A CONDIÇÃO HUMANA DE HANNAH ARENDT E A ALIENAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Por: Camile Binhara • 1/12/2018 • Trabalho acadêmico • 827 Palavras (4 Páginas) • 187 Visualizações
A CONDIÇÃO HUMANA DE HANNAH ARENDT E A ALIENAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
A condição humana estudada por Arendt está vinculada ao que a mesma chama de mundo comum, ou melhor dizendo, o mundo real e ativo que é feito pelo trabalho. É percebido então que é propriamente o trabalho que constrói esse mundo, não o labor. A condição humana do labor é semelhante à vida, ainda assim, a condição humana do trabalho é a produção para o mundo comum, o mundo material criado pelo homem, o mundo que dá significado ao social e à diversidade humana. A ação nunca é igual a um trabalho básico à sobrevivência biológica ou à produção tática. A ação é uma realização comunicativa mediada pela linguagem da diversidade de opiniões no conflito político e cometida através da retórica.
Em A Condição Humana, Hannah Arendt compara três atividades indispensáveis para nós, humanos, chamadas de ‘’Vita Activa”. São elas: labor, trabalho e ação.
Para os gregos a "vita activa" é algo que nenhum de nós, humanos, podemos nos libertar inteiramente, sendo a ação, a tarefa mais digna que um homem pode executar.
A princípio, o labor “corresponde ao processo biológico” na existência humana. Ele retira da natureza tudo o que é necessário para a manutenção da vida, discorre sobre tarefas essenciais, técnicas, que focam no sustento de sua própria vida. Ciclo incessante: se há vida, há o labor. Assim dizendo, o labor é um apaziguador da competência humana.
O trabalho é onde o homem é abordado como homo faber (fabricador), e tem como valor intelectual a "techné" (inteligência produtiva). É a atividade que representa o processo biológico do corpo humano, do qual o crescimento natural, metabolismo, está ligado às necessidades vitais produzidas pelo trabalho para alimentar o processo da vida. Refere-se a indigência de propiciar o reconhecimento pessoal em face do social, onde as ações têm sua marca específica, a obra-fabricação.
A ação, portanto, é uma atividade exclusiva que é autônoma de avaliação da matéria e associa-se com a condição humana da pluralidade. É por meio da ação que os homens são capazes de demonstrar quem são (Arendt, 1995).
Conhecer essas três concepções da condição humana pode ser um elemento importante para ao debate das questões que percorrem a saúde e o trabalho. Levando em conta tudo o que relata a autora Arendt, somos levados a nos perguntar: será mesmo que os conceitos apresentados por ela, são relevantes nos dias de hoje? Será que podemos encaixar os significados destes conceitos, com as experiências nos dias atuais?
Muitos relatos são prova de que toda essa discussão feita sobre labor, trabalho e ação, são apenas ficção. Mostra que somos demasiadamente alienados, pois essas concepções são extremamente contraditórias. A prova está neste relato, que comprova essas afirmações:
(...) Profissionais da saúde, como os enfermeiros, foram investigados por Manetti e Marziale. Os autores investigaram fatores associados à depressão e a relação com o absenteísmo no trabalho. Especificamente, dentre os trabalhadores de enfermagem a literatura investigada pelas pesquisadoras colaborou de forma a demonstrar que os fatores associados à depressão e desencadeadores dela podem estar relacionados a fatores internos ao ambiente e processo de trabalho, como: os setores de atuação profissional, o turno, o relacionamento interpessoal, a sobrecarga, serviço, os problemas na escala, a autonomia na execução de tarefas, a assistência
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