Fichamento de Uma Carta a Uma Leitora
Por: Alexandre Lima • 27/5/2019 • Resenha • 589 Palavras (3 Páginas) • 171 Visualizações
“Tudo isso não implica necessariamente na afirmação de que sejam falsos ou errôneas os conhecimentos comuns. Muitas vezes, eles são verdadeiros. Falta-lhes, contudo, suficiente sistematização racional, ordenada e metódica, bem como um posicionamento crítico perante o ato mesmo de conhecer. Raramente o senso comum se autoquestiona. ” (NETO, 2001, p.3).
Autor trata que o conhecimento cientifico baseia na destruição do senso comum através da crítica e a refutação, pela sua capacidade de autoquestionar seus próprios princípios e não trata-los como verdade absoluta.
“Esta não deve afastar, de princípio, a possibilidade de sua falsificação, isto é, de ser potencialmente submetida a alguma experiência que a infirme ou retifique. Uma teoria que afaste de modo absoluto a possibilidade de vir a ser falsificada não é passível de ser submetida a qualquer tipo de experiência, a qualquer confronto com a realidade e, por isso mesmo, é metacientífica “ (NETO, 2001, p.7).
Todo conhecimento parte de um princípio, sempre retificável, por isso o estudamos, o conhecimento nunca parte do vazio, tem um significado, se observamos algo e porque tem relevância dentro de um contexto geral.
“Afinal, se os empiristas pressupõem que é no objeto real que estão todas as verdades, que é do objeto que flui todo e qualquer tipo de conhecimento, nada mais natural do que ver nele o ponto de partida de toda pesquisa rigorosamente científica. ” (NETO, 2001, p.15).
O estudo somente do objeto é inconsistente, pois baseia somente no objeto e descartar o principal que é a teoria não traria resultado, pois a ciência é um conjunto de método, teoria e objeto.
“Com base no princípio a que já nos referimos, segundo o qual nenhum cientista inicia completamente em branco uma atividade de pesquisa, podemos afirmar que o ponto de partida de qualquer investigação científica é o conhecimento acumulado, isto é, o conjunto ou a síntese das explicações teóricas que, ao início da pesquisa, são aceitas como dando conta, pelo menos parcialmente, do objeto. ” (NETO, 2001, p.17).
O objeto de conhecimento é o princípio de partida do método, o ato de questionar o objeto já gera uma problematização, no caso em que o objeto de conhecimento gera um questionamento entre realidade e a teoria.
“Por outro lado, nem todo trabalho científico, sobretudo nas ciências sociais, permite que se recorra à experimentação, e às vezes, embora possível, ela é desnecessária aos objetivos específicos da pesquisa. ” (NETO, 2001, p.19).
O método científico é abstrato, mas há características em comum para discorrer de um percurso metodológico, dentro de um trabalho de construção teórica, podemos seguir um padrão, não absoluto, mas com uma necessidade, mesmo que algumas etapas possam ser eliminadas conforme exijam durante cada processo.
“Todas as ponderações que acabamos de apresentar deixam claro que o método não é uma camisa-de-força imposta aos cientistas para lhes tolher a liberdade de criação. Pelo contrário: o método, como a própria ciência, é algo aberto e flexível, construído e retificável, e não um conjunto de preceitos que se imponham dogmaticamente. Assim, não há por que privilegiar determinados métodos como científicos em detrimento de outros, como faz o empirismo com relação ao método indutivo. Indução e dedução se completam na prática científica. ” (NETO, 2001, p.20).
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