, separando-os por sua finalidade. Temos a epistéme, ou seja, a ciência e, de outro lado, a práxis e poíesis como a forma prática, a ação. Aristóteles acredita existir três grandes grupos da ciência, sendo eles: as Ciências teoréticas, que é responsável pela busca dos princípios (universais e necessários) e das causas dos seres naturais. As ciências práticas (práxis) cujo princípio ou causa é propriamente humano, sendo assim a política e a ética como exemplos típicos dessa ciência. E por último temos as ciências produtivas (ou poíeticas) que se refere a uma particularidade da ação humana, ou seja, a ação fabricada.

        A poesia, a escultura, música, pintura, etc que atualmente chamamos de “belas artes” são vistas por Aristóteles como técnicas. Para ele, a arte é pensada com determinadas regras estabelecidas, de como fabricar. O artista, (aquele que domina uma determinada arte) por assim dizer, segue essas determinadas regras de fabricação para atingir um padrão pré determinado que se espera de uma obra de arte. Toda essa concepção não descreve em nada com o que denominamos de arte hoje em dia, pois Aristóteles espere apenas que a o artista seja um mero executor daquilo que lhe foi proposto e isso acaba completamente com a liberdade de criação que uma artista deve ter, afinal, ele é uma pessoa que se envolve na produção da arte, no fazer artístico criativo.

        

Cada arte para Aristóteles tem suas regras específicas e ele estima que precisasse da experiência (empeiria), o modelo (eidos) e o método (méthodos), e por isso o filosofo não considera o artista como um ser que pense que trabalhe o seu raciocínio, pois ele é apenas um executante daquilo que já foi estabelecido. [pic 5][pic 6]

Dissemos que Aristóteles se ocupa fundamentalmente da tragédia e que desenvolve a sua teoria da arte em relação a ela. Não podemos aqui entrar nos pormenores a questão; mas fica por esclarecer um ponto que, apresentado em estreita conexão com a definição da tragédia, se pode aplicar á arte em geral. (REALE, 2001, p. 112).

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