Resenha do Documentário Olhos Azuis

Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó

Área de Ciências Humanas e Jurídicas

Curso de Artes Visuais

Componente Curricular: Sociedade e Desenvolvimento Humano

Professor: César Camargo        

Acadêmica: Gisele Ferreira de Castro

OLHOS AZUIS

Documentário olhos azuis. Ronilton Costa. [S.l], ano(?). 93:11 minutos.  Disponível em: . Acesso em: 31 mar. 2017.

        O documentário apresenta um dos workshops ministrados por a pesquisadora e professora norte americana Jane Elliot sobre discriminação racial.  Onde em uma situação controlada os participantes foram separados em grupos usando como critério a cor dos olhos, sendo os de olhos azuis tratados como inferiores e enfrentando pressões unicamente por uma condição genética que não pode ser escolhida. Os grupos reagiram as situações basicamente como Elliot havia adiantado, ao grupo de olhos de castanhos, quando explicou o que ocorreria durante as duas horas e meia da experiência, ou seja, os participantes do grupo de olhos azuis sentiram-se tristes, desprezados, inferiores aos demais, entre outros sentimentos. Enquanto os do grupo de olhos castanhos sentiram-se incomodados por precisarem agir de maneira hostil para com os do grupo oposto.

        O estudo demonstrado através do documentário está pautado a partir da teoria de Max Weber sobre “ação social”, pois assim como Weber assume a perspectiva de sociologia compreensiva. Um dos objetivos em questão é compreender o sentido das ações sociais praticadas e refletir sobre, colocar-se no lugar do outro por um curto espaço de tempo e surpreender-se com a sensação de sentir-se desprezado por um motivo que não apresenta justificativa plausível. “Você é inferior porque possui olhos azuis” que seria o equivalente a “você é inferior porque é negro” e “você é inferior porque é homossexual”.

        A experiência vivida por os participantes evidência a extensão da discriminação racial e também aponta as dificuldades enfrentadas por Elliot ao realizar seus estudos, sendo que a pesquisadora sofreu “retaliações” por parte de sua comunidade. Os envolvidos foram obrigados a sentir o impacto da discriminação, seu efeito emocional e sensibilizar-se com quem passa por isso diariamente.

        O objetivo de Elliot é justamente sensibilizar as pessoas sobre a questão da discriminação, assumindo o lugar do outro, sentindo o que ocorre em seu psicológico pôr o simples fato de ser negro, homossexual ou qualquer outra “anormalidade” que a sociedade não aceite.

        Esse documentário apenas reforçou meu posicionamento em relação a questão do preconceito e discriminação, pois as atitudes hostis praticadas não fazem parte de minhas práticas diárias para com os indivíduos com que me relaciono, salientando a importância de pensar no outro e trata-lo como gostaria que me tratassem.