Hitoria fantaisa
Por: diegorsales • 14/1/2016 • Dissertação • 10.253 Palavras (42 Páginas) • 292 Visualizações
FIRE LORDS
INTRÓITO
Meu pai era um homem muito famoso, pois era o que se chama de oráculo, Charkan, O vidente. As pessoas o procuram para saber de coisas que eles mesmos não conseguiam responder, mesmo assim, meu pai nunca teve tempo para minhas perguntas. Certa feita, durante um dos poucos momentos que pude desfrutar de sua atenção, enquanto lavava seus pés, eu perguntei:
- Pai, por que o senhor sabe tantas coisas e os outros não?
Ele levantou a cabeça com um aspecto de reprovação, cerrou as sobrancelhas e aproveitando o pé que já estava levantado para se lavado, empurrou meu peito com a planta do pé e disse com uma voz de quem se sentia traído:
- Não posso te responder isso...moleque, saia da minha frente, agora, ou terei de manda-lo embora desta casa!
Saí correndo e nunca mais dirigi sequer o olhar ao velho maldito.
Quando deixou este mundo ele estava sozinho, ainda mais velho e não lembrava nem de seu próprio nome suas palavras eram desconexas como alucinações de contos de terror. Embora não lembrasse nem seu próprio nome em suas últimas palavras ele lembrou o meu e, indiretamente, respondeu que tudo que eu sempre precisava saber e não podia ser contado, não pessoalmente, mas por meio de uma disposição testamentária ele fez.
Ao ficar sabendo da morte dele, fui ao velório por uma questão de convenção social, entrei e ele estava sobre a cama envolto em lençóis, junto com o corpo havia uma carta e um jarro lacrado. O homem que um dia arrebatou multidões que o veneravam por suas revelações e conselhos sempre precisos, agora está sozinho.
Abri a carta, nela dizia que ele não tinha bens a serem deixados, mas pedia que todas suas coisas deviam ser cremadas junto com ele e o jarro em hipótese alguma deveria ser aberto. Além disso, deixou um último pedido: eu deveria crema-lo pessoalmente junto com o tal jarro em uma caverna de um local isolado qualquer. Relutante, ainda assim o fiz, arrumei uma caverna longe da cidade, estava morrendo de medo de alguém ver aquela cena e acabar sendo preso. Amontoei muita lenha seca, coloquei o jarro e o velho com uma peça de roupa luxuosa - a única coisa que ele possuía - sobre a bendita pilha de madeira e atei fogo.
As chamas cresceram muito rápido, a fumaça começou a entrar pelas minhas narinas, aquele calor junto com a fumaça e toda aquela situação estressante, queria prender a respiração e não conseguia, sem perceber desmaiei.
Neste instante, já caído no chão, um sussurro veio aos meus ouvidos, um barulho como o cantar de pássaro e espantado vi meu corpo queimando, vi o corpo do meu pai e as chamas que consumiam tudo, quando já estava perplexo com toda aquela situação macabra vi o jarro romper-se e transformar em um pássaro flamejante. Imaginei que estava alucinando pela fumaça ou morto asfixiado, mas não, fui incinerado pelas chamas junto com todo o restante das coisas que estavam na caverna: lenha, roupas, cadáver, jarro, eu e as sombras que tomaram conta de tudo inclusive da minha consciência.
Quando acordei parecia que tinha escapado de um pesadelo agonizante, mas olhei ao redor e tudo estava como antes. O corpo e o jarro haviam virado pó, as chamas já estavam extintas e o mais importante: eu levantei rápido daquele chão sujo, estava bem. Bem, mas de alguma forma sabia que não estava igual, uma sensação estranha me inquietava, alguma coisa parecia diferente, eu me sentia diferente e quando saí da caverna o céu era cinzento envolto em trevas. Me assustei, senti uma tontura repentina quando imaginei que cairia de novo fui amparado por um senhor de capuz, ele perguntou se estava com algum problema e eu mal conseguia responder. Fui colocado no compartimento de carga uma carroça, o senhor disse:
- Sou Fyandor, beba este elixir, irá fazer você se sentir melhor.
Quando me dei conta percebi que o velho embora parecesse humano tinha olhos diferentes e sua mão direita era uma garra como de uma ave com penas e unhas longas e afiadas, com medo gritei pedindo por socorro. Ele me reprendeu dizendo:
- Se eu fosse te fazer algum mal teria te matado e não te trazido para minha condução.
Perguntei:
- O que é você, um monstro? Ou isso é somente uma fantasia?
Ele me respondeu
- Você esta alucinando, acalme-se e descanse que tudo ficará bem estou indo a Scambúria buscar meus discípulos, lá você poderá buscar ajuda especializada.
Eu continuava gritando e tentando fugir, ele se desculpou e dizendo que não queria ter que fazer isso, mas não tinha outra escolha e em seguida não vi mais nada.
e um turbilhão de visões veio a minha mente e sobre estas visões que quero contar para vocês a história de um novo mundo, um lugar totalmente diferente de tudo que já ví. Como se lesse a gênese de uma nova terra.
Conheci tudo desde o momento zero da criação, uma época entre o nada e o tudo, após o haja luz e antes do faça-se o fim, o mundo era povoado por três nações que dominam o fogo como sua principal atividade de sobrevivência, Ignus, os filhos da fênix; Sephyats o povo dragão; e os Telúrids os servos da morte. O mundo sombrio, ainda em surgimento, dividido em poucas cidades. A maior e mais nova das cidades era Scambúria que estava localizada ao centro e circundada por todas as outras cidades. Ao extremo oeste havia a cordilheira dos vulcões que sediam a cidade de Svenkhar o lar dos Sephyats. Entre a cordilheira e as infindáveis planícies rochosas estava um entreposto comercial muito famoso chamado Bluriad, todas as cinzas dos vulcões caia sobre Bluriad como a neve caia sobre as estradas de Argunya, tornando a paisagem uma dela atração aos visitantes. Ao norte de Scambúria havia uma cidade bem desenvolvida tecnologicamente onde moram os Telúrids, a já citada cidade de Argunya, durante um longo período do ano as trevas e o frio assolador protegiam o desenvolvimento destes adoradores da morte mantendo-os inacessíveis. Ao contrário do norte, no sul havia muito calor, fumaça e poluição, acima de tudo isto mais próximo ao céu cinzento e longe dos vales ácidos e fétidos que restam estava, um complexo de várias pequenas cidades flutuantes a metrópole do fogo, a região de Flaméria onde viviam os Pyrogs os representantes flamejantes dos Ignus. Já os Smogds e Corwiaks viviam em outros lugares, mas esta história deverá ser explicada em momento mais oportuno. Em minha mente tudo rodava e se conectava como uma rede, tudo começava em fogo e partia para a história de pessoas simples que sem perceber definiram quando o fogo se apagaria.
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