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OS DOIS TEMPOS- INTRODUÇÃO

Por:   •  10/9/2018  •  Monografia  •  1.287 Palavras (6 Páginas)  •  163 Visualizações

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Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

Bacharelado em Artes Visuais

Dois Tempos

Andrea Vieira

São Paulo, 2008


Dois Tempos

MEMORIAL DESCRITIVO

As imagens fotográficas estão sujeitas a alterações tanto no momento de sua concepção quanto durante sua revelação. Entretanto acreditamos serem elas janelas para o mundo e não representações de determinados conceitos sobre ele.

Costumamos classificar as imagens fotográficas  de acordo com textos aos quais acreditamos elas estão vinculadas.

Existe a crença de que a fotografia antiga apresenta uma época mais favorável a vida humana. Cremos nisso principalmente devido ao discurso que as pessoas que viveram ou apenas ouviram falar dessa época nos colocam.  Concebemos valores estimados as fotografias antigas enquanto uma fotografia do mesmo local tirada no tempo presente não será analisada de acordo com esses valores mas baseada em outros.

Somos condicionados à isolar as imagens fotografias de acordo com conceitos pré estabelecidos não analisando o  vinculo que existe entre elas e o nosso mundo.

 Buscando uma nova maneira repensar esse isolamento  e classificação de  valores pré estabelecidos para as imagens  são mescladas as fotografias do passado e do presente.

O trabalho pretende apresentar a capacidade  fotográfica de relatar as alterações da paisagem urbana e de um local a fim de que as qualidades atribuídas as imagens de acordo com o tempo em que foram tiradas sejam repensadas.

Serão impressos dois painéis nos tamanhos 100 X 65 cm, em papéis foscos e montados sobre painel de MDF.

Os painéis serão colocados a 60 cm do chão com distancia entre eles de aproximadamente 18 cm.

        A parede deverá ser branca para facilitas a visualização da imagem e sem depressões para não ocorrer uma instabilidade na colocação.

INTRODUÇÃO

O trabalho iniciou se a partir de uma conversa de ônibus, com uma senhora, que me indagava a respeito das mudanças da paisagem urbana. Ela relatou me o aparecimento de um novo prédio na paisagem mas fora incapaz de recordar-se o que existia anteriormente em seu lugar.

Adquiri esse evento como fonte de minha pesquisa. Queria discutir essas alterações propondo um resgate das recordações passadas.  Queria propor um resgate da memória, um olhar para o passado de maneira nbostalgica.

Foi observando fotografias antigas de meus familiares que me surgiu a idéia de  utilzar a imagem fotográfica como base de meu trabalhop. Propunha criar um dialogo entre uma imagem tirada há décadas atrás e outra do mesmo local no momento presente.

Pesquisando imagens com o historiador de meu bairro fui encontrando alguns exemplos de eventos que antes eram importantes para as pessoas e que no presente foram esquecidos ou aniquilados.

As imagens me apresentavam valores muito distintos dos que poderiam denominar meu bairro hoje.  Apresentavam me uma cominidade religiosa, patriota, preocupada com a família e com a vizinhança. Parecia me que toda a historia de meu bairro tinha surgindo mediante aquelas intenções  observadas na imagem.

Deparando me com meu presente o oposto surgia. Não se tratavam masis de uma comunidade unida, pessoas saudando o 7 de setembro com passeatas em plena avenida ou a quinta feira santa com uma procissão. As casas de barro deram lugar a  comércios. As ruas estreitas há avenidas por onde transitam grande numero de veículos.  Uma boa parte da vegetação foi expulsa e outras tantas, as que restaram, diferam sua interferência na paisagem limitada as praças do bairro e as ruas onde o trafego é mais tranqüilo.

Pareceu me que houve uma ruptura bruscas entre os momentos das imagens: as que foram tiradas pelos moradores em um passado não muito distante e aquelas que passei a adquirir.

Buscando discutir essa ruptura pensei em caminhos distintos até chegar a um resultado que me fosse agradável. Primeiramente pensei em expor as imagens lado a lado passando dessa alternativa para a impressão delas em transparências e sendo colocadas sobrepostas na parede. Por fim optei por um outro meio, o do corte e da colagem.

Queria discutir essa ruptura enfatizando as diferenças que existiam entre os trechos de tempo que captei.  Colocando as imagens lado a lado ou simplesmente sobrepondo as em transparências deixou de ser uma maneira eficaz ao meu ver de relatar que uma fazia parte da historia da outra, eram opostas, mas se completavam. Aquilo que unia as imagens era o meio pela qual foram adquiridas e aquilo que as separava era o tempo em que foram tiradas.

Ao tentar uni-las pensava primeiramente em resgatar algum fagmento do tempo passado para o momento presente. Acreditava que aquelas imagens mais antigas revelavam alguns valores nostálgicos, aqueles mesmos valores que nos fazem crer que uma imagem amarelada é capaz de revelar questões mais importantes ou mais saudosas do que áqüelas que tiramos em nosso presente. Entretanto conforme o trabalho avançava fomos percebedo outras questões a serem discutidas além da intenção de colocar certa nostalgia no tempo presente.

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