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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA FORTALECIMENTO DAS AÇÕES SOBRE HANSENÍASE

Por:   •  18/4/2017  •  Monografia  •  5.284 Palavras (22 Páginas)  •  259 Visualizações

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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA FORTALECIMENTO DAS AÇÕES SOBRE HANSENÍASE.


RESUMO

A hanseníase é uma doença de notificação compulsória que está inclusa no rol das doenças negligenciadas e estigmatizantes. O estigma da doença é resultante da tradução bíblica da palavra tsaraath que trouxe para a cultura ocidental uma carga de crenças sobre punição divina, castigo e pecado que influenciaram a forma cruel como a Europa Medieval lidou com a doença. A partir do Século XV, a “lepra” se torna uma doença predominantemente colonial, reduzindo-se drasticamente na Europa devido à melhoria das condições sanitárias.[pic 1]

Ao final do Século XIX, a descoberta do bacilo de Hansen, torna-se uma justificativa cientificamente embasada para o isolamento dos doentes, fato que influenciará toda a maneira como a saúde pública brasileira irá lidar com a doença. O objetivo desta dissertação foi o de contextualizar as políticas públicas adotadas, e o papel da doença hanseníase na qualidade de vida de cuidadores e pessoas vivendo com suas sequelas. Realizou-se concomitantemente revisão da literatura buscando informação científica sobre cuidadores e sobre qualidade de vida.

As políticas públicas adotadas pelo Brasil iniciaram-se somente no século XX, pautadas pelo isolamento e segregação dos doentes, adotando, a partir do Governo Getúlio Vargas, um modelo implantado inicialmente em São Paulo, baseado no tripé do armamento antileprótico: leprosários, educandários e dispensários. Este modelo perduraria mesmo depois da descoberta do tratamento com as sulfonas, e se mostraria ineficaz tanto para a profilaxia, quanto para a cura dos doentes, ocasionando sequelas físicas e psíquicas com graves conseqüências aos pacientes isolados.

Em suma, o isolamento em hospitais Colônia foi responsável pelo surgimento de sequelas físicas e emocionais que interferem negativamente na qualidade de vida do binômio paciente cuidador.


ABSTRACT

[pic 2]

Leprosy is a reportable disease, which is included in the list of diseases neglected and stigmatized. The stigma of the disease results from translation of the Bible tsaraath word that brought Western culture to a load of beliefs about punishment divine, sin and punishment that influenced the cruel manner in Medieval Europe dealt with the disease. From the fifteenth century, "leprosy" becomes predominantly a disease. Colonial, dropping dramatically in Europe due to the improvement of sanitary conditions.

 At the end of the nineteenth century, the discovery of Hansen's bacillus, it is a scientifically based justification for the isolation of patients, a fact that will influence all the way as the Brazilian public health will deal with the disease. The aim of this thesis was to contextualize the public policies adopted, and the role of leprosy disease on quality of life of caregivers and people living with their sequelae. We conducted a literature review concurrently seeking information  scientific and caregivers about quality of life.

 The public policies adopted by Brazil began only in the twentieth century, guided by the isolation and segregation of patients, adopting from the Getulio Vargas government, a model initially created in Sao Paulo, based on the tripod arms antileprótico: leprosy, and Educandário dispensaries. This model would endure even after the discovery of treatment with sulfones, and both would prove ineffective for prophylaxis, and for healing the sick, causing physical and psychological sequelae with serious consequences to individual patients.

 In short, the isolation in hospitals Cologne was responsible for the appearance of physical and emotional consequences that adversely affect quality of life of the binomial patient caregiver.


SUMÁRIO[pic 3]

RESUMO        5

1 INTRODUÇÃO        8

2 OBJETIVOS        12

2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................12

3 QUALIDADE DE VIDA        13

4 MATERIAIS E MÉTODOS        15

4.1 CONTEXTUALIZAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS...................................16

4.2 PRECEITOS ÉTICOS.......................................................................................16

4.3 RESULTADOS..................................................................................................16

5 DISCUSSÃO        19

5.1 POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS NO COMBATE À “LEPRA”................19

6. QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS VIVENDO COM SEQUELAS DE HANSENÍASE        23

CONSIDERAÇÕES FINAIS        24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        26


1 INTRODUÇÃO

A Hanseníase é a Aristocrata das doenças: é a mais velha e a mais misteriosa da história da medicina” (DUCATTI,2009, p.71)[pic 4]

“A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, negligenciada, restrita ao ser humano, causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo intracelular obrigatório que se aloja na célula de Schwann da bainha mielínica de nervos periféricos. Caracteriza-se por acometimento dermatoneurológico, variando em espectro entre dois pólos estáveis (tuberculóide e virchowiano), com formas intermediárias instáveis, levando a sequelas neurológicas, oftalmológicas e motoras, se não tratadas precocemente. É uma doença de notificação compulsória”. (BRITTON & LOCKWOOD, 2004; BRASIL, 2001)

É uma doença diretamente ligada à pobreza, condições sanitárias e de habitação, visto que a aglomeração de pessoas é responsável pela maior disseminação do bacilo através da via respiratória. Além disto, em linhas gerais, é uma doença resultante da falta de acessibilidade dos sistemas de saúde, pois o diagnóstico é eminentemente clínico e seu tratamento não exige custos elevados nem instrumentos de maior complexidade tecnológica. DUCATTI (2009) reforça que a distribuição da hanseníase pelo mundo só pode ser entendida se analisada na perspectiva de seus determinantes sociais, tais como condições sanitárias, de habitação e de educação sanitária. Trata-se, finalmente, de uma doença da desinformação, já que é plenamente curável, mas suas conseqüências estão diretamente ligadas ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. CARVALHO (2004) aponta que desde os tempos bíblicos a “lepra” era, dentre todas as enfermidades “conhecidas”, a única doença grave que não se curava e nem matava. Segundo ele: “em sua evolução natural, o mal arrasta-se numa lenta e inexorável progressão, provocando as mais sérias deformidades e mutilações, mas dificilmente leva à morte do portador (...) Além de se propagar sem controle, agarrava-se à sua vítima, deformando-a e mutilando-a, causando horror e repulsa, mas permitia que ela vivesse o quanto tivesse que viver, pois só morreria quando a sorte a premiasse com alguma doença letal intercorrente ou com algum acidente. O doente morreria com lepra, mas não de lepra.” (CARVALHO, 2004, p.4).

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