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Análise do Curta-Metragem “Vista Minha Pele”

Por:   •  13/6/2016  •  Resenha  •  1.186 Palavras (5 Páginas)  •  4.294 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Análise do curta-metragem “Vista Minha Pele” em comparação ao texto “Branqueamento e Branquitude no Brasil”.

Amanda Cristina das Chagas Bairros - Aluna de Ciências Sociais - 2° Semestre - Cadeira de Psicologia da Educação - Professora Ana Luiza dos Santos Julio

Sempre que o tema racismo é tratado no Brasil, em praticamente todos os espaços, ele costuma ser associado a um problema exclusivamente do negro, sendo esse negro o objeto de estudo, que tem sua história dissecada e é problematizado. Ignora-se completamente o papel do branco nesse sistema de opressão e essa falta de reflexão sobre o papel do branco nas desigualdades raciais acaba por reiterar persistentemente que as desigualdades raciais no Brasil constituem um problema exclusivo à população negra.

“No Brasil, o branqueamento é frequentemente considerado como um problema do negro que, descontente e desconfortável com sua condição de negro, procura identificar-se como branco, miscigenar-se com ele para diluir suas características raciais.”

Trecho do texto: Branqueamento e Branquitude no Brasil – Maria Aparecida Silva Bento

Mas afinal, qual é o papel do branco frente ao movimento negro para colaborar na luta contra essa desigualdade racial tão presente? Esse papel de longe é o de protagonismo. A reflexão a respeito de seus privilégios e mudanças de hábitos socialmente impostos frente à sensos comuns racistas são as atitudes mais adequadas à classe/raça.

“A falta de reflexão sobre o papel do branco nas desigualdades raciais é uma forma de reiterar persistentemente que as desigualdades raciais no Brasil constituem um problema exclusivamente do negro, pois só ele é estudado, dissecado, problematizado.”

Trecho do texto: Branqueamento e Branquitude no Brasil – Maria Aparecida Silva Bento

Fazendo uma análise do texto “Branqueamento e Branquitude no Brasil” e comparando-o com o curta-metragem “Vista Minha Pele” nota-se a presença do conceito de branqueamento (hegemonia branca que impõe que os negros devam querer ser brancos como estratégia de “ascensão social”) em uma situação inversa.

O curta-metragem trata das questões raciais, fazendo uma inversão e ironia quanto ao papel do branco em relação ao racismo. Brancos são mostrados como oprimidos, com os empregos menos valorizados, fora da televisão, com a tendência de usarem penteados de raízes africanas, mostrando a presença de uma ignorância histórica quanto à escravidão nas escolas, etc.

Vemos nitidamente que o curta-metragem serve como complemento para o texto, pois no texto é sempre questionado o papel do branco frente ao racismo e o curta-metragem de certa forma faz isso, uso a expressão “de certa forma”, pois o curta-metragem põe o branco no lugar do negro, mas não deixa nítido qual foi o papel do branco na escravidão e em todos esses 500 anos de história que se passaram, e isso é proposto no texto, quando a autora nos diz que existe “...uma espécie de pacto, um acordo tácito entre os brancos de não se reconhecerem como parte absolutamente essencial na permanência das desigualdades raciais no Brasil.”acredito que ela propunha que façamos isso, que questionemos o papel do branco frente ás questões raciais. Faço essa ressalva, pois o curta nos faz pensar: “e se fosse o branco no lugar do negro?”- o que nós já sabemos que não é - ao invés de nos mostrar qual é, e qual foi realmente o papel do branco frente á toda essa discriminação pela qual o povo negro passa.

“De qualquer forma, os estudos silenciam sobre o branco e não abordam a herança branca da escravidão, nem tampouco a interferência da branquitude como uma guardiã silenciosa de privilégios.”

Trecho do texto: Branqueamento e Branquitude no Brasil – Maria Aparecida Silva Bento

Discorrendo um pouco sobre o texto, achei interessante todo o seu questionamento quanto ao papel do branco no racismo, quanto à culpa que é sempre colocada em cima do negro, coisas que passam despercebidas, por estarmos acostumadas com elas, por ouvirmos desde pequeno que a culpa é do negro. Me despertou a atenção também todo o sistema, argumentos e conceitos utilizados, como por exemplo, “O ódio narcísico” que é o ódio que os brancos sentiam/sentem dos negros por serem diferentes, “Pactos Narcísicos” o pacto narcísico emerge como uma espécie de promessa entre brancos e elites de manter o silêncio.

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