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Fichamento Sobre Anthony Downs

Por:   •  16/9/2022  •  Bibliografia  •  4.824 Palavras (20 Páginas)  •  79 Visualizações

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[pic 1]Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

                                           Campus de Vitória da Conquista

                                           Curso: Ciências Sociais

                                           Disciplina: Ciências Políticas II

                                           Docente: Marcela de Oliveira Pessoa

                                           Discente: Augusto Rafael de Oliveira

FICHAMENTO: Uma Teoria Econômica da Democracia




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Vitória da Conquista BA, 22 de Agosto de 2022

Downs, Anthony. Uma teoria econômica da democracia. São Paulo: EDUSP, 1999.

Capítulo I

Estrutura Básica do Modelo

Introdução

“Contudo, o papel do governo no mundo da teoria econômica não é de modo algum proporcional à sua predominância. É verdade que, em cada campo separado da economia, o pensamento recente se concentrou de maneira frutífera no impacto do governo sobre a tomada privada de decisão, ou na participação do governo em agregados econômicos. Mas pouco progresso se fez na direção de uma regra de comportamento generalizada porém realista para um governo racional, semelhante às regras tradicionalmente usadas no caso de consumidores e produtores racionais. Como resultado, o governo não foi integrado com êxito àqueles que tomam decisões privadas numa teoria geral do equilíbrio.” (p.25)

  1.  O SIGNIFICADO DE RACIONALIDADE NO MODELO

  1. O conceito de racionalidade na teoria econômica

“Os teóricos econômicos quase sempre examinaram as decisões como se e las fossem tomadas por mentes racionais. Esse simplificação é necessária para a previsão de comportamento, porque as decisões tomadas aleatoriamente, ou sem qua lque r relação entre si, não obedecem a nenhum padrão. Todavia, as ações humanas só podem se r previstas, ou as relações entre elas sujeitas a análise, se e las formarem algum padrão. Portanto, os economistas devem admitir que ocorre um ordenamento de comportamento.” (p.26)

“A análise, portanto , consiste de dois importantes passos: descoberta dos objetivos que aqu ele que toma decisão está perseguindo e análise de quais meios de atingi-los são os mais razoáveis, isto é, exigem a menor aplicação ele recursos escassos. Ao executar o primeiro passo, os teóricos geralmente tentaram reduz ir os fin s de cada agente econômico a uma única meta, de modo que se possa encontrar uma maneira eficiente ele atingi-la. Se se permitem múltiplas metas, os meios apropriados a uma delas podem bloquear a consecução de outra; portanto, não se pode traçar apenas um único caminho para aquele que toma decisões racionalmente seguir. Para evitar esse impasse, os teóricos postulam que as firmas maximizam os lucros e os consumidores maximizam a utilidade. Quaisquer outras metas que qualquer um dos dois tenha são consideradas desvios que qualificam o caminho racional em direção à meta principal.” (p.26-27)

“Para esclarecer essa definição, vamos considera r um exemplo de comportamento que é racional apenas no sentido econômico. Suponha que um monge escolheu conscientemente, como sua meta, atingir um estado de contemplação mística de Deus. A fim de atingir sua meta, ele deve purificar sua mente de todos os pensamentos lógicos e da busca consciente da meta. Economicamente falando, essa purgação é bastante racional, embora fosse considerada irracional, ou pelo menos não-racional, por quaisquer das definições não-econômicas de racionalidade.” (p.27)

“A racionalidade assim definida se refere a processos de ação, não a seus fins ou até mesmo a seus êxitos em alcançar os fins desejados. É notório que o planejamento racional às vezes produz resultados muito inferiores áqueles obtidos por pura sorte. A longo prazo, esperamos naturalmente que um homem racional tenha um desempenho melhor do que um homem irracional, ceteris puribus, porque os fatos aleatórios se neutralizam e a eficiência triunfa sobre a ineficiência. Contudo, já que o comportamento no nosso modelo não pode ser testado por seus resultados, aplicamos o termo racional ou irracional apenas a processos de ação, isto é, a meios. Naturalmente, alguns meios intermediários são eles próprios meios para fins últimos. A racionalidade dos primeiros nós podemos julgar, mas a avaliação dos últimos está além do nosso escopo.” (p.28)

  1. O conceito estrito de racionalidade no presente estudo

“Entretanto , mesmo que não possamos decidir se os fins daquele que toma decisão racionais, devemos saber o que são antes que possamos decidir se o comportamento é racional, no seu caso. Além disso, ao designar esses fins, devemos evitar a conclusão tautológica de que o comportamento de todo homem é racional porque visa a algum fim e os lucros devem ter superado seus custos, em sua opinião, ou ele não o teria adotado.” (p.28)

“Nossa abordagem das eleições ilustra como funciona essa definição estrita de racionalidade. A função política das eleições numa democracia , presumimos, é selecionar um governo. Portanto, comportamento racional vinculado as eleições é comportamento orientado para esse fim e nenhum outro. Vamos adimitir que um certo homem prefere o partido A por razões políticas, mas sua esposa tem um acesso de raiva toda vez que ele deixa de votar no partido B. É perfeitamente racional, do ponto de vista pessoal, que esse homem vote no partido B, se evitar os acessos de raiva de sua mulher é mais importante para ele do que a vitória de A, em vez de B. Contudo, em nosso modelo tal comportamento é considerado irracional porque emprega um expediente político para um propósito não-político.” (p.29)

“Porque permitimos que esse homem político tenha incertezas sobre o futuro , ele não parecerá ser tanto um personagem de cérebro de máquina de calcular quanto o homem econômico dos utilitaristas. No entanto, ele permanece sendo uma abstração da plenitude real da persona lidade humana. Presumimos que ele aborda cada situação com um olho nos ganhos a ser obtidos, o outro olho nos custos, uma capacidade delicada de equilibrá-los e um forte desejo de ir aonde quer que a racionalidade o leve.” (p.29)

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