Fichamento - Quadros e Categorias
Por: Caroline Manolio • 10/12/2017 • Resenha • 1.033 Palavras (5 Páginas) • 415 Visualizações
Caroline Afonso Manolio – Nº USP 10313936 [pic 1]
AUH 308 - História da Arte – Professor Luciano Migliaccio
Universidade de São Paulo
FAUUSP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Departamento de História da Arquitetura e Estética do projeto
FICHAMENTO – “Quadros e categorias” – capítulo III
O texto em questão, primeiramente, traça um perfil do homem do Quattrocento: homem relacionado à religião, aos negócios e com gosto pela dança, perfil que inclui a tradicional figura típica de mecenas no período – Lorenzo de Médici. Essa introdução é importante pois estabelece uma relação entre os perfis sociais e a visão da sociedade do período perante às pinturas. Partindo das práticas sociais, o texto identifica as práticas visuais como as mais importantes dentro da percepção das pinturas. Para o autor, a maior parte dos hábitos visuais de uma sociedade não está registrada em documentos escritos, mas estão fortemente ligadas aos tipos sociais e às atividades nas quais as pessoas estavam inseridas.
Sendo os homens que pagavam os pintores homens do período do Quattrocento, eles estavam inseridos no universo predominante: homens ligados à religião, boas maneiras e negócios. Sendo assim, as atividades preponderantes na sociedade influenciavam os mecenas, e por decorrência, sendo eles quem pagavam as obras, influenciavam a temática das obras que seriam produzidas por aqueles que financiavam.
O texto traça análises sobre as percepções e reações perante às pinturas e esquemas de julgamento relacionados às obras de arte. Sistemas de classificação de obras criados por homens da época são expostos. Enfatiza-se que os critérios de julgamento provém de origens sociais e que é necessário entender a bagagem cultural quatrocentista para examinar as pinturas desse século.
O texto, a partir daí, se empenha em definir uma série de conceitos relacionados à percepção das obras de arte do período, os quais são:
Imitatore della Natura – imitador da natureza: relacionado a um dos principais valores de arte da Renascença, teve Masaccio como grande representante. O imitador da natureza é autônomo com relação aos livros que apresentavam os modelos e fórmulas e as convenções, as quais constituíam uma parte substancial da tradição pictural.
Rilievo – Relevo: obtido através do tratamento hábil e discreto dos tons sobre a superfície.
Puro – pureza de estilo: termo que se opõe ao de “ornato”. Um estilo puro é límpido, conciso, claro, positivo como um elemento de conotação moral.
Facilita – facilidade: significa “habilidade”, sem a conotação negativa, num significado próximo a liberdade, desenvoltura. A agilidade resultante da prática da facilidade era uma das qualidades mais apreciadas pela Renascença. Talento adquirido através do exercício.
Prospectivo – perspectivista: relacionada à adaptação da ótica à pintura. Relacionado fortemente como Brunelleschi.
Gratioso – gracioso: que possuía graça, agradável em geral. Está relacionado com a disposição das pessoas nos quadros: membros delicados e alongados, sem fazer aparecer muito os músculos, membros, particularmente os braços, descansados. Resultado da “varietá” e do !ornato”.
Ornato – ornamento: extensão abrange mais do que o ornamento. Relacionado com clareza e precisão, sutileza, elegância, abundância, vivacidade, charme e minúcia.
Varieta – variedade: contrapõe-se em relação à abundância (cópia), que é uma profusão de assuntos. Reside particularmente em dois fatores: em uma diversidade e um contraste de tintas e em uma diversidade e um contraste de atitudes nas figuras representadas.
Compositione – composição: harmonização sistemática de cada elemento em um quadro tendo em vista obter o efeito global desejado.
Colorire –colorir: relacionado com o fenômeno da recepção de luz sobre o objeto, apresena-se como a arte de manipular o branco e o preto, de um lado, e o vermelho, azul, verde e as outras cores, de outro. Atinge todo o seu significado quando se contrapõe ao elemento que Landino chama de desenho (disegno).
Disegnatore – desenhista: associado à representação de um objeto com as linhas do contorno contraposta à dos tons. Os fundamentos da arte da pintura e o princípio de todos esses trabalhos feitos a mão são o desenho (disegno) e o colorir (colorire). A dicotomia entre desenho e colorir, entre linhas e tons, uma tendenciosa simplificação da experiência visual, está inscrita profundamente, desde algum tempo, na cultura visual europeia, e produz em nós uma sensibilidade curiosamente desdobrada.
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