O mundo ideal – utopia, natureza e empatia

Eu não acredito que utopias possam ser reais. Eu acredito que o mundo precisa de alguns incômodos para continuar evoluindo, afinal, ninguém sai da sua zona de conforto por puro prazer. Acreditar na possibilidade de total harmonia entre pessoas e elas com a natureza é muito fictício e com poucas chances de realização, embora pareça o ideal para mim e acredito que para muitas outras pessoas também. Seria maravilhoso viver em um mundo sem preconceitos, sem guerras, sem ganância e preenchido da mais pura bondade e alegria, mas talvez essas coisas que tornem o mundo um lugar ruim sejam tão naturais do ser humano que não dê para imaginar uma versão do universo em que elas não estejam presentes, mas as pessoas sim.

Pensando por essa linha de raciocínio, talvez o mundo ideal seja um mundo em que nós não estejamos aqui. O fim da existência humana permitiria paz ao planeta e ele seguiria seu percurso sem a nossa interferência. Tudo nasceria e morreria pelo próprio universo, e não pela curiosidade do homem. As coisas teriam seu começo, meio e fim do jeito que deveriam. Não haveria destruições causadas por nós, mas apenas aquelas ordenadas pela natureza. Seria a harmonia perfeita entre ela e o que ela produz. Tudo em seu devido lugar, começando quando deveria começar, acabando quando deveria acabar e interrompido quando deveria ser interrompido.

Contudo, pensando em como nós podemos chegar ao mundo ideal, acho que o único fator que nos aproximaria de uma utopia é a empatia. Um ser humano pode ter todas as falhas possíveis, mas se existe empatia nele, significa que ainda há chance de aprendizagem e evolução. Empatia com o próximo, mas não apenas com as pessoas que estão próximas de você. Empatia com aqueles que estão do outro lado do globo, com aqueles que ainda vão chegar no mundo e com aqueles que já partiram. Empatia com o futuro e com o passado. Pensar em cuidar melhor da natureza hoje do que foi cuidada ontem, e pensar da mesma maneira em relação as pessoas. É natural errar. É impossível não ser ignorante em um mundo com tantas coisas para aprender. Mas é fundamental se colocar no lugar do outro, aprender e passar adiante. Talvez apenas empatia não seja o suficiente para alcançar o mundo perfeito, mas com certeza é um grande passo para chegar até ele.