Bourdieu Comparação com os Interacionistas
Por: jonas.mn7 • 20/9/2024 • Trabalho acadêmico • 2.276 Palavras (10 Páginas) • 42 Visualizações
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Instituto de Ciências Humanas
Disciplina: CSO 113 – Tradição e Contemporaneidade do Pensamento Sociológico
Docente: Dr. Dimitri Cerboncini Fernandes
Discente: Jonas Gleison Antunes Raymundo
TRABALHO III
Questão:
Com base nos textos vistos na terceira unidade desta disciplina, estabeleça aproximações e diferenças entre as sociologias desenvolvidas por Pierre Bourdieu e pelos denominados "interacionistas".
Resposta:
Considerado um dos grandes sociólogos do século XX, o francês Pierre Bourdieu, apresenta uma crucial linha de estudo voltado a análise dos sistemas simbólicos, bem como, o desenvolvimento da sociologia da cultura. No tocante das questões acerca da abrangência do conceito de cultura, na obra, A economia das trocas simbólicas, Pierre Bourdieu, identifica, assim, duas tendências que lidam com o sistema de fatos e de representações que estão revestido por tal conceito. A primeira tendência, consiste o campo das análises kantianas, inclusos pensadores como Durkheim e Lévi-Strauss, estes concebem por cultura e todos os sistemas simbólicos, instrumento de comunicação e conhecimento ligado ao consenso. Por outro lado, a segunda tendência, que refere-se a tradição marxista e às contribuições de Weber, encaram cultura e os sistemas simbólicos como instrumento de poder e legitimidade da ordem vigente.
O sociólogo francês, sobre a primeira tendência, compreende como a que privilegia a cultura como estrutura estruturada, seria um erro em não concebe-la a uma estrutura estruturante. O fato é que ignoram as funções políticas e econômicas do sistema simbólico, mascarando as redes de relação hierárquica. Sendo uma teoria da integração lógica e social das “representações” coletivas. Por sua vez, a segunda tendência, da tradição marxista, consiste em considerar, a ação não por meio lógico de símbolos, mas através do sistema de poder, isto é, para os teóricos desta segunda tendência, o que importa é decifrar o conflito. Entraria, às contribuições weberianas, pela relação das condições políticas e econômicas presidirem a elaboração ao mecanismo de produção simbólica institucionalizada.
Eis, o que Bourdieu procura concretizar em suas análises, o equilíbrio tanto do campo da estrutura estruturada, quanto ao campo da estrutura estruturante, mediante a ênfase dada ao corpo teórico de produção da tríade formadora da sociologia. Deste modo, visa entrelaçar a organização interna do campo simbólico com a própria função ideológica e política deste campo, deferindo assim, uma ordem arbitrária, em que funda no sistema de dominação. Para ele, a sociedade, especificamente a capitalista, seja esta de desenvolvimento da divisão de trabalho, que corrobora a sociedade classes. Tem um peso significativo de repartição desigual, do produto do trabalho, das modalidades de capital econômico e cultural.[1] Ele quer fomentar a ideia de um sistema de condições e posições de classe ligada a questão do campo simbólico, onde essa realidade social tem fundamentos a um processo histórico singular, bem como a dizer, de categorias produzidas que evidenciam o princípio da diferenciação.
A despeito da hermenêutica estruturalista, Bourdieu tece críticas que tratam desde a Durkheim à Lévi-Strauss, ao que concerne, uma estrutura estruturada vista em direção ao sistema simbólico e ligado a noção de forma primitiva de classificação. Por classificação, esta, submetida a uma operação lógica, de hierarquização das coisas do mundo em grupos e gêneros. Assim, segue descrito na obra, que Durkheim ao sistema simbólico confere a classificação como uma ordem lógica que reveste a ordem social, ela impõe sobre os agentes como apropriação de símbolos e também, como regras. Descreve Sérgio Miceli, o que Bourdieu compreende a fixação do consenso, representar, “uma função lógica necessária que permite à cultura dominante numa dada formação social cumprir sua função política-ideológica de legitimar e sancionar um determinado regime de dominação”.[2]
O agente social para o sociólogo Bourdieu, não é mero suporte das estruturas trajadas de poder. Estruturas, tendem a se reproduzir produzindo os agentes dotados do sistema de disposições.[3] O agente constitui a reprodução social, tal qual conferida ao processo de socialização no sistema de ensino, na comunicação de massa ou no campo familiar. Isto significa que a uma moldagem do agente frente a uma incorporação de princípios e significações a partir da condição cultural.
A sociedade é definida como um sistema de relações onde cada elemento trás uma contribuição para o todo.[4] Nesse sentido, o agente social para além da vivência das representações, através de atos e práticas, das atividades sociais, criam uma estrutura de organização que é de dedicação e necessidade. Os níveis institucionais e diferentes grupos especializados, seja a exemplo do âmbito religioso, militar e hierarquias políticas, correspondem a função e a um determinado objetivo.
Bourdieu procura manifestar que as estruturas sociais se apresentam como sistema hierarquizado, seja de poder e de privilégio, das quais constituem por relações econômicas, simbólicas e culturais, isto é, relativo a renda, status e escolarização. Partindo do pressuposto de habitus, como estado particular da estrutura. A “lógica prática” de habitus tem como fundamento sólido da integração de grupos/classes, sendo vista como campo de sentido que opera relações de força, diacronicamente passa por diversas experiências determinadas pelos agentes.
Considera o sociólogo que, habitus apresenta-se como gerador de práticas, que em direção ao teórico Max Weber, Bourdieu leva uma aproximação da tradição materialista, através da religião e outras instâncias, das funções extra-religiosas, como econômicas e políticas. A religião possui regras, interesses, bem como esta, associada ao social e econômico, ela instaura um sistema de símbolos ordenados em torno de uma ética. [5] A dizer que a religião é um sistema de regras, possuidora de um habitus que orienta condutas e pensamentos.
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