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A República Inacabada

Por:   •  6/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  418 Palavras (2 Páginas)  •  234 Visualizações

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  A República Inacabada- Cap III e IV (FAORO)

Faoro descreve o Renascimento em Portugal como fraco e cujo impulso reformador e revolucionário se esgotou rapidamente. O “reino cadaveroso” não eximiu seu pensamento da Idade Média. O princípio de soberania popular não se firmou e a crença na origem divina do poder, que implicava na obediência plena ao príncipe, atrasaria, em relação ao resto da Europa, a aceitação dos direitos do homem. Desse modo, Portugal confiou inteiramente na carta aleatória do comércio de trânsito, causando desde meados do século XVI, abandonando dos campos e sem emprego o povo, aglomerou-se em torno de mosteiros para viver de caridade. O Estado, que sua vez promotor era  de favores e de riquezas, foi dado, às classes altas, à numerosa e empobrecida aristocracia, bem como a Igreja.

  Como herança portuguesa, este Estado patrimonialista foi transferido para o Brasil através da colonização. O liberalismo brasileiro não conseguiu alterar a estrutura do Estado e instituiu um Estado protetor de direitos, tratando-se de um liberalismo como tática absolutista e não de um liberalismo como consciência do possível. Utilizando do discurso do liberalismo, a elite o moldou para seus próprios fins, incluindo as massas nas reformas políticas e econômicas e excluindo as opções democráticas. Sendo assim, a peculiaridade do pensamento político brasileiro foi tentar agregar o liberalismo sem ser adequadamente liberal e manter uma estrutura hierárquica desfavorável a alternativas democráticas.

  Portanto, a ausência de um liberalismo autêntico estagnou o movimento político e não permitiu a emancipação de uma classe da indústria nacional.  Não foi desenvolvido um território democrático e participativo, bem como, os direitos e garantias liberais, não podendo ser atingida pela democracia o status de permanência, mas tão-somente instrumental. Faoro, afirma que o que se instaurou no Brasil foi a modernização, justamente o caminho que não levaria a profundas mudanças na estrutura do poder. Ou seja, tal modernização feita de coma sem envolver a totalidade da sociedade não alterará a estrutura social, muito menos seus valores dominantes. Os atores do estamento podem se alterar, mas o fundamental para Faoro é que a natureza das relações estamentais não são alteradas. Pois, apesar de identificar as raízes históricas do conceito de estamento, Faoro não considera a possibilidade de mudanças ou evolução neste conceito.

 Raymundo Faoro representa o pionerismo de uma postura crítica, que denuncia as diferenças e peculiaridades das instituições no Brasil, abrindo caminho para uma postura crítica em relação à importação de teorias formuladas com bases em contextos tão diversos do nosso.

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