Resenha de: Retratística Moderna
Por: Artur Ribeiro • 4/7/2016 • Resenha • 985 Palavras (4 Páginas) • 370 Visualizações
Universidade de Brasília - UnB
Instituto de Artes – IDA
Departamento de Artes Visuais
Curso de Teoria, Crítica e História da Arte
Resenha crítica do texto: “As origens da retratística moderna” do livro O retrato na pintura italiana do Renascimento de Jacob Burckhardt
O retrato sempre esteve presente na pintura. Mesmo depois da fotografia ainda houve espaço para o gênero nas pinturas modernas. Na antiguidade, sendo a única forma de representar o indivíduo, ocupava lugar de destaque. Nobres, comerciantes, clérigos, buscavam ser representados em tela e pagavam por essa distinção, geralmente na proporção do feito, tal qual os Medici ou os Borgia italianos. Vasari, em seus escritos, aponta essas e outras causalidades das vidas dos artistas da renascença italiana, como o próprio nome de sua principal obra diz, estava preocupado em descrever a vida e a obra desses artistas. Jacob Burckhardt em O retrato na pintura italiana do renascimento usa outra forma, analisando fatores relacionados a forma e estilo o autor situa o gênero de retrato na história da arte, tanto é que seu trabalho é citado de forma recorrente em história da arte, principalmente se tratando de renascimento.
O retrato e a representação individual nas pinturas funcionaram de forma diferente nos períodos grego e romano. Na Grécia, pessoas abastadas pagavam por bustos e retratos (os quais o autor diz carecer de "semelhança retratística", para ele alcançada no começo do século XIV, ou seja, no começo do renascimento) enquanto em Roma os mesmos detentores dos meios preferiam patrocinar empreitadas de figuras renomadas e se verem em posição de contemplação na decoração de igrejas ou mesmo em obras particulares.
A exaltação de características morais que futuramente estariam presentes no período neoclássico (vanguarda que exaltava as características renascentistas) parecem naturais ao cinquecento italiano, usado um trecho pra illustrar:
(...)dando aos rostos feições arbitrárias pertencentes à arte dos séculos XIII e XIV. Rei Luís, o Santo, eternizou em Saint-Denis, em torno de 1264, uma longa série de Merovíngios, Carolíngios e Capetíngios com novos monumentos de tal espécie. Pouco tempo depois, em Regensburg, um abade de Santo Emerano, amante da arte, dota algumas antiquíssimas tumbas de sua abadia de estátuas novas, entre as quais um santo do próprio lugar, e esta, de Santo Emerano, torna-se uma das obras mais estupendas do século XIV. Em nossa vizinhança, na Catedral de Friburgo, encontra-se a estátua sepulcral do último Zähringer, morto em 1218. Por motivos de interesse histórico, gostaríamos muito que a estátua fosse contemporânea a ele, mas devemos admitir que no século XIV, com a demolição da tumba originária do duque no antigo coro, ela foi com toda a probabilidade refeita independentemente de qualquer reminiscência.
(BURCKHARDT, Jacob – 2012, P 189)
Nota-se na pintura desse período que havia uma vontade enorme de representar as figuras de seu próprio tempo, assim como havia uma gama razoavelmente boa de indíviduos para ser representados dentro dos parâmetros
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