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O Principio Da Arte: A Dramaticidade Humana

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Por:   •  12/8/2014  •  2.803 Palavras (12 Páginas)  •  1.248 Visualizações

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Introdução

Iniciar esta reflexão; categorizando a linguagem em dois modos que se complementam formando um todo verbal e não-verbal complexo. Primeiro, a linguagem verbal cotidiana, aquela em que há rupturas na comunicação, que se revela no momento em que o discurso verbal cotidiano é insuficiente para realizar a comunicação, necessitando do gesto para enfatizar e até mesmo para completar a mensagem que se quer comunicar. A segunda categoria de linguagem é a dramática, esta acontece no momento da ruptura, quando o discurso-verbal é insuficiente para dizer “coisas”, o ser humano recorre ao símbolo, ao não-verbal, pois que a arte propicia um discurso que escapa ao sistema de códigos meramente verbais.

Esse principio dramático da e na arte precisa ser articulado ao processo de educação escolar em arte: área de conhecimento, estudo e pesquisa que busca decodificar, criar e recriar os saberes estéticos e artísticos.

Segundo FISCHER, o ser humano desde os primórdios, possuía uma linguagem que refletia o contexto histórico-social daquele momento especifico.

Desde a sua criação, a linguagem tornou-se um instrumento produzido pelos humanos em função da crescente sofisticação das relações sociais. Entretanto a linguagem usada na sociedade primitiva possuía uma funcionalidade rudimentar quase comparável às armas que os primitivos usavam para se defender e cação.

Outro aspecto da linguagem primitiva é a “... pantomima em que o corpo e os gestos colaboravam”.

Estas colocações abrem espaço para aprofundarmos o entendimento da arte como linguagem. Segundo o exemplo usado por BARTHES, a linguagem teatral se compõe de expressões especificas tais como o gesto, o cenário, a luz, o vestuário, a maquiagem e o tom de voz.

A composição simbólica teatral tem como característica primordial, significar.

Segundo CASSIRER, a capacidade imaginativa do artista passível de ser aprendida e apreendida por qualquer pessoa, sem distinções preestabelecidas de “dotes artístico” esta capacidade é obtida pelo estudo, pelo trabalho exaustivo, e pela pesquisa, e não como algo dado. Sendo uma dimensão do conhecimento humano.

Esta imaginação do artista pode ajudar a inaugurar um novo olhar, mais sensível e inteligente, sobre o real. Esse olhar é um momento, um ângulo de visão histórica e social pelos caminhos da arte.

O principio da Arte: a Dramaticidade humana

A dramaticidade é a capacidade humana de lidar conscientemente com gestos interiores (movimentos internos da sensibilidade); reelaboração das contradições da própria vida (ação de transformação) e suas peculiaridades através da comunicação simbólica (múltiplas formas de linguagem). Tais linguagens nasceram da necessidade humana de distinguir e nomear o mundo que a rodeava e, ao mesmo tempo, de expressar o mundo que se fazia em sua interioridade.

A linguagem humana, aqui entendida em seu sentido mais amplo e arcaico, o de comunicação através de sinais, gritos e formas ainda não definidas nem elaboradas. Linguagem no sentido de necessidade vital de comunicação humana.

A linguagem é um fio condutor de comunicação permeado pela imaginação dramática: capacidade de se colocar no lugar de outrem, de fatos e até de situações (às vezes não-reais), mobilizando a emoção e a inteligência com o fazer simbólico do ser humano.

Busca-se uma concepção de arte que num primeiro plano não reitera a realidade cotidiana de modo factual, como mera repetição, reprodução ou imitação do real. Ao contrário, tal concepção de arte busca no inter-relacionamento das diversas linguagens e símbolos a reelaboração que transcende o estabelecido e propõe novas conquistas, novas possibilidades imaginativas, simbólicas e emancipatórias.

Segundo o autor, o sentido da expressão teatral e do desenho, é tomado em sua essencialidade última - o gesto, o movimento, a expressão corporal e facial, o tom os sons, a palavra permeada de plasticidade em função de uma expressividade visceral cotidiana que o homem reelabora enquanto expressão não verbal.

A Dramaticidade habita o imaginário do ser humano: mobiliza, inventa e investe em mitos, ritos e lendas, criando e recriando novas e infinitas formas de comunicação, novos e originais signos.

A Dramaticidade humana é um princípio da arte, segundo o filme “O Piano” o impedimento da liberdade de expressão do ser humano e, mais precisamente da mulher, assinala as feridas de nossa sociedade discriminatória, que exclui aqueles que não se adaptam aos padrões preestabelecidos.

Assim, pode ser dizer que o teatro, o desenho, a pintura, a música, enfim, a arte e suas múltiplas possibilidades carregam em profundidade um princípio mágico que se expressa através da linguagem dramática do ser humano.

A pintura corporal em rituais e pintura nas paredes das cavernas. Essas formas simbolizam uma espécie de ensaio e erro na elaboração de uma escrita. Com isso, foi surgindo uma frágil e intensa possibilidade de linguagem entre os humanos, aos poucos forjada em modos mais sofisticados.

A linguagem possui uma dupla natureza como meio de comunicação e meio de expressão. Partindo desse pressuposto, consideramos que todas as formas de linguagem artística – artes plásticas e visuais, o texto, as artes cênicas e a música – trazem essa dupla natureza, o que permite a paisagem reelaborada do cotidiano para as formas artísticas.

Surge a possibilidade de se reconstruir a História da Arte sob uma perspectiva de comprometimento mínimo com a maioria da população, traduzida através do acesso ã leitura e releitura das obras de arte.

De onde viemos e para onde vamos são questões fundamentais que sempre permearam a produção humana, seja científica, artística ou filosófica.

O autor cita Platão e a alegoria da caverna, com a intenção de ampliar e aprofundar a questão da arte de tendência idealista a partir da contextualização da Dramaticidade princípio da arte no processo de educação escolar, em nossa sociedade, o próprio saber ler no sentido de dominar a linguagem oficial – é uma das características da divisão dr bens e de classe.

Da mentalidade do mito à desmistificação da Arte no espaço da educação escolar

A tendência reflete uma concepção de educação que pressupõe a construção de uma sociedade mais justa e democrática a partir do processo de aquisição do conhecimento.

Partindo da concepção idealista de Platão, onde razão e sensibilidade passam a

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