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Barroco e gregorio de matos

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Por:   •  22/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.269 Palavras (6 Páginas)  •  288 Visualizações

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Barroco e gregorio de matos

Enviado por laricosta666, nov. 2012 | 6 Páginas (1354 Palavras) | 12 Consultas |

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Características do Barroco

O estilo barroco nasceu em decorrência da crise do Renascimento, ocasionada, principalmente, pelas fortes divergências religiosas e imposições do catolicismo e pelas dificuldades econômicas decorrentes do declínio do comércio com o Oriente.

Todo o rebuscamento presente na arte e literatura barroca é reflexo dos conflitos dualistas entre o terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo presente no período renascentista.

1) A arte da contrarreforma

A ideologia do Barroco é fornecida pela Contrarreforma. Em nenhuma outra época se produziu tamanha quantidade de igrejas, capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais. As obras de arte deviam falar aos fiéis com a maior eficácia possível, mas em momento algum descer até eles. A arte barroca tinha que convencer, conquistar e impor admiração.

2) Conflito entre corpo e alma

O Renascimento definiu-se pela valorização do profano, pondo em voga o gosto pelas satisfações mundanas. Os intelectuais barrocos, no entanto, não alcançam tranquilidade agindo de acordo com essa filosofia. A influência da Contrarreforma fez com que houvesse oposição entre os ideais de vida eterna em contraposição com a vida terrena e do espírito em contraposição à carne. Na visão barroca, não há possibilidade de conciliar essas

antíteses: ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade. A tensão de elementos contrários causa no artista uma profunda angústia: após arrojar-se nos prazeres mais radicais, ele se sente culpado e busca o perdão divino. Assim, ora ajoelha-se diante de Deus, ora celebra as delícias da vida.

3) O tema da passagem do tempo

O homem barroco assume consciência integral no que se refere à fugacidade da vida humana (efemeridade): o tempo, veloz e avassalador, tudo destrói em sua passagem. Por outro lado, diante das coisas transitórias (instabilidade), surge a contradição: vivê-las, antes que terminem, ou renunciar ao passageiro e entregar-se à eternidade?

4) Forma tumultuosa

O estilo barroco apresenta forma conturbada, decorrente da tensão causada pela oposição entre os princípios renascentistas e a ética cristã. Daí a frequente utilização de antíteses, paradoxos e inversões, estabelecendo uma forma contraditória, dilemática. Além disso, a utilização de interrogações revela as incertezas do homem barroco frente ao seu período e a inversão de frases a sua tentativa na conciliação dos elementos opostos.

5) Cultismo e conceptismo

O cultismo caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada, culta, extravagante, repleta de jogos de palavras e do emprego abusivo de figuras de estilo, como a metáfora e a hipérbole.

Veja um exemplo de poesia cultista:

Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, A quem infiéis despedaçaram

O todo sem a parte não é todo;

A parte sem o todo não é parte;

Mas se a parte o faz todo, sendo parte,

Não se diga que é parte, sendo o todo. (Gregório de Matos)

Já o conceptismo, que ocorre principalmente na prosa, é marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, nacionalista, que utiliza uma retórica aprimorada. A organização da frase obedece a uma ordem rigorosa, com o intuito de convencer e ensinar. Veja um exemplo de prosa conceptista:

Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos. (Pe. Antônio Vieira)

(¹mister: necessidade de, precisão.)

· Figuras de Linguagem no Barroco

As figuras de estilo mais comuns nos textos barrocos reforçam a tentativa de apreender a realidade por meio dos sentidos. Observe:

Metáfora: é uma comparação implícita. Tem-se como exemplo o trecho a seguir, escrito por Gregório de Matos:

Se és fogo, como passas brandamente?

Se és neve, como queimas com porfia?

Antítese: reflete a contradição do homem barroco, seu dualismo. Revela o contraste que o escritor vê

em quase tudo. Observe a seguir o trecho de Manuel Botelho de Oliveira, no qual é descrita uma ilha, salientando-se seus elementos contrastantes:

Vista por fora é pouco apetecida

Porque aos olhos por feia é parecida;

Porém, dentro habitada

É muito bela, muito desejada,

É como a concha tosca e deslustrosa,

Que dentro cria a pérola formosa.

Paradoxo: corresponde à união de duas ideias contrárias num só pensamento. Opõe-se ao racionalismo da arte renascentista. Veja a estrofe a seguir, de Gregório de Matos:

Ardor em firme Coração nascido;

pranto por belos olhos derramado;

incêndio em mares de água disfarçado;

rio de neve em fogo convertido.

Hipérbole:

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