O poder invisível da música no cinema
Por: Pearl8 • 6/6/2015 • Trabalho acadêmico • 986 Palavras (4 Páginas) • 273 Visualizações
O Poder Invisível da Música no Cinema |
Música, Arte e Multimédia |
A música nem sempre esteve incluída no cinema, sendo que inicialmente os filmes eram mudos pois o cinema começou com uma sequência de imagens estáticas em movimento. Só mais tarde, na tentativa de encobrir o ruído do projetor, foi introduzida a música no acompanhamento das imagens do filme e rapidamente se descobriu o impacto que esta tinha para com as imagens mudas.
A música fílmica é fundamental num filme pois consegue transmitir emoções e sensações ao espetador através do som fílmico, que é composto por música, diálogo e ruídos sonoros. Habitualmente, o conjunto musical de um filme define-se por banda sonora, mas os musicólogos Aumont e Marie repensaram o conceito pelo que definiram como banda de som, o conjunto de sons do filme e por banda musical, os sons efetivamente musicais. No entanto os diálogos de um filme podem ser cantados ou a própria música incluir ruídos.
A música fílmica e os restantes sons podem ser intradiegéticos, se uma personagem do filme ouvir um concerto, rádio ou tocar alguma peça musical e extradiegéticos, se a música for sobreposta ao filme não fazendo parte da história, com o intuito de criar certo ambiente. A música fílmica pode igualmente ser considerada incidental, quando é usada propositadamente acompanhando passo a passo a ação retratada e pode ainda incluir músicas já existentes, o que se considera uma prática frequentemente criticada mas ao mesmo tempo pode significar uma homenagem às peças originais.
A música desempenha funções vitais para a construção do sentido, não existindo num filme ao acaso. O registo sonoro “é uma das partes mais importantes do desenho estético global do filme”, assim, pressupõe-se que a sua principal função é de adicionar impacto. A música permite-nos atingir uma dimensão subjetiva e emoção que não é tão bem demostrada nas imagens e este facto demostra-nos a função de realismo mas a mais forte e inquestionável função da música fílmica trata-se da função emotiva pois esta envolve-nos a um nível não consciente e leva-nos a entrar dentro da história e relacionar a mesma com sensações nossas. A função narrativa ajuda a contar a história e é esta, juntamente com os sons, que vão temporalizar as imagens de três modos sendo eles a animação temporal, que caracteriza o ritmo da cena, a linearização temporal que alinha os planos e a dramatização, que cria sensação de expectativa através de sons suaves, fortes e de altas frequências, as quais vão manter o espetador mais alerta.
A música desempenha um importante papel representativo, pois permite a significação às imagens, personagens e eventos que apresenta e mesmo não podendo comunicar diretamente como o diálogo, fornece subtileza que este sozinho não consegue. As pessoas interpretam a música de forma semelhante pois são-lhe associadas emoções idênticas.
Não se pode atribuir um conceito à música devido à sua complexidade, mas pode-se confirmar que esta causa um grande impacto na capacidade de ler o filme, assim como nos ajuda a situar acontecimentos e diz-nos o que pensar e sentir perante as imagens que observamos.
Ignorar a música é ignorar uma poderosa parte do cinema.
Análise Interdisciplinar
A música de cinema existe porque o cinema precisa dela, pois a música expressa a vida e não pode haver vida sem música.
A música num filme não é de fácil análise.
Enquanto código, a música é analógica, porque ao contrário do código digital onde as unidades estão claramente separadas, o código analógico funciona numa escala contínua.
Os códigos analógicos são os mais difíceis de compreender porque as unidades não se distinguem claramente.
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