O Professor-Pesquisador como Instrumento de Melhoria do Ensino de Ciências

Discente: Bruna Gabriele Eichholz Vieira

Resenha: O Professor-Pesquisador como Instrumento de Melhoria do Ensino de Ciências

A análise descrita neste trabalho, é referente ao texto de Marco Antônio Moreira, sendo denominado de O Professor-Pesquisador como Instrumento de Melhoria no Ensino de Ciências. Sua publicação é relativamente antiga, na qual foi publicado no ano de 1988, ou seja, a 31 anos atrás.

O enfoque da escrita baseia-se na consideração de que há muito tempo a pesquisa em ensino era baseada em aspectos quantitativos, em que se fazia uso de métodos estatísticos e realidades aplicáveis a população. Embora essa discussão permaneceu nesse campo de pesquisa, começaram-se a criticar tal metodologia, visto que a realidade não era algo “pronto”, que existe e é descoberta por meio de pesquisas. Mas sim, é algo que se constrói. Dessa maneira, novos pensamentos e metodologias foram surgindo e sendo defendidas. A abordagem qualitativa era uma metodologia, que sendo o autor, tomava posse da interpretação de dados, etnográfica à pesquisa em ensino.

No desenvolvimento do texto de Moreira, muito se discute a questão de o pesquisador em ensino ser, na maioria dos casos, externo ao ambiente de pesquisa, ou seja, à sala de aula. Pesquisas com esse caráter acabam não chegando a salas de aula, visto que os estudos são divulgados e analisados principalmente na orbita academia, em universidades. Dessa maneira, os professores acabam ficando marginalizados das informações adquiridas e do andamento da pesquisa. Moreira (1988) relata que o fator mais importante de uma pesquisa de ensino é a obtenção de bons dados. Levando em consideração esse pensamento, o professor se torna o pesquisador que é mais capaz de coletar dados e investigar situações de ensino e aprendizagem, sendo ele o pesquisador que vive diariamente no ambiente de interesse da pesquisa. Entretanto, pesquisas focadas no ensino apresentam poucos pesquisadores-professores. Esse fato se deve pela sobrecarga que pode trazer ao professor, assim como o pensamento de despreparo e de sem habilidades, que muitos professores sentem. Assim, criou-se uma impressão de que pesquisas desse tipo são privilégios de especialistas.

De modo sucinto, realizar uma pesquisa é fazer o uso de uma determinada metodologia para respondes questões básicas relativas a um fenômeno de interesse. Essas questões a serem respondidas sempre são formuladas e pensadas a partir de referenciais teórico-conceitual. Assim como o autor cita, a pesquisa é algo que aterroriza muitas pessoas, porém a pesquisa não tem nada de assustador. A pesquisa sempre constantemente presente na nossa sociedade, de uma maneira ou outra, acabamos engajados em pesquisa.

Com relação ao que foi discutido até agora, trago uma questão que o texto aborda, sendo: “E quem está mais habilitado a refletir sobre isso se não o professor ?”.         Quando refletimos sobre essa frase, pensamos a quem interessa esse tipo de reflexão. Com certeza, pensaríamos nos professores. Qualquer profissional, seja da educação ou não, deve estar constantemente refletindo acerca de sua prática, a fim de aprender e formular suas próprias questões.

Como foi possível observar ao longo do texto, pesquisas de ensino apresentam uma grande relevância na prática docente. Assim, é válido promover o estimulo de professores de ciências a se tornarem pesquisadores em ensino de ciências, visto que sem eles a pesquisa e o progresso nesse tipo de área ainda continuarão progredindo lentamente. Acredito que pesquisas com esse tipo de caráter não devem ficar apenas em mãos de pesquisadores isolados em universidades, mas sim engajar os professores nessas pesquisas, possibilitando resultados mais significativos e que cheguem ao ambiente escolar.