Fichamento de Sociologia: Questão racial e Etnicidade - Lila Shwartz
Por: Manu.ella • 18/4/2018 • Resenha • 889 Palavras (4 Páginas) • 729 Visualizações
Fichamento de Sociologia
Nome: Manuella de Lacerda Nascimento
Referência:
SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. “Questão racial e etnicidade”. In: O que ler na ciência social brasileira (1970-1995) (org) MICELI, S. São Paulo: Editora Sumaré: ANPOCS; Brasília, DF: CAPES, 1999. (p. 267 a 312)
Objetivo do autor
O objetivo do texto é relacionar questão racial com etnicidade e o refletir sobre o que foi produzido a partir dos mesmos para a construção da identidade nacional do Brasil. A autora compara estudos feitos no país e também sobre ele.
Diálogo com outros autores
Raimundo Nina Rodrigues, com citações de seus estudos sobre os negros do Brasil e sua origem.
Silvio Romero e sua proposta de trabalhos sobre o Brasil, com o negro como objeto central.
Gilberto Freyre com o mito das três raças.
A reflexão de Florestan Fernandes sobre as divergências do mito acima.
Conceitos utilizados
Identidade: características que representam o indivíduo como tal. Símbolos que são usados para a construção da imagem do país (identidade nacional)
Relações raciais: interação entre as raças, seu significado e suas consequências históricas, sociais e políticas.
Etnicidade: sentimento ou condição de pertencer a uma etnia (conjunto de valores, hábitos, linguagem, ritos que unem pessoal em um grupo étnico)
Três raças: usado em estudos sobre povos negros, brancos e indígenas e a experiência cultural entre eles.
Mestiçagem: cruzamento de raças, em especial as citadas acima.
Os objetos entre nós
Além de ser uma reflexão no Brasil, se construiu também como reflexão do Brasil.
Desde a independência se criava uma nova identidade, diferente da metrópole. No séc 18 o indígena foi romantizado e virou ícone nacional. No final do séc 19 a mestiçagem foi criticada e depois nos anos 30, passou a ser exaltada como o fator que une o povo brasileiro. Foram destacados elementos que serviram como bandeiras para unificar um território diverso.
O país foi alvo da antropologia mundial por suas especificidades: concentração negra com seu sistema escravista e povos indígenas, além da flora e da própria terra. Os estudos eram feitos sobre eles, como também da inclusão da cultura européia e americana às raízes Br; Silvio Romero convoca os intelectuais nacionais a produzirem material de própria autoria e estudo (1888), pois aqui o “outro” estava dentro de nós. Os trabalhos seguiram para a etnologia indígena e para a antropologia da sociedade nacional (e com negros, como “questão racial”. Pág 272. Ele propôs uma antropologia no e do Brasil, sendo o negro seu objeto. Apesar do seu trabalho completo sobre eles, sua origem, costumes e linguagens, Nina Rodrigues era contra a mestiçagem e a apontava como a decadência da sociedade. “Raça é algo essencial e ontológico”
Ontologia: estudo das propriedades mais gerais do ser, da existência e realidade. Busca categorizar o fundamental e essencial em determinada entidade.
Ele defende a pureza racial, mas reconhece a existência de diversas culturas nos grupos africanos no Brasil (contradição).
Freyre aponta o branqueamento nacional, biológico e cultural e formulou a tese que o Brasil apresentava uma democracia racial. Outros autores que discutiram o conceito mostram que a democracia racial mascarava a discriminação, já que o que havia era uma divisão econômica, e não cultural.
Final da década de 40 a etnologia se consolidava como campo da antropologia, após a UNESCO programar um seminário sobre diferenças culturais e questão racial. Arthur ramos planejou um trabalho para proporcionar soluções para esses problemas de forma humanizada, através de estudos sociais e etnológicos. A primeira atividade foi reunir antropólogos e sociólogos para fazerem uma declaração de raça contra o nazismo: raça é menos um fator biológico do que um mito social, e causou graves perdas de vidas e muito sofrimento (...)”. A UNESCO tinha uma boa impressão do Brasil, pois os estudos apontavam que era possível o convívio harmonioso entre grupos. Em contrapartida, estudos no Rio e São Paulo mostraram que a discriminação sobrepunha a ideia de democracia que foi defendida. F. Fernandes problematizar a questão como tolerância racial, que apenas funcionava para separar os grupos, onde o preconceito era em afirmar que tinha preconceito.
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