As Grandes cidades e a vida do Espírito
Por: prisnape • 23/10/2018 • Resenha • 1.419 Palavras (6 Páginas) • 359 Visualizações
FICHAMENTO: As Grandes cidades e a vida do espírito. Georg Simmel
Nesse texto Simmel aborda, principalmente, as relações sociais a partir das interações. O autor preocupa-se em apontar para como acontece essas relações, qual a forma (fator) determinante para ação e reação dos indivíduos. Assim como um professor de gramática, por exemplo, que está preocupado em analisar as formas verbais na construção de uma frase, um texto, Simmel fundamenta sua tese nas formas sociais, como acontece esse efeito de ação e reação, e particularmente nesse texto, com indivíduos de cidades grandes e pequenas. Principais pontos relevantes no texto: Comparação com outros autores que discutiam sociedades e formas de interação Simmel começa a introdução do texto comparando outras definições de outros autores e os problemas sociais da vida moderna. Ele aponta que no século XVIII, existia uma luta da sociedade quanto para libertação dos vínculos entre Estado e Religião, moral e economia. Já no século XIX, a reivindicação era a liberdade, as conquistas através do trabalho, lutada marcada pela divisão do trabalho, com Marx. A partir desses conceitos o autor introduz sua tese, o problema que ele aborda no restante do texto: INDIVIDUALIZAÇÃO.
O fundamento psicológico sobre o qual se eleva o tipo das individualizações da cidade grande é a intensificação da vida nervosa, que resulta da mudança rápida e ininterrupta de impressões interiores e exteriores. ( página 577-578 )
Definição de Simmel para relações sociais com base em indivíduos nas pequenas e grandes cidades O autor destaca que a SOCIAÇÃO (conceito importante utilizado por Simmel) acontece através da interação. Os INDIVIDUOS produzem SOCIEDADE quando estão interagindo, convivendo de alguma forma. Seja, relação entre vizinhos, colegas do trabalho ou escola, etc. E essas relações são diferenciadas com habitantes de cidades grandes e habitantes de cidades pequenas, por conta das informações e relações que esses indivíduos estão expostos, um (urbano) agindo com caráter intelectualista o outro (rural) com relações pautadas pelo sentimento.
Na medida em que a cidade grande cria precisamente estas condições psicológicas – a cada saída à rua, com a velocidade e as variedades da vida econômica, profissional e
social -, ela propicia, já nos fundamentos sensíveis da vida anímica, no quantum da consciência que ela nos exige em virtude de nossa organização enquanto seres que operam distinções, uma oposição profunda com a relação à cidade pequena e à vida no campo, com ritmo mais lento e habitual, que corre mais uniformemente de sua imagem sensível-espiritual de vida. ( página 578 )
Características de relações sociais: Caráter intelectualista e relações pautadas pelo sentimento Caráter intelectualista ( entender as informações expostas a todo tempo; não confundir com racionalização conceito do Weber)
As grandes cidades sempre foram o lugar da economia monetária, porque a multiplicidade e concentração da troca econômica dão meio de troca uma importância que não existiria na escassez da troca no campo. Mas a economia monetária e o domínio do entendimento relacionam-se do modo mais profundo. É-lhes comum a pura objetividade no tratamento de homens e coisas, na qual uma justiça formal frequentemente se junta com uma dureza brutal. ( página 579 )
Como essas relações sociais influenciam na economia Enquanto na pacata vida no campo as relações de troca podem não ser monetárias, nas metrópoles as relações econômicas são puramente monetárias, não havendo qualquer tipo, necessariamente, de contato direto com os produtores. Nas cidades pequenas as variações econômicas não correm em um ritmo tão acelerado como nas metrópoles, valoriza-se ainda o leiteiro na porta de casa, à ida a feira comprar frutas frescas e recém-colhidas. Enquanto nas cidades grandes já não é mais necessário contato “cliente-produtor” para que a economia possa ser movimentada, basta apenas à relação monetária: fria e individualista.
[...] Aqui [relação econômica nas cidades pequenas], o essencial no terreno da psicologia econômica é que nas relações mais primitivas se produz para o cliente que encomenda a mercadoria, de modo que produtor e freguês se conhecem mutuamente. A cidade grande moderna, contudo, alimenta-se quase que completamente da produção para o mercado, isto é, para fregueses completamente desconhecidos, que nunca se encontrarão cara a cara com os verdadeiros produtores. Com isso, o interesse das duas partes ganha uma objetividade impiedosa, seus egoísmos econômicos, que calculam o entendimento, não têm a temer nenhuma dispersão devida aos imponderáveis das relações pessoais. ( página 579 )
Relações de oportunidade para habitantes de pequenas e grandes cidades Em uma devida parte do texto, o sociólogo Simmel aponta para o fato de um habitante de grandes metrópoles conseguir mais oportunidades de crescimento profissional e, principalmente, pessoal, pois circula por vários grupos sociais, absorvendo para si as características que mais o agrada. Ao mesmo tempo precisa lidar com a impessoalidade e a intelectualidade, o entendimento social, para assim sobreviver a sociedade onde interesses monetários e econômicos estão em evidência.
As relações e oportunidades do habitante típico da cidade grande costumam ser tão variadas e complicadas, e sobretudo: mediante a acumulação de tantos homens, com interesses tão diferenciados, suas relações e atividades engrenam um organismo tão complexo que, sem a mais exata pontualidade nas promessas e realizações e atividades engrenam um organismo tão complexo que, sem a mais exta pontualidade nas promessas e realizações, o todo se esfacelaria em um coas inextricável. (página 580)
Forma de vida e caráter Blasé O caráter Blasé explica-se por:
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