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Fichamento do livro O que é Sociologia

Por:   •  23/11/2017  •  Resenha  •  3.410 Palavras (14 Páginas)  •  401 Visualizações

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Universidade Federal Fluminense

SOCIOLOGIA

Professor: Luis Antonio

Alunas: Caroline Barbosa da Fonseca Pitanga

              Daniela da Costa Rosas Rocha

I – FICHAMENTO DE CONTEÚDO E DE CITAÇÃO

Carlos B. Martins se propõe a discutir, na coleção primeiros passos da editora brasiliense, como nome do livro diz, "O que é sociologia". Buscando explicar o que é a sociologia e qual foi a sua trajetória até os dias atuais, ele divide sua obra de 94 páginas em cinco partes sistematizadas com as informações.

Neste trabalho, o fichamento será organizado por um tópico para cada divisão do livro. Será feito, normalmente, um parágrafo sobre o conteúdo e uma citação complementar ao parágrafo acima ou uma citação em que se explicite o que foi dito anteriormente.

· INTRODUÇÃO

Na introdução, Carlos B Martins apresenta o poder que a sociologia tem em diversos contextos. É mostrado o poder de emancipação ou submissão de uma população por meio de exemplos históricos como as pichações na França e os congelamentos da disciplina nos governos militares. Tentando explicar a discrepância na utilização da sociologia, Martins apresenta a proposta que ele traz em seu livro de maneira sucinta para poder para encaminhar o leitor ao que será tratado.

"Como compreender as avaliações tão diferentes dirigidas em relação a esta ciência? Para esclarecer essa questão, torna-se necessário conhecer, ainda que de forma bastante geral e com algumas omissões um pouco de sua historia." (p.7-8).

"Procuro apresentar, em termos de debate, a dimensão política da sociologia, a natureza e as consequências de seu envolvimento nos embates entre os grupos e as classes sociais e refletir em que medida os conceitos e as teorias produzidos pelos sociológicos contribuem para manter ou alterar as relações de poder existentes na sociedade." (p.8-9).

· CAPITULO PRIMEIRO: O SURGIMENTO

No primeiro capítulo, a eclosão da sociologia é explicada e ligada ao contexto histórico específico que ocorreu no século XVIII: as transformações econômicas, políticas e culturais. A revolução industrial com seu prosseguimento para uma solidificação do capitalismo abalou a população da época com uma nova realidade mais industrializada e urbanizada. As consequências trágicas desse processo não chegaram muito depois: a prostituição, o suicídio, o infanticídio, a criminalidade aumentaram etc. Essa situação calamitosa não afetava somente a cidade, mas também o campo. Diante esse quadro, a classe trabalhadora não encontrou outra solução a não ser o confrontamento com os proprietários dos instrumentos de trabalho pela vida precária que estavam levando.

"Eles não desejavam produzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo." (p.15).

Carlos B. Martins explicita que a sociologia é uma resposta intelectual às novas situações. Como argumento, ele explica que não é mero acaso a sociologia inexistir nas sociedades - relativamente estáveis - pré-capitalistas. Sendo uma ferramenta de análise, o emprego sistemático da razão contribui para uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos naturais e culturais. Para alcançar uma legitimidade, os intelectuais procuravam utilizar os mesmo procedimentos das ciências naturais no estudo da sociedade, podendo atingir, assim, a mesma precisão de vocabulário e exatidão de resultados obtidos por aqueles.

"O objetivo dos iluministas ao estudar as instituições de sua época, era demonstrar que elas eram irracionais e injustas, que atentavam contra a natureza dos indivíduos e, nesse sentido, impediam a liberdade do homem." (p.21).

Diante o desenvolvimento de um novo pensamento, abria-se um espaço para a constituição de um saber dos acontecimentos histórico-sociais. Dessa maneira, um estudo científico era incentivado e não se limitava apenas aos filósofos ou homens que se dedicavam ao conhecimento, mas também ao "homem comum". Na revolução de 1789, lançando-se rumo ao poder, a burguesia promoveu uma liquidação sistemática ao velho regime.

"A revolução ainda não completara um ano de existência, mas fora suficientemente intempestiva para liquidar a velha estrutura feudal e o Estado monárquico." (p.24).

Devido ao quadro apresentado, muitos pensadores da época concentraram suas reflexões nas da revolução e a viram de maneira negativa, como uma "anarquia", "crise", "desordem". Eles atribuem sua função a reestabelecer a "ordem e a paz". O que ocorreu, na verdade, foi o susto da burguesia com sua própria revolução. No século XIX, as revoltas da classe trabalhadora foram respostas a miséria e ao desemprego presente na sociedade francesa.

"A partir da terceira década do século XIX, intensificam-se na sociedade francesa as crises econômicas e as lutas de classes. A contestação da ordem capitalista, levada a cabo pela classe trabalhadora, passa a ser reprimida com violência como em 1848, quando a burguesia utiliza aparatos do Estado, por ela dominado, para sufocar as pressões populares." (p.29).

Para Carlos B. Martins, figuras como Durkheim reforçam a natureza reparadora desta ciência. A "jovem ciência" procurava repensar o problema presente na desordem, sustentando a solução em valores conservadores como a importância de instituições - por exemplo, a família, a hierarquia social e a autoridade.

"Assim, por exemplo, Le Play (1806-1882), [...] ao realizar um vasto estudo sobre as famílias de trabalhadores, insistia que estas, sob industrialização, haviam se tornado descontínuas, inseguras, instáveis. Diante de tais fatos, propunha como solução para a restauração de seu papel de "unidade social básica" a reafirmação da autoridade do "chefe da família", evitando a igualdade jurídica de homens e mulheres, delimitando o papel da mulher às funções exclusivas da esposa e filha." (p.29-30).

A busca por um estado de equilíbrio inspirou figuras como Comte – um dos fundadores da sociologia – a orientar-se em um sentido para a harmonia social. Sendo assim, suas pesquisas foram o ponto de partida positivo dos trabalhos do homem de Estado. Permanecendo a ideia de legitimidade por meio das ciências naturais, Comte utilizou termos como "física social" para referir-se a nova ciência, mostrando também que desejo de construí-la a partir dos modelos das ciências físico-culturais.

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