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A Manipulação Das Redes Como Elemento Disciplinador

Por:   •  28/7/2023  •  Relatório de pesquisa  •  565 Palavras (3 Páginas)  •  61 Visualizações

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-Elementos disciplinadores e relações de poder

A manipulação das redes como elemento disciplinador:

No âmbito econômico: as propagandas nas redes sociais influenciam o consumismo e geram, consequentemente, uma produtividade na economia.

No âmbito político: os dados obtidos nas redes sociais são utilizados com o objetivo de controlar a opinião dos usuários, como, por exemplo, em relação às escolhas na votação de algum candidato, plebiscito ou até mesmo reprimindo manifestações.

-Reflexão

A sociedade contemporânea está passando por diversas transformações graças ao surgimento da internet. Entre essas mudanças, destaca-se a manipulação dos dados feita por empresas, instituições e governos que têm, em comum, o objetivo de tornar o corpo manipulado mais produtivo, útil e dócil. Sob esse viés, é possível relacionar os conceitos de instrumentos disciplinadores e de relação de poder, do sociólogo Michel Foucault, com o uso da internet, sobretudo nas redes sociais, a qual pode se apresentar tanto no âmbito econômico, quanto no âmbito político.

Em primeiro lugar, cabe analisar como o uso de celulares e de outros aparelhos eletrônicos influenciam as escolhas de consumo dos usuários. No Instagram, a cada três “stories” um anúncio; no Youtube a cada vídeo uma propaganda. Esse bombardeamento de marketing é selecionado e escolhido propositalmente de acordo com as pesquisas e com a frequência dos usuários nesses meios. Dessa forma, as empresas usam os dados obtidos a partir das informações selecionadas, para influenciar e disciplinar os indivíduos na compra de algum produto. Assim, os internautas, ao fazerem o papel de corpos dóceis, são monitorados e controlados com o objetivo de torná-los seres cada vez mais úteis para o sistema econômico vigente.  

No âmbito político, podemos explicar o exercimento do poder e suas relações, a partir do caso da empresa de análise de dados “Cambridge Analytica”, que em 2016 trabalhou na campanha eleitoral do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Primeiramente, a  Cambridge Analytica analisou os dados de todos eleitores estadunidenses e catalogou eles por personalidade e viés político, com isso a empresa conseguiu traçar os perfis de votantes que estavam indecisos, as mesmas sendo seu principal alvo. Uma vez possuindo esses dados, essa empresa conseguiu “encher” a página desse perfis com notícias que os condicionou a votarem em um certo candidato, no caso o Trump. Esses dados coletados de diversas redes sociais, em principal do Facebook, foram usados sem o consentimento dos usuários, que estavam vulneráveis a esse poder das redes sociais, de tal forma que eles foram manipulados e levados a seguirem suas "vontades", no caso eleger Trump.

-Conclusão

Foucault diz que poder não se tem, se exerce. Então com a internet e principalmente com as redes sociais, cada vez mais presentes no nosso cotidiano, as relações de poder entre os usuários e as formas de disciplinar aplicadas pelas plataformas, estão tornando-se progressivamente mais complexas e influentes nas nossa vidas, de modo que somos moldados de acordo com o que consumimos, ao mesmo tempo em que moldamos quem nos consome.  Assim, nossas ações, pensamentos, necessidades e gostos são produtos de uma ação disciplinar, que ocorre todas as vezes em que nos tornamos “usuários”.

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