O Medo da Ausência de Conexão Humana
Por: lauradsbm • 22/11/2022 • Abstract • 833 Palavras (4 Páginas) • 101 Visualizações
Algumas pessoas vivem intensamente, mas elas focam tanto em viver o momento que elas nunca o entendem. Algumas pessoas não se dão a pausa de parar para respirar e perceber o mundo ao seu redor, e não apenas tudo o que se vê, mas o que ainda pode ser.
Ler é minha coisa favorita no mundo.
Às vezes, eu me sinto um livro.
Um livro direto, marcante, movimentado e violento, daqueles que só se lê uma vez, e se leva a lição para o resto da vida.
O mundo tem infinitas histórias a serem contadas, de infinitos pontos de vista, que podem ensinar infinitas morais. Um livro é apenas uma parte de tudo isso, mas ler é vivenciar e aprender por experiência algo que nunca foi.
Eu tenho medo de que as pessoas nunca parem para ler o livro, que apenas tentem o entender brevemente, pela capa ou pela sinopse, e não percebam seus pequenos, míseros detalhes. Uma pequena dobra na ponta de uma página, uma ligeira mancha no meio de tantas palavras, o jeito que a brochura se comporta quando se vira uma página e como essas partes do todo podem nos levar a entender o que ele realmente é.
Eu tenho medo de nunca encontrar um livro como eu.
Às vezes, eu me sinto um furacão.
Um furacão estrondoso, que chega de uma hora pra outra, sem muito aviso, e faz uma bagunça por todo lugar que ele passa.
Eu não acho que esse furacão tenha um resultado negativo nas pessoas.
É um furacão porque é repentino, é barulhento, faz sua presença e mostra o motivo pelo qual ele está ali. Ele é determinado, forte e extremamente teimoso.
Eu sinto como se eu fosse um furacão na vida das pessoas.
Elas vivem suas vidas despercebidas, e eu sinto falta de encontrar outros furacões por onde eu passo, porque por mais que faça uma diferença, um furacão é temporário.
Eu tenho medo de não ser permanente.
Tenho medo de que eu passe pela vida dos outros e que eu seja apenas uma memória, nunca uma constante. Tenho medo de que por mais que seja uma lembrança intensa, tudo que eu tenha sejam pedaços de outras vidas.
Um furacão passa por lugares diferentes e deixa sua marca em todos eles, mas ele eventualmente morre e nada nele fica.
Às vezes, eu me sinto uma estrela.
Uma estrela grandiosa, cintilante, ousada, porém pequena e insignificante no meio de tantas outras quando vista de longe.
Eu tenho medo de que, por mais que de cima eu possa ver muito do que há para ver, aprender com os outros e encontrar felicidade no que me vem ao alcance, eu nunca me torne uma Supernova.
Algumas pessoas vivem a vida esperando o momento em que mais vão se exaltar, esquecendo que tudo é uma pequena vitória e cada passo vale a pena quando se o toma devagar.
Elas esquecem que falar é diferente de agir, de pensar e de ver o mundo de uma forma diferente.
Eu tenho medo de não ser essas pessoas, de viver um dia atrás do outro, como uma estrela, e esquecer de que tudo me leva a um grande final.
Eu tenho medo de não explodir. De ser pequena
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