Fichamento Malinowski
Por: amandasamaral • 9/6/2015 • Trabalho acadêmico • 565 Palavras (3 Páginas) • 718 Visualizações
Amanda S. A. A. Amaral 622.15.0232-2
1º B - Jornalismo
Fichamento do livro "Argonautas do Pacífico Ocidental", Bronislau Malinowski.
"(...) Na etnografia, o autor é, ao mesmo tempo, o seu próprio cronista e historiador; suas fontes de informação são, indubitavelmente, bastante acessíveis, mas também extremamente enganosas e complexas; não estão incorporadas a documentos materiais fixos, mas sim ao comportamento e memória de seres humanos. Na etnografia, é frequentemente imensa a distância entre a apresentação final dos resultados da pesquisa e o material bruto das informações coletadas pelo pesquisador através de suas próprias observações, das asserções dos nativos, do caleidoscópio da vida tribal. (...)" (MALINOWSKI, B. p. 19)
Bronislau Malinowski afirmou que a etnografia deveria ser um trabalho efetivado com extrema destreza e peculiaridade formal, já que trata-se de um trabalho de campo onde o antropólogo sofre um processo de "aculturação" para viver e compreender os costumes do povo estudado. Com isso, se houver a falta de fidelidade dos dados materias coletados, as considerações finais possivelmente serão distorcidas.
"(...) Trocamos alguns cumprimentos em inglês pidgin*, dei-lhes um pouco de tabaco - e assim criou-se entre nós uma atmosfera de mútua cordialidade. Tentei, então, dar início ao meu trabalho. Primeiro; comecei por "fazer" tecnologia, a fim de não entrar diretamente em assuntos que pudessem levantar qualquer suspeitas entre os nativos. (...)" (MALINOWSKI, B. p. 19)
A etnografia é uma relação de troca. A observação deve-se fazer direta e contínua, entretanto com os seus limites de "invasão" no povo estudado. O objetivo da etnografia, nada mais é, do que adquirir o ponto de vista nativo. Assim, deve-se haver máxima discrição no seu trabalho e oferecer ao povo estudado algo que lhes faça sentir confortável e assim, mais aptos a serem observados.
"(...) Não é suficiente, todavia, que o etnógrafo coloque suas redes no local certo e fique à espera de que a caça caia nelas. Ele precisa ser um caçador ativo e atento, atraindo a caça, seguindo-a cautelosamente até a toca de mais difícil acesso. Isto exige o emprego de métodos mais eficazes na procura de faros etnográficos. (...)" (MALINOWSKI, B. p. 22)
O etnógrafo deve-se demonstrar interessado não somente nos elementos superficiais, mas sim no todo, para não se prender apenas ao dado morto, ou seja, o esqueleto (determinados costumes, rotina). Para isso, ele deve se infiltrar cada vez na vida do povo estudado e viver como eles. Abrir mão de pré-conceitos e aprender sistematicamente os seus hábitos.
"(...) Como geralmente acontece quando o interesse científico se volta para um campo explorado apenas pela curiosidade de amadores, a etnologia trouxe leis e ordem àquilo que parecia caótico e anômalo. Transformou o extraordinário, inexplicável e primitivo mundo dos "selvagens" numa série de comunidades bem organizadas, regidas por leis, agindo e pensando de acordo com os princípios coerentes. A palavra ''selvagem'', qualquer que tenha sido sua acepção primitiva, conota liberdade ilimitada, algo irregular, mas extremamente, extraordinariamente original. (...)" (MALINOWSKI, B. p. 23)
A etnografia surge também como uma grande crítica ao Evolucionismo que propunha a uniliniaridade no desenvolvimento, e também demonstrava a relação de causa e efeito, onde uma espécia é efeito de outra espécie, que se faz causa da posterior e assim sucessivamente. Com o Funcionalismo, pode-se observar que a organização dos povos tribais era mais complexa do que os povos civilizados. Ou seja, relacionar os povos tribais (selvagens) à demasiada liberdade tornou-se incoerente, a partir dos trabalhos de campo.
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