A distinção de gêneros está muito mais relacionada os papéis, valores e crenças culturais do que propriamente a questões biológicas.

A distinção de gêneros está muito mais relacionada os papéis, valores e crenças culturais do que propriamente a questões biológicas.

Baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana.

No entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. O gênero é socialmente construído. Há uma socialização do gênero e, as diferenças que dela surgem, são, de fato, culturalmente produzidas. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos. Isto é, marcam características próprias aos comportamentos de grupos de sujeitos sociais.

Definitivamente gênero não é sinônimo de sexo. Pode-se compreender que o termo “sexo” tende-se ao aspecto fisiológico, anatômico e jurídico do indivíduo definindo-o como homem ou mulher em sua constituição física e jurídica, bem como ao ser e estar na sociedade. Já o termo gênero, a definição é mais ampla, além dos aspectos comuns da definição de “sexo”, implica-se peculiaridades de comportamentos dos indivíduos de ordem psicológica, cultural, social entre sujeitos.

Portanto é equivocado pensar que gênero, diferente de como ocorre com a definição de sexo, não leva em consideração os aspectos que definem a especificidade de homem e a mulher, muito embora anatomicamente e fisiologicamente haja essa distinção entre eles, ou seja, transportando a definição para noções sociais. O gênero associa-se a masculinidade e feminilidade, não leva em consideração o contexto biológico. Essa distinção é de grande importância, uma vez que muitas diferenças existentes entre sexo, isto é, entre homem e mulher, não são de ordem biológica, mas sim à identidade e personalidade do indivíduo. O conceito de gênero foi desenvolvido no sentido de diferenciar homem e mulher, considerando a dimensão biológica e social, assim, ambos se distinguem biologicamente e socialmente, de modo a exemplificar que a maneira de ser e estar, do sexo na sociedade, é determinado pela cultura.

Compreendem-se então dessa colocação que homem e mulher são produtos sociais, embora tenham constituição biológica específica. Dessa forma, o conceito de que a mulher é um ser frágil e deve estar submetido ao homem já não cabe mais à realidade contemporânea, portanto, pode-se concluir que o conceito de gênero é variável de acordo com o desenvolvimento das sociedades, bem como a novos valores culturais e crenças. O gênero é determinado conforme as atribuições culturais que são oferecidas aos sexos, masculino e feminino, visando justificar as distinções e relações de poder ou de opressão ocorridos entre eles. Portanto, conforme as mudanças de valores ocorridas no tempo, histórico; e no espaço, geograficamente, a perspectiva de gênero também se altera, tal condição não ocorre com o sexo, pois é uma estrutura biológica. A socialização é um processo não inato, sendo um processo, portanto, construído no curso de vida do indivíduo, há a necessidade de um fator que incutirá nele os valores e atitudes de comportamento que farão parte de sua personalidade, este fator é a cultura.

As influências exercidas pela cultura sobre o desenvolvimento da personalidade são de duas ordens distintas. De um