DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS: UMA ANALOGIA DO ESTADO BRASILEIRO
Por: samara_uepb • 8/4/2018 • Resenha • 951 Palavras (4 Páginas) • 610 Visualizações
Autoras: QUEZIA BRAZ CORDEIRO TRAJANO,
VIVIANE BEZERRA DA SILVA; SAMARA BEATRIZ SILVA
ANDRADE.
Título: DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS: UMA ANALOGIA DO ESTADO
BRASILEIRO.
DAMATTA, Roberto. MULHER Dona Flor e seus dois maridos: um romance
relacional. In: ______. A casa e a rua: espaço, cidadania mulher e morte no
Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. p. 69-96.
O livro A Casa e a Rua foi escrito pelo historiador e antropólogo social Roberto
DaMatta. O autor, mestre e doutor pela Universidade de Harvad foi professor do
Museu Nacional da UFRJ, professor e diretor do programa de especialização em
antropologia social na UFF. É o autor de Carnavais, malandros e heróis: para a
sociologia do dilema brasileiro (1979), clássico dos seus ensaios antropológicos.
Em A casa e a rua (1997) DaMatta incita o leitor a refletir acerca da complexa
teia de relações que estruturam a sociedade brasileira. Faz isso a partir de sua análise
singular do âmbito público e do âmbito privado, que são indubitavelmente sugeridas
pelo título da obra.
Utilizando-se como matéria de estudo o capítulo Mulher, captura-se que para
ser possível contemplar e entender a sociedade desse país em suas particularidades
é preciso investigar aspectos do contraponto, da junção de comportamentos
junção completiva dessas duas visões, como os dois lados que formam uma mesma
moeda.
O autor reflete sobre três éticas distintas que se apresentam dentro da
configuração social brasileira e que mesmo distintas são dependentes entre si, estas
representadas por ele como sendo “a casa, a rua e o outro mundo (privado, público e
emocional/espiritual respectivamente)”.
A partir da relativização de uma obra literária á tal subjetividade coletiva
da nação e dentro desse cenário caótico, a história de Dona Flor é explorada levando
o leitor a mergulhar em um emaranhado de relações, através de 240 personagens.
É crucial para o entendimento deste texto, que se atente nas diferenças
entre as personalidades dos personagens principais: Vadinho, Dr. Teodoro e D. Flor.
Vadinho, falecido marido de Flor se faz presente no mito majoritariamente como
lembrança. O início da obra narra seu velório, que ocorre durante o carnaval. A morte
desse personagem inscrita num cenário de carnaval de rua, traz muito sobre o caráter
dele, definindo-o como o típico malandro, mulherengo, irresponsável, mas
essencialmente como "ser do movimento e da própria vida... Vadinho é um modelo de
liberdade" como diz o próprio autor, assim seria ele a representação da "rua" ou do
"público" de acordo com a proposta do capítulo.
Dona Flor tem seu tempo de luto, mas o segundo momento da obra é
marcado pelo abandono de sua individualidade presente após a morte de Vadinho, e
logo após, num dado terceiro momento se narra seu namoro e casamento com outro
homem: Dr. Teodoro. Este último, de personalidade e caráter marcados pela
seriedade e pelo prestígio de um homem formado e bem estabilizado socialmente
representa a "casa" ou o "privado", isso por que como homem sério e do bem que é,
preza pelos valores familiares circunscritos no âmbito que diz respeito ao lar.
E por fim, com uma analogia mais subjetiva, temos Dona Flor, como
intersecção desses dois mundos opostos, como a que tanto prestigiava a euforia e a
liberdade, como também tinha consciência da necessidade de estabilidade para que
tivesse uma demasiada paz. Mas que tanto podia ver esses pontos positivos em
ambos como também sofria pela irresponsabilidade conjugal de Vadinho como pela
falta
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