Pedagogia do Autoconhecimento Corpóreo
Por: tarcisiotas • 15/6/2019 • Trabalho acadêmico • 636 Palavras (3 Páginas) • 167 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE[pic 1]
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES
DISCIPLINA: PEDAGOGIA DO CORPO
PROFESSOR (A): KARENINE DE OLIVEIRA PORPINO
ALUNO: TARCÍSIO ALVES DOS SANTOS
Pedagogia do autoconhecimento corpóreo
Gostaria de aqui poder falar brevemente sobre uma possível pedagogia do corpo e como essa mesma foi moldada ao longo do tempo. Também gostaria de falar sobre a minha própria experiência a respeito de uma pedagogia do corpo nas aulas ministradas pela professora Karenine Porpino. Para a primeira parte tomarei como base reflexiva o artigo “Corpos que dançam, corpos que educam”, da professora Porpino citada acima. Porpino faz uma análise histórica de como os corpos foram moldados, e porque não dizer alterados, passando por intervenções ao longo tempo para algum propósito possível.
Primeiramente gostaria de dizer que entendo como pedagogia do corpo os métodos que fazem com que o corpo possa agir de tal e tal maneira, sendo que, muitas vezes esses corpos passam por regras como se fosse uma espécie de adestração, uma espécie de caminho pedagógico para uma civilidade como bem falou Porpino[1]. Dessa maneira, entre vários séculos e décadas o que se viu foi uma forma de tentar educar o corpo, como por exemplo, a dança que ao longo dos séculos pôde modela-los para fins diversos. A dança pode como forma pedagógica do corpo educá-lo para uma forma sistematizada e retilínea como viu no balé clássico. Outras formas estéticas e pedagógicas podem ser vistas nas danças modernas que não se engessavam a pura raiz técnica e racional do balé, mas que trazia consigo novas sensações, movimentos e gestualidades (PORPINO, p.5. s,d). Já a dança contemporânea tenta dialogar com todas as outras formas e também com a possibilidade do novo, e assim, abre espaço para uma pluralidade de sensações, produções e experimentações do corpo em uma pedagogia que se cria e recria.
Assim, a meu entender, uma pedagogia do corpo deve ser crítica a todas as formas e gestos outrora colocados como definitivos e verdadeiros, deve buscar sempre novas possibilidades e alternâncias para que o corpo possa libertar-se de valores e preconceitos. A dança que liberta a alma é a mesma que pode aprisioná-la se a forma pedagógica não trouxer procedimentos práticos que possam suscitar reflexão, mesmo que não no apogeu do movimento, mas na sua forma de elucidar a vida.
Como uma forma de libertar-se e trazer o novo concordo com o professor Jonas Sales[2] quando diz que as dançam de cultura afrodescendente deveria ser referência na educação de nosso país, não só por quebrar preconceitos enraizados em nossa cultura, todavia por trazer novas formas de como o corpo pode se relacionar e criar o novo vindo de algo tão antigo.
Posso ainda dizer que tais procedimentos de reflexão e possibilidades sobre o corpo foi vivenciado por mim enquanto aluno da disciplina pedagogia do corpo 2018.2 ministrada pela professora Karenine de oliveira Porpino. A cada aula o corpo encontrava novas formas de liberdade e expressão. Era como aprender um novo caminhar, no qual cada passo encontrava a quebra de tabus ao mesmo tempo em que movimentos pareciam criar vida dentro de um corpo acostumado à morte do novo. As práticas que vivenciamos nas aulas, juntamente com os textos apresentados fizeram-me perceber uma autoanalise do corpo, uma pedagogia do autoconhecimento corpóreo. Perceber que o corpo é como a mente, se deixarmos que o novo possa nos penetrar em nossa mente e corpo, que novas formas, gestos e movimentos possam surgir, o corpo passa a ser uma enciclopédia da vida que a cada segundo se refaz, desfaz, criar, recria, transforma. É isso que acredito pelo menos por enquanto, ser uma forma adequada de pedagogia do corpo.
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