Resenha - Virgens Suicidas
Por: Nathan Costa • 28/5/2019 • Resenha • 387 Palavras (2 Páginas) • 253 Visualizações
O filme As virgens suicidas (1999), dirigido brilhantemente por Sofia Coppola aborda, de forma crítica, questões sociais e a relação entre suicídio e depressão na adolescência.
Mesmo sendo colorido e até lírico, o filme tem como base a história de 5 irmãs, de 13 à 17 anos, que vivem em um subúrbio americano em meados dos anos 70. O filme é conduzido através de uma narrativa feita por alguns jovens 25 anos depois dos eventos traumáticos desencadeados pela tentativa de suicídio da irmã mais nova, Cecilia (Hanna Hall).
Para representar a época e dar um tom de naturalidade, Copolla abusa de cores pasteis e uma fotografia quase saturada. Esse “estilo” visual propõe mostrar uma sútil impressão de felicidade e despreocupação das irmãs, ao mesmo tempo que mostra a simplicidade de suas belezas, justificando o delírio de todos os garotos da escola que as cobiçam. Atrelado a isso, apresenta a mãe das garotas (Kathleen Turner) como uma pessoa rigorosamente superprotetora e religiosa, ao mesmo tempo que mostra a personalidade distraída e distante do pai (James Woods).
O termo virgem do título não refere-se apenas a questão sexual, mas a outras descobertas. Mais que temer o contato das filhas com o sexo oposto, o casal Lisbon teme os acordes dos discos dos Rolling Stones e até os gritos dos filmes de terror. Suas meninas são virgens de experimentar a vida. Se no começo da história elas parecem meninas normais, apesar da pouca interação com os colegas de escola, logo após o suicídio da caçula, Cecília, chegamos ao extremo. Elas são trancadas em casa, seus discos são queimados numa fogueira e nem a televisão é mais permitida.
A diretora adota uma “visão” cúmplice sobre a alienação, carregada de um sentimento de não-pertencimento, algo que extrapola as definições de sexos. Com "As virgens suicidas", tais sensações vêm em estado bruto, já que o foco é a adolescência. Uma das idéias que resumem o filme está na fala de Cecilia, a irmã mais nova, após tentativa de suicídio. "Você não tem idade para saber o quanto a vida fica difícil", diz o médico, no que ela responde: "Obviamente, doutor, você nunca foi uma garota de 13 anos".
Trazendo isso para a parte teórica, observamos no livro Psicologia do desenvolvimento teorias e temas contemporâneos a importância das relações sociais na vida das pessoas, principalmente dos adolescentes.
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