O Teatro Brasileiro
Por: Anike Couto • 5/6/2016 • Seminário • 938 Palavras (4 Páginas) • 324 Visualizações
Escola de Comunicação e Artes
Curso de Teatro
Teatro Brasileiro
01/07/2010
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Para fazer uma viagem pela história do Teatro Brasileiro através de uma peça que esteja em cartaz,nenhuma mais conveniente do que "O Mambembe", de Arthur Azevedo. Em temporada no Rio de Janeiro, no SESC Ginástico, o grupo Sarça de Horeb, sob direção de Almir Telles, presta homenagem a um outro grupo, o Teatro dos Sete, pelos 50 anos de sua marcante montagem da mesma peça.
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O grupo Sarça de Horeb apresenta um panorama que começou a ser mudado à partir da década de 1940, com o grupo Os Comediantes, no Rio de Janeiro, e o TBC, em São Paulo. Com 20 anos de história, o grupo mantém um modelo de criação dado pela profissionalização do fazer teatral. Ainda nos anos 40, tínhamos atores analfabetos, resquícios de uma época em que o primeiro ator da companhia era o responsável pelo andamento da cena, sendo essa não mais interessante do que sua própria presença, já que o público estava somente interessado em vê-lo. Não que a idéia do ator romântico nao exista mais. O público vai sim, ao teatro, para assistir atores famosos. A própria peça comentada conta com estes, Marcos Breda e Xando Graça integram o elenco. A questão é que independente da qualidade do espetáculo, atores renomados atraem público, e pagante, preferencialmente.
As dificuldades de se manter um grupo de teatro não mudaram muito entre os dias atuais, os da época da iniciativa da profissionalização teatral, nem da época da já citada Geração Trianon e, nem ainda dos grupos amadores da época em que "O Mambembe" foi escrita por Arthur Azevedo, no início do século xx. Continua-se sem apoio por parte dos governantes, sem segurança na profissão, e, as motivações para levar o teatro adiante vem do amor dos artistas pelo Teatro. Porque apesar de as comédias atraírem grande público, há sempre a necessidade de ter novas produções para continuar alimentando os espectadores, que por sua vez, alimentam os espetáculos. Enfim, um ciclo que facilmente entra em decadência.
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O enredo da peça "O Mambembe" traz como personagens centrais, Laudelina, uma moça que deseja se tornar atriz, Frazão, o empresário do grupo mambembe, e Pantaleão, coronel que financia as despesas do grupo com o intuito de conquistar o coração da jovem atriz. Trata-se de uma Burleta, gênero cômico, sobre os costumes, diferenciando-se pelos números musicais. Molière é considerado o pai da comédia de costumes, que foi introduzida no Brasil por Martins Pena e consolidada por Arthur Azevedo. O assunto abordado pelas comédias de costume é uma discreta sátira social feita à partir da criação de tipos e situações da época.
A Revista é um outro gênero cômico, porém, é híbrida, englobando assim, a Burleta. Originada no início do século XVIII, na França, o Teatro de Revista fazia uma retrospectiva dos acontecimentos teatrais do ano, de forma satírica, uma paródia com as peças revisadas à partir da intertextualidade. No Brasil, a Revista tratou dos acontecimentos gerais, os assuntos importantes ocorridos durante o ano. Era um teatro que envolvia canto, dança, com um visual que impressionava com belos figurinos e cenários. Havia na Revista o compère, apresentador que ligava os diferentes quadros, que não eram dependentes uns dos outros. Esse gênero caiu no gosto do público com Arthur Azevedo, em "O Mandarim".
Arthur Azevedo é considerado o principal autor do Teatro de Revista, em sua primeira fase. Talvez pelo fato de ser jornalista, estando sempre a cerca dos acontecimentos. Sua Revista era popular, porém, diferenciava-se do tom popularesco ao inserir elementos que julgava mais elevedos, como por exemplo, temas literários, julgando que estes fossem adicionar ao público.Tem cerca de duzentas peças para teatro. Tentou fazer surgir o teatro nacional, incentivando a encenação de obras brasileiras. Como diretor do Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, encenou quinze originais brasileiros em menos de três meses. Também idealizou e incentivou a criação do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi um grande colaborador do Teatro Brasileiro.
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