Resumo do Texto “A Propósito de Três Teorias Sobre o Barroco”, de Hanna Levy
Por: jessicatbraga • 28/11/2023 • Resenha • 768 Palavras (4 Páginas) • 89 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE LETRAS E ARTES
ESCOLA DE BELAS ARTES
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
ARTE NO BRASIL I – Prof. MARCUS TADEU DANIEL RIBEIRO
ALUNO: JÉSSICA KELLY TORRES BRAGA SILVA
Resumo do texto “A propósito de três teorias sobre o Barroco”, de Hanna Levy
Hanna Levy, uma historiadora de arte alemã de origem burguesa judaica, viveu dez anos no Brasil e se tornou professora e pesquisadora em História da Arte logo após sua chegada, em 1937, oferecendo cursos e palestras e publicando artigos em revistas e jornais. Seus trabalhos mais conhecidos incluem cinco artigos publicados na Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, abordando temas como o valor histórico e artístico, teorias sobre o Barroco, pintura colonial e retratos coloniais e modelos europeus na pintura colonial.
Em seu texto "A propósito de três teorias sobre o barroco", de 1941, a autora contextualiza o momento das discussões da época que giravam em torno de duas problemáticas centrais: a explicação do Barroco como um estilo histórico determinado e a compreensão do estilo como uma categoria artística mais livre e imersa nos outros contextos históricos. Hanna Levy analisa as teorias de Henrique Woelfflin, Max Dvorak e Leo Balet em relação ao Barroco, examinando as contribuições de cada teórico, destacando suas falhas e buscando identificar as diferentes formas de compreender a arte na história.
Começando pelo que apresenta menos evidências para sustentar sua tese, Woelfflin, a autora afirma que o teórico considera a História da Arte como uma história de formas e que defende a evolução dos estilos artísticos examinando apenas as características formais das obras de arte, sem uma diferenciação individual de cada artista. Woelfflin identifica características opostas entre o estilo Clássico e o Barroco e argumenta que todas as formas artísticas se tornam barrocas à medida que evoluem, como consequência da transformação intrínseca da visão humana. Segundo Levy, essa teoria é criticada por não considerar a influência de outros contextos históricos e a diversidade de estilos individuais.
Dvorak, por sua vez, dá início aos seus estudos de forma distinta de grande parte dos representantes da escola formalista, enxergando a arte como a expressão das ideias dominantes da humanidade e a relacionando com a história geral, alegando que cada obra deve ser analisada cuidadosamente, buscando compreender cada uma de suas características de acordo com os elementos que fizeram parte da época em que foi feita. Dvorak estuda os estilos em formação, como o Maneirismo, para entender as transformações artísticas ao longo do tempo. No entanto, sua teoria não explica completamente o fenômeno do Barroco.
Em Balet, a autora nota o destaque da relação entre a Arte barroca e o Absolutismo, com argumentos de que o exibicionismo do poder absoluto influenciou os múltiplos aspectos do Barroco, como se pode observar nas deformações das formas naturais, na técnica refinada do estilo e no rompimento com as formas geométricas, com o uso de curvas e formas primorosas na arquitetura, observadas nos castelos e igrejas da época; um exemplo citado mais à frente no texto se trata das pinturas nos tetos das igrejas que, simultaneamente, trazem a noção de limitado e ilimitado, fechando e alargando o espaço, negando a presença de um teto ao mesmo tempo que o destaca, como uma noção abstrata do próprio Absolutismo. Para Balet, os fenômenos artísticos se explicam por suas relações com a condições históricas nas épocas específicas.
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