IMAGINAÇÃO/ EROTISMO/ VISÃO DECORATIVA
Por: duddtr • 7/6/2016 • Resenha • 956 Palavras (4 Páginas) • 282 Visualizações
Curso: Bacharelado em Design | Unidade: Barra | Data: 19/05/2016 |
Disciplina: História da Arte III | Turma: | |
Professora: Martha Telles | Visto da professora: | Avaliação: Resenha |
Aluno: Marya Eduarda Dutra Gracine | Matrícula: 15100111 |
[pic 1]MATISSE: IMAGINAÇÃO/ EROTISMO/ VISÃO DECORATIVA
A CONSCIÊNCIA DE MATISSE
Os pintores que se inspiravam em Cezanne no começo dos anos 1900 costumavam vê-lo como mestre da incerteza pictórica, admirando a peculiaridade do seu traço e a impenetrabilidade de seu espaço. Matisse era um desses artistas que tinha em Cezanne uma referência. Podendo comparar A Mulher de Azul de Cezanne com a Mulher de chapéu de Matisse, cuja é uma obra que parece querer registrar principalmente o factício de um rosto visto a alguns centímetros de distância, porém essa característica em Matisse não resulta na desarmonia da percepção, não reduz o rosto a sinais detestáveis. Em mulher com chapéu a intuição o acidental e a espontaneidade ainda estão lutando com o mental e racional. Ele nos mostra a cor, representando sensualidade, a ponto de se tornar puro cálculo e ansiedade e não realidade. Portanto, chama-lo de fauvista é um equívoco já que a cor é uma jaula em Matisse, uma espécie de armadura. A cor retornaria à atividade sensível, mas fazendo parte do processo de negar a si mesma e se tornar uma imagem mental, não se concentraria nem se intensificaria no processo: não seria sobrecarregada pela visão do artista, mas decomposta em retalhos e fragmentos, isso é modernismo. As cores no modernismo são apenas um exemplo mais evidente da desconstrução geral dos meios e dos materiais. Modernismo é sinônimo de paradoxo por ser uma arte que propõe que as qualidades humanas implícitas na experiência, de profundidade intensidade e fraqueza e vivacidade estão quase extintas, pois foram mercantilizadas e vulgarizadas comprimidas em imagens para a compra e venda. A arte moderna é uma recuperação dialética em meio a circunstancias desesperadas, para ela o humano só será reencontrado se o lado oposto for a meta.
VOLUPIA E ORDENAÇÃO
Se compararmos os quadros de Matisse da época fauvista com alguns colegas de escola nota-se a junção entre emoção e controle. O artista que busca acima de tudo a expressão é também um artista de controle aguçado, para Matisse a expressão consiste em dar forma a alegria (sendo o fauvismo uma espécie de expressionismo da alegria, mas ainda da expressão). “Sempre tentei esconder meus esforços, sempre desejei que minhas obras tivessem a leveza e a alegria da primavera que nunca dá para suspeitar o trabalho que custou” diz o artista.
O fauvismo queria recuperar a pureza dos meios da pintura ao mesmo tempo que com o refinamento das cores puras, desejava resolver o “o amago sensual dos homens”. A pureza e a simplicidade era justamente o que se opunha aos instintos e às emoções transformando-se quase em seu contrário. Matisse sempre quis ser o pintor não do conforto como Picasso mas aquele que estabelece relações, fazer o outro alegre consolando-o da pena de existir. O emprego das cores nas obras de Matisse é um bom exemplo desse procedimento. A importância que tem a cor como meio de expressão para sua pintura evidencia a influência de Cezanne para quem a cor seria o lugar onde seu cérebro e o universo se encontrariam. É preciso que os signos empregados sejam equilibrados de tal maneira que não destruam uns aos outros. A relação entre as cores se estabelece de tal maneira que irá sustenta-las em vez de derruba-las. Uma nova combinação cromática se seguirá à primeira e dará a totalidade da representação. Valorizando sobretudo as relações, pois uma cor só existe em relação a outra. Em seu sistema pictórico as cores funcionam como suporte uma a outra para no final todas juntas formarem o conjunto da expressão.
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